Bon Jovi passou por Curitiba no dia 27 de setembro com sua turnê “This House is Not for Sale”. O galã consagrado do Hard Rock levou muitos fãs à loucura na noite de sexta-feira no palco da Pedreira Paulo Leminski. Com exceções à parte, o cantor deu um show de carisma e carinho ao público, que lotou o local. A multidão ia desde quem estava grudado na grade para realizar o sonho de vê-lo de pertinho, até o começo do morro, onde fica a entrada da Pedreira. E o show foi sobre isso, ídolo, fã e sonhos.
Para dar um gostinho de sucesso dos anos 90, Goo Goo Dolls foram os eleitos para abrir o show. Eles ficaram conhecidos pela música “Iris”, que foi trilha sonora do filme “Cidade dos Anjos”, lançado em 1998.
Eles se mostraram muito humildes em reconhecer que a estrela da noite era o Bon Jovi, e que talvez muita gente ali não conhecia suas músicas. John Rzeznik é um vocalista muito carismático e aos poucos foi se soltando com o público curitibano. Brincalhão, ele disse ao anunciar Miracle Pill, do novo álbum lançado no dia 13 de setembro: “Vocês não precisam fingir que conhecem essa, porque é nova.” Agradeceu ao público a cada final de música. “Meu coração está muito cheio agora, isso foi divertido, foi divertido cantar com vocês.”, se entregou John, após perceber que o público cantava junto “Black Balloon”.
Eles também fizeram uma homenagem a uma “desconhecida”. “Nós encontramos uma garota aqui e ela me pediu para tocar essa música. Eu não sei o seu nome, então, onde quer que você esteja, essa música é para você.”, disse Rzeznik antes de cantar “Come to Me”, comprovando que sim, eles também tem seus fãs. O vocalista ainda agradeceu ao Bon Jovi, afinal, foi a turnê que permitiu estar ali. Mas foi com “Iris” que o público conseguiu emocionar a banda. Assim que começaram os primeiros acordes, a multidão que acompanhava gritou em peso, em um coro de arrepiar qualquer um naquela noite estrelada de Curitiba. John parou, suspirou e deu um sorriso que resumiu toda a satisfação de artista em ter seu trabalho reconhecido e soltou um: “Eu vejo que vocês conhecem essa”. O conhecido refrão diz: “And I don’t want the world to see me/’Cause I don’t think that they’d understand”, ou em bom português, “eu não quero que o mundo me veja, porque eu não acho que eles entenderiam”. Ah, mas eles entenderam!
O show foi curtinho e acabou por volta de 20h15. Muita gente aproveitou para ir ao banheiro, comprar bebida e se preparar psicologicamente para a chegada do rockstar, enquanto o palco estava sendo preparado. Perto das 21 horas, o telão começou a passar diversos monumentos da cidade, enquanto o público que estava do lado esquerdo do palco (olhando de frente) viu os integrantes descendo uma grande escadaria. Quem estava atrás, podia até não entender muito, mas sabia que, pela gritaria que se instalou, Bon Jovi estava chegando ao palco da Pedreira Paulo Leminski.
Who was with us in Curitiba last night?? #THINFStour pic.twitter.com/ZjCeauLb0P
— Bon Jovi (@BonJovi) September 28, 2019
A abertura foi com a música título da turnê “This House is Not for Sale”. Fato curioso é que o Jon cantava o refrão com o dedo apontado para si mesmo, como quem dá um recado. A primeira da lista dos clássicos foi “Born to be my Baby”.
Bom, o cantor aparenta se sentir constrangido por não alcançar mais as notas de antes. Essa questão tem acometido muitos vocalistas que começaram nos anos 80, ou até antes. O problema é que naquela época os cuidados com a voz não eram tão bem-vistos ou difundidos entre os artistas. E se isso atrapalha o show? Se você vai ao show exclusivamente para ouvir uma música executada com perfeição, a minha dica é que continue ouvindo no rádio, streaming e álbuns, porque ali sim o artista tem todos os aparatos e treino para conseguir o melhor resultado. Mas um show é muito mais que isso. É ver o artista ali na frente, sentir a energia e poder cantar com uma multidão de fãs as músicas preferidas.
A verdade é que o Bon Jovi construiu muito bem a sua carreira ao longo dos 36 anos. Todo esse retorno do público é prova que o sucesso de um trabalho consolidado como ele não acaba assim de um dia para o outro e que a memória afetiva tem muito valor. A música é mais do que uma execução de notas, ela tem significado, sensação, sentimentos e uma compreensão além do que o ouvido pode dizer. É bonito de ver o Bon Jovi recebendo de volta todo o carinho que ele doou ao público durante os anos. Muitos dos fãs que lotaram a Pedreira estavam ali para realizar o sonho de ver de perto o cantor. “Nós vamos ter muitas memórias, e esta noite será uma delas.”, disse o cantor.
Bon Jovi continua sendo o cara com covinhas e sorriso tão simpático que dá vontade de abraçar. Com o carisma e a humildade de poucos, ele se esforçou para entregar o melhor show para os fãs, do jeito que era possível. Bon Jovi está colhendo o louro de seu trabalho realizado ao longo dos anos.
Dito isso, os clássicos foram cantados basicamente em coro pelo público: “Born to Be My Baby”, “You Give Love a Bad Name”, “It’s My Life”, “Have a Nice Day”, “Keep the Faith”, “Wanted Dead or Alive” e “Bad Medicine”, ainda que cantada pelo Everett Bradley no segundo verso.
“Bed of Roses” foi embalada por diversos casais que se abraçavam na emoção de declarar seu amor, em frente ao seu ídolo. Ilustrado também por duas fãs que subiram, uma de cada vez, para ter a chance de ver Jon de pertinho. Diferente das outras cidades, não houve beijo na boca por aqui não.
Ao anunciar “In These Arms”, Bon Jovi diz que o tecladista David Bryan foi um dos autores da música e questiona: “O que vocês dizem de ter o Bryan no vocal dessa música?”. No set list ainda estavam “Lost Highway”, “Knockout”, “Roller Coaster”, “Whole Lot of Leavin’”, “We Weren’t Born to Follow”, “Amen”, “Lay Your Hands on Me”, entre outros. A banda agradeceu e saiu do palco, mas rapidinho, para logo voltar e cantar “I’ll Be There for You”,“Livin’ on a Prayer”.
