12 de março de 2012, essa é a data em que o CANNIBAL CORPSE lançou o su 12º álbum de estúdio. Três anos após o lançamento de “Evisceration Plague“, que se não figura entre as grandes obras da banda, tem o seu valor. Porém, os caras sabiam que podiam dar ainda um gás a mais e obter um resultado ainda maior em seu novo trabalho. E foi assim com “Torture“.
Enquanto era lançado seu CD/DVD ao vivo, “Global Evisceration“, a banda adentrou em dois estúdios para produzir o aniversariante de hoje: o já conhecido “Sonic Ranch Studios” e também no “Mana Recording Studios“, na companhia do parceiro de longa data, Erik Rutan. E o resultado foi excelente.
Temos um disco mais intenso e mais brutal do que o anterior e tudo se deve a timbragem que os músicos conseguiram para cada um de seus instrumentos e as composições também ganharam em qualidade. Vamos então destrinchar faixa por faixa desse verdadeiro campo minado chamado “Torture“.
O disco abre com uma verdadeira trinca de ouro: a fantástica, direta e ríspida “Demented Aggression“, que levanta até defunto em um mosh; a pesada e certeira “Sacorphagic Frenzy“, que alterna um refrão veloz com palhetadas brutais; e a não menos que sensacional “Scourge of Iron“, que tem um andamento bem mais arrastadão. E por incrível que possa parecer, o CANNIBAL CORPSE é lindo de qualquer jeito, mas a brutalidade da banda fica mais explícita em músicas arrastadas.
A quebradeira volta com tudo em “Encased in Complete“, uma música rápida e violenta, enquanto que em “As Deep as Knife Will Go” traz a banda alternando passagens rápidas com outras mais cadenciadas, sempre com muito peso e muita técnica.
Ótimos riffs arrastados anunciam a chegada de”Intestinal Crank”, que logo dá lugar a brutalidade mais intensa que o leitor possa ter conhecimento. Aqui o baixo de Alex Webster é muito, mas muito pesado, chegando em alguns momentos ser mais intenso do que a dupla de guitarristas Pat O’Brien e Rob Barrett, que fazem ótimo trabalho.
“Followed Home Than Killed” é raivosa, pesada, rústica, linda. Uma das minhas preferidas deste play. Na sequência vem “The Strangulation Chair“, que é um dos pontos altos do aniversariante de hoje, com sua levada arrastada e outro show de Alex Webster nas cinco cordas.
“Caged… Contorted” é uma das melhores composições da carreira da banda. Ela começa arrastada, e assim se mantém nas estrofes, ficando rápida no refrão e tudo isso sem deixar de ser brucutu. Linda.
“Crucified Avenged” é bruta como as demais, com as mudanças de andamento já conhecidas e muito boas por sinal.
As duas faixas finais dão aquele clima épico ao final da audição. “Rabid” que é um apocalipse de riffs rápidos e agressivos, em um som veloz do início ao fim e a cereja do bolo é a brutal e extrema “Torn Through“, uma senhora paulada nos tímpanos, um som que mistura rapidez e partes mais cadenciadas sem perder em nenhum momento a brutalidade. É o êxtase escutar George Corpsegrinder berrar a contagem regressiva dos que faltam a serem executados: “Eight more to kill, eight more to kill, seven to kill…” e assim sucessivamente. Os riffs desta música são simplesmente maravilhosos e confesso que quando eu escuto esse play, o faço já esperando esta faixa.
E em pouco mais de 43 minutos temos um disco excepcional, o melhor lançado pela banda nesta última década (que ainda não terminou). “Torture” alcançou a posição de número 38 na “Billboard 200“, um feito e tanto em se tratando de uma banda extrema e que não tem tanto alcance e visibilidade no mainstream.
A minha relação com este álbum é de muito carinho, pois foi na turnê de “Torture” que a banda teve a sua primeira passagem pela cidade do Rio de Janeiro e eu pude vê-los ao vivo em uma noite de caos, não só no palco. Era dia de uma das mais violentas manifestações no centro da cidade maravilhosa, uma das tantas idas às ruas, pelo povo que, na época, reclamava por mais do que os R$ 0,20 de reajuste nas passagens de ônibus. E a Polícia Militar, sem o menor discernimento, jogou spray de pimenta para dentro da casa onde a banda se apresentava, tratando de acirrar ainda mais os ânimos. E foi um showzaço para ninguém botar defeito.
Enfim, um baita disco que completa mais um ano de lançamento e tudo que nós podemos desejar é uma longa vida ao CANNIBAL CORPSE e que a banda siga lançando discos letais como o aniversariante do dia.
Torture – Cannibal Corpse
Data de lançamento: 12/03/2012
Gravadora: Metal Blade
Tracklisting:
01 – Demented Aggression
02 – Sacorphagic Frenzy
03 – Scourge of Iron
04 – Encase in Concrete
05 – As Deep as the Knife Will Go
06 – Intestinal Crank
07 – Followed Home Than Killed
08 – The Strangulation Chair
09 – Caged… Contorted
10 – Crucifier Avenged
11 – Rabid
12 – Torn Through
Lineup:
George “Corpsegrinder” Fischer – Vocal
Alex Webster – Baixo
Pat O’Brien – Guitarra
Rob Barrett – Guitarra
Paul Mazurkiewicz – Bateria