Em recente bate-papo com o canal Energy Voice, Bruce Dickinson comparou o péssimo momento atual da indústria do petróleo com o cenário da indústria fonográfica de 15 anos atrás, quando esta se recusou a adaptar-se às mudanças vindas com o advento da internet.
Para quem não lembra, uma revolução musical teve início no começo dos anos 2000 com o Napster, que permitia que as pessoas baixassem qualquer música ou disco que desejassem gratuitamente.
Dickinson foi claro: “As gravadoras tentaram segurar sua base de consumidores. Mas veja bem, as pessoas não queriam ser ladrões. Todos estavam basicamente entusiasmados com a novidade e não podiam acreditar naquela sorte.”
Bruce ainda explicou que as companhias petrolíferas passam por um momento semelhante, devido aos baixos preços do petróleo e do gás natural, pois já que os tais preços são apreciados por ambientalistas e consumidores, poderá ter consequências drásticas no futuro.
“Foi exatamente o que aconteceu com a indústria musical há quinze anos atrás. A indústria do petróleo precisa olhar para o que está fazendo. Quando as gravadoras foram substituídas pelo mundo digital, isso não quis dizer que as pessoas não queriam mais pagar por álbuns. E de certa forma, elas ainda pagam por música, só que de maneiras diferentes. Elas compram camisas, ingressos para shows, produtos oficiais da banda, mas a música, propriamente dita, é de graça.
Já para a indústria do petróleo, as pessoas ainda precisam de energia, mas elas vão obter de diferentes maneiras. Se a indústria petrolífera se concentrar somente em perfurações e extração mineral, certamente ela seguirá o caminho dos dinossauros.”