Ao nos depararmos com a música de Bulevardi percebemos que seu estilo remete às linhas clássicas do rock. Com um perfil virtuoso, o guitarrista belga insere em suas composições elementos surreais que convida o ouvinte a embarcar em uma viagem transcendental. Muito de sua magia, reside em seu álbum de 2017, “Lost Perfections from this Point of View”. Neste momento, o artista celebra o seu mais novo single “Ruby on the Roba” que, diferente do álbum completo de oito anos atrás, sugere uma viagem com sensações mais sólidas e uma guitarra mais agressiva. Além disso, algum clima aponta a uma leve referência da new wave.
Tal influência se refere ao uso constante de sintetizador, embora o timbre da guitarra revele também um efeito mais sintético. Entretanto, essa experiência eleva a gama de criação do guitarrista que não mede horizonte para suas ideias. A utilização de um novo software nas gravações ajudou Bulevardi a atingir o seu propósito com uma assinatura ainda mais autêntica. Tal recurso, nos proporciona uma viagem futurista como se estivéssemos em uma nave contemplando o espaço. No entanto, a intenção do músico é proporcionar a você um ambiente sonoro para que possas personificar a própria viagem, dando asas à imaginação.
Para o guitarrista, “Ruby on the Roba” possui um significado bem existencialista, algo que remota vinte anos atrás, mas precisamente em Helsinque (FIN). A ideia de composição para essa música teve raíz na Iso Roobertinkatu, onde o próprio diz que perdeu seu coração. A partir dessa revelação, entendemos por que Bulevardi já compôs tantas músicas referentes à Finlândia. As coisas vão além do aspecto musical chegando às vias do campo sentimental. Sempre que o artista cria a sua arte imergido em sentimentos, sejam eles quais forem, o resultado sai muito mais satisfatório. Isso é o que encontramos nesse single.
Agora, explorando mais o som, “Ruby on the Roba” é uma música que já chega chutando o balde com um riff de entrada instigante. Após a introdução, o riff principal inicia os trabalhos trazendo melodia e abrindo espaço para uma boa relação entre fã e músico. Os climas futuristas vêm em seguida com uma base grave cheia de pompa e linhas de sintetizador cativantes. A música não é tão extensa, mas passa dos quatro minutos de duração. Esse tempo contribui para deliciarmos cada nota sem que tudo soe burocrático. Nessa questão, a harmonia entre nuances nos entrega boas texturas.
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