Câmera, Luz, Metal!: Bruce Springsteen – Dancing In The Dark

A coluna chama-se “Câmera, Luz, Metal!”, mas isso não significa que tenha que ser exclusivamente sobre artistas de Heavy Metal, principalmente quando algum vídeo tenha dados curiosos em sua gênese, como é o caso deste.

Bruce Springsteen é um dos principais nomes do Rock americano, um cantor de voz forte e letras socialmente engajadas, que lançou seu primeiro álbum em 1973 e, na sequência, entregou grandes trabalhos, como os discos “Born To Run” e “Nebraska”. Para a geração anos 80, alimentada pela MTV, o grande estouro do cantor ocorreu com o seu sétimo disco “Born In The U.S.A.”, lançado em 04 de junho de 1984.

A icônica faixa-título é a primeira que vem à lembrança, mas o disco tem força suficiente para não se sustentar apenas nela. Entre todas as demais, uma em especial fez bastante sucesso, com um ritmo quase pop, conduzida por um riff de sintetizador, nomeada “Dancing In The Dark”. Por ser uma escolha perfeita para um single, resolveu-se fazer a sua divulgação através de um video clip. O agente de Bruce, Jon Landau, que também foi o produtor do disco, lembrou-se de um amigo seu, diretor de cinema, que poderia assumir a condução dessa tarefa. Mas esse diretor não era uma escolha aleatória. Tratava-se de um artista que já estava se tornando lendário dentro de Hollywood…

Brian De Palma foi revelado na mesma geração de cineastas que nos concedeu nomes como Steven Spielberg, Martin Scorcese, George Lucas e Francis Ford Coppola, e seu nome sempre foi associado como sendo o mais efetivo discípulo das lições de suspense de Alfred Hitchcock, ainda não superado dentro desse legado. Em 1984, o futuro diretor de “Os Intocáveis”, já trazia no currículo filmes como “Carrie, a Estranha”, “Vestida Para Matar” e “Scarface” com Al Pacino. A produção de um clipe não iria tomar muito tempo, então não atrapalharia a agenda de De Palma, que naquele mesmo ano ainda iria entregar mais um clássico, o filme “Dublê de Corpo”.

A captação das imagens foi realizada nos dias 28 e 29 de Junho de 1984, no palco do Saint Paul Civic Center, em Saint Paul, Minnesota. Na primeira noite, foram realizadas apenas gravações da banda e alguns figurantes. Na segunda noite, seria o show de início da turnê do disco e aconteceriam as gravações com a presença do público. Durante o show, a música foi executada duas vezes, para que De Palma pudesse obter todas as cenas que precisaria.

O video resume-se a banda tocando a música ao vivo e, portanto, não há nenhuma tomada em específico que evidencie a assinatura de De Palma, embora esse pareça ter gostado da experiência, a ponto de incluir um clipe completo em “Dublê de Corpo”, da música “Relax” da banda Frank Goes To Hollywood. No entanto, existe um detalhe essencial: há uma fã assistindo o show na primeira fila – uma das figurantes – que ao final é puxada por Bruce para dançar junto com ele no palco. Essa fã era uma jovem aspirante a atriz, de vinte anos de idade, chamada…

Courteney Cox, que eternizou seu nome na cultura pop como a personagem Monica Geller, no seriado “Friends”, além de também ter integrado a série de filmes “Pânico”, de Wes Craven. Na época em que participou desse clipe, Courteney ainda estava distante de qualquer estrelato, fazendo algumas pontas em séries de TV. Sua primeira aparição no cinema só iria ocorrer três anos depois, no filme “Mestres do Universo”, com Dolph Lundgren, adaptação dos desenhos animados do personagem He-Man. Em vídeo-clips ela só tornaria a aparecer em 1995 e 1996 – já com uma carreira estabilizada – participando das músicas “Good Intentions” e “A Long December” das bandas de Rock Alternativo Toad the Wet Sprocket e Counting Crows, respectivamente.

O esforço de todos os envolvidos em “Dancing In The Dark” deu frutos, com o clip vencendo na categoria “Best Stage Performance in a Video” no MTV Video Music Awards de 1985.

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