A banda cearense Canil volta a apresentar novidades para o público. Dessa vez, o quarteto lança o single “Fuja do Marginal” acompanhado por um videoclipe em todas as plataformas de streaming via Electric Funeral Records.
A capa do single conta com a arte de Cristiano Suarez, responsável pelo cartaz de divulgação da turnê do Dead Kennedys no Brasil que ganhou grande repercussão nacional em abril do ano passado, e que acabou culminando com o cancelamento dos shows da banda americana em terras brasileiras. No caso de “Fuja do Marginal”, a figura na capa retrata uma praia paradisíaca sendo poluída com panfletos eleitorais e a chegada de um homem com os sapatos sujos de sangue provocando medo aparente nos habitantes locais. Vítor Mesquita, vocalista e guitarrista da Canil, explica: – A idéia da banda de colocar essa imagem como capa do trabalho é evidenciar a contradição que permeia parte da nossa sociedade sobre quem é a “família tradicional brasileira” e quem é o “marginal”.
Trazendo uma atmosfera mais leve, o videoclipe mostra cenas de shows e momentos do cotidiano da banda vividos ao longo dos últimos anos. Segundo os membros da Canil, as imagens trazem saudades dos palcos e são quase como um chamamento para o reencontro com o público quando a pandemia for superada. Confira o videoclipe: https://bit.ly/3ppaWIe
Conversamos com a banda sobre o seu novo lançamento, arte da capa do single, influências musicais, processo de composição e outras curiosidades. Confira a entrevista!
De onde vem o nome “Canil”? O que levou a banda a esse nome?
Canil: A banda não tinha nome quando conseguimos o primeiro show, no Órbita Bar, uma casa de show bem legal aqui de Fortaleza. O produtor da casa precisava de um nome para colocar no flyer. A gente se juntou em um posto de gasolina pra beber e decidir o nome. Apareceu um monte de sugestão de nome, algumas meio intelectualóides, outras cômicas, e de todas as sugestões dadas a que ficou “Canil”, a gente achou que soava bem. No fim, a gente gosta do nome, ele é simples e pode haver várias metáforas envolvendo a palavra, afinal Canil é o lugar onde os cachorros ficam presos né?
Como se deu o surgimento dela?
Canil: A gente é amigo faz tempo. Tocamos juntos em uma ou outra banda desde a época da escola. A Canil surgiu da vontade de ter uma banda à qual a gente pudesse dedicar o nosso melhor e botar o negócio pra frente mesmo.
A banda lançou a pouco tempo single e clipe. Como foi o processo de composição e gravação do material?
Canil: Na verdade Fuja do Marginal é uma das primeiras músicas da Canil que a gente já toca há muito tempo nos shows, mas nunca tínhamos dedicado a ela uma produção e um lançamento. A gente gravou a música há uns 3 anos no Estúdio Granada, mas surgiram outros projetos e ela acabou ficando encostada. Nesse período de pandemia regravamos algumas pistas, remasterizados, fizemos uma edição com imagens de shows dos últimos anos e já era. Tomara que a galera esteja curtindo.
Como surgiu a ideia de chamar o Cristiano Suarez para assinar a arte da capa?
Canil: A gente tinha a ideia do desenho que queríamos pra capa do single e desde que conhecemos o trabalho do Cristiano Suarez viramos fãs… as mensagens, a estética, os detalhes, tudo nos agrada. Então a gente pensou, por que não tentar fazer com ele? O Cristiano sempre foi nossa primeira opção… a gente propôs, ele aceitou e não poderíamos estar mais felizes com o resultado.
O último single lançado foi muito bem recebido. Podemos esperar single, ep ou full album em breve?
Canil: Claro, a banda tem muita coisa por produzir. A expectativa é que o ano 2021 seja de bastante trabalho. A ideia é lançar pelo menos um EP no primeiro semestre de 2021. Então quem curte a banda, pode esperar por notícias nossas ano que vem.
Suas letras passam uma mensagem muito forte, de onde vêm as ideias para as composições? Existe alguma composição que é mais especial para vocês?
Canil: Obrigado. As composições vêm quase sempre da nossa leitura da realidade, mas as músicas que mais dão certo aparecem na cabeça de repente e sem muita lógica, como se fossem um presente, de um jeito quase não dá nem pra dizer que as composições nos pertencem. Sobre existir uma ou outra mais especial, acho que estamos envolvidos demais com as músicas pra conseguir responder com isenção, é difícil.
Quais as bandas e fontes artísticas que inspiram o som da banda?
Canil: É inegável que somos fãs da geração de bandas dos anos 90 de Seattle e as que se sucederam… Nirvana, Alice in Chains, Soundgarden, Bush, Silverchair etc. Mas apesar dessa influência importante, a gente também curte bastante as bandas de punk californiano como NOFX, Pennywise, Bad Religion e outras bandas que flertam mais com o metal, tipo Suicidal Tendencies e Ugly Kid Joe. Os gênios da música brasileira também influenciam nosso trabalho fortemente, Chico Buarque, Edu Lobo, Toquinho… bebemos muito dessa água, além das bandas de rock brasileiras dos anos 80.
Como vocês estão lidando com a pandemia de covid 19? Que tipo de interação a banda está tendo com o público nesse momento de quarentena?
Canil: Foi um período em que a gente pôs em dia algumas tarefas que estavam atrasadas, finalizamos umas composições, colocamos algumas músicas em um formato novo, o que rendeu uma live, e lançamos o single “Fuja do Marginal”. A resposta está sendo ótima, apesar da covid está sendo um ano bom.
Confira “Fuja do Marginal”: https://bit.ly/3piPtRr