Em 21 de abril de 1998, o CANNIBAL CORPSE lançava o seu sexto disco de estúdio, o segundo com o “novo” vocalista, Gerorge Corpsegrinder Fischer. Se em sua estreia, no álbum “V.I.L.E.”, ele parecia uma perfeita escolha para substituir o icônico Chris Barnes, em “Gallery of Suicide” ele se mostra ainda mais mortal. E a banda, claro, o acompanha no mesmo nível.
O álbum também marcava a estreia do excelente guitarrista Pat O’Brien, que vinha do NEVERMORE e estava a substituir Rob Barrett, que saíra após o lançamento de “V.I.L.E.“. E O’Brien viria somente para acrescentar.
E na companhia do produtor Jim Morris, a banda foi ao estúdio “Morrisound Recordings“, em Tampa, Flórida onde de lá saiu com um verdadeiro petardo. Era o início da fase virtuosa (sim, eles são pesados e virtuosos na mesma intensidade) da banda.
Nas três primeiras faixas, os caras já chegam chutando a porta e avisando que não estão para brincadeira. A rápida, ríspida, crua, curta e direta “I Will Kill You” é simplesmente sensacional, da mesma forma que a igualmente rápida, ríspida, crua e ainda mais curta “Disposal of the Body” também não fica atrás e a já mais cadenciada “Sentenced to Burn” que fica um pouco mais rápida do meio para o final, são amostras de que aquele era um verdadeiro candidato ao melhor álbum do ano de 1998.
“Blood Drenched Execution” é outra das minhas favoritas, onde a banda retorna violenta após a “pausa” da música anterior. Destaque para os gritos insanos de George Corpsegrinder e para a bateria hipnotizante de Paul Mazurkiewicz.
A faixa título chega com uma intro bem arrastada, que dá aquele tom de horror. E esse clima segue até o refrão, onde a coisa descamba para a pancadaria sonora. Meu destaque aqui nesta linda música é o solo, muitíssimo bem executado pelo magistral Jack Owen.
“Dismembered and Molested” é crua, tosca, linda. Quebradeira total do início ao fim. Já “From Skin to Liquid” trata-se da primeira faixa instrumental gravada pela banda, é uma faixa mais arrastada, que dá uma pequena pausa aos nossos pescoços.
“Unite the Dead” é aquela faixa que a banda costuma compôr, cheia de mudanças de andamento. Começa veloz e agressiva, dá aquela quebrada no meio e retorna violenta ao extremo. “Stabbed in the Throat” mantém a mesma fórmula da música anterior, alternando partes rápidas com mais cadenciadas.
“Chambers of Blood” tem ótimos trabalhos de guitarra, sobretudo nas estrofes, em que o andamento não é rápido. Mas se o ouvinte sentir falta da velocidade típica da banda, esta marca sua presença no refrão. “Headless” devolve ao disco aquela velocidade extrema do início ao fim. Lindo esse som,
“Every Bone Broken” é pesada, densa, agressiva, boa para se escutar quando está com ódio. E aqui quem brilha, é a fera das cinco cordas, Alex Webster.
A bolachinha vai chegando ao final com “Centuries of Torment“, uma música que é bem densa na sua intro, mas logo dá lugar a agressividade e brutalidade, coisas corriqueiras em se tratando de CANNIBAL CORPSE. E o final chega épico, da mesma forma que se iniciou, com a pedrada chamada “Crushing the Despised”, aqui, ganhando mais uma vez o brilho de Alex Webster, dando seu espetáculo na intro. E a pancadaria segue solta nessa faixa curta e extremamente grossa.
E assim se desenrola, em 44 minutos, uma obra-prima dos reis do Death Metal. Ai você vê como está envelhecendo quando se dá conta de que este disco está completando nada menos do que 21 anos. Talvez o melhor seja não pensar na própria velhice e curtir esse play, que como vários outros, envelhece sim, muito bem, obrigado! E longa vida ao CANNIBAL CORPSE.
Lineup:
George Corpsegrinder Fischer – Vocal
Jack Owen – Guitarra
Pat O’Brien – Guitarra
Alex Webster – Baixo
Paul Mazurkiewicz – Bateria
Tracklisting:
01 – I Will Kill You
02 – Disposal of the Body
03 – Sentenced to Burn
04 – Blood Drenched Execution
05 – Gallery of Suicide
06 – Dismembered and Molested
07 – From Skin to Liquid (instrumental)
08 – Unite the Dead
09 – Stabbed in the Throat
10 – Chambers of Blood
11 – Headless
12 – Every Bone Broken
13 – Centuries of Torment
14 – Crushing the Despied