O vídeo de “Painkiller” foi divulgado em 1990 para promover o álbum homônimo do Judas Priest. Até hoje eu considero que este é o melhor clip de Heavy Metal já feito. Superou tudo que foi feito antes e não foi sobrepujado por nada que tenha sido realizado depois. Mesmo após terem se passado dezesseis anos de seu lançamento, ele não envelheceu.
Em termos de ambientação, o clip não tem nada de extraordinário. Trata-se do tradicional cenário de fábrica abandonada, onde sobram cabos e correntes penduradas ao redor da banda, mas a sua fotografia é absurdamente linda. Um preto-e-branco granulado, com edição dinâmica e efeitos de iluminação que ora vão do estroboscópico, e ora vão da explosão de luz branca intensiva, abusando de enquadramentos obtidos de todas as perspectivas possíveis de posicionamento de câmera, com o aproveitamento, em alguns momentos, da distorção de captação de imagens, obtidas pela utilização das lentes de grande-angular.
A opção do preto-e-branco foi extremamente acertada pela sua interação com os trajes de couro preto e os reflexos gerados pela iluminação incidindo sobre os rebites. Rob Halford, em uma de suas últimas aparições antes de raspar a cabeça em definitivo, é o que surge com mais closes no rosto e por isso precisou de maquiagem específica, com o uso de delineador para evidenciar os olhos.
A direção do vídeo ficou por conta de Wayne Isham, profissional requisitado nessa área e que já realizou, entre tantos, os clips de “It´s My Life” e “Livin´On A Prayer”, do Bon Jovi, e “Enter Sandman”, do Metallica, além de uma variedade de artistas que passam por Enrique Iglesias, Moby, Avenged Sevenfold, Sheryl Crow, Queensryche e Def Leppard, entre muitos outros. O álbum “Painkiller” foi impactante de muitas formas e precisava de um vídeo à altura para sua divulgação. Missão cumprida.
