Depois de lançar “Anthology I”, em 2023, com temas envolvendo assassinos em série de ficção, o Bringer of Light retorna neste ano com a segunda parte do projeto “Anthology II”. Diferente do primeiro, este EP de quatro músicas foi gravado apenas com instrumentais. “uma tela em branco para o ouvinte criar suas próprias fantasias malucas”, define o autor Brad Thiboult. A primeira música se chama “The Ascension of the One”, cujo peso e consistência define esta obra com adjetivações que vão do industrial mais brutal ao deathcore. No entanto, o que vale mesmo é a empolgação.
A primeira faixa é a única que traz uma participação especial, no caso, a de Cody Nordine. A partir de “Sterling Malory Archer”, Brad assume tudo, e essa em especial, além de possuir o característico peso de afinações baixas da guitarra, é composta também por arranjos de teclado que criam um clima de suspense muito bem-vindo. O que também merece destaque neste som, é a performance de baixo que em alguns momentos rouba a cena. Em outras partes, quando o riff dialoga com a bateria, temos uma execução groove que faz grupos como o Pantera parecerem bandinhas marciais.
Agora, falando sobre “The Towers and the Acolytes”, onde o baixo também dá o seu show particular, mas não apenas em algumas partes, mas em toda a extensão da música, percebemos que o clima é mais de tenção. E para ornamentar mais essa atmosfera, um belo trabalho de sintetizador é inserido aqui. Quando se pensa em velocidade, essa peça também é mais lembrada, afinal, não há nenhuma técnica djent por aqui que não possa dar lugar a experimentações mais tradicionais, como as velhas e essenciais palhetadas nas seis cordas. Para fechar este pequeno círculo, devemos pontuar a performance da bateria, que é uma das grandes responsáveis por versatilizar o peso da faixa.
A mesma bateria faz coisas monstruosas em “Get Over Here”, com compassos rápidos, como na introdução – aliás, tenho que dizer que quase perdi um subwoofer nessa música quando entrou o baixo – e durante o resto da execução, com utilização de várias técnicas, desde cadência para emoldurar mais o peso, a blast beats nervosos. Aqui, nem preciso dizer que essa faixa faz parte da ala rápida do disco, mas ao ouvir você me agradecerá pelas informações e indicações. De modo geral, o EP é um pouco rudimentar, mas para quem aprecia brutalidade quanto mais rude, melhor!
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