Richard Davies, nasceu em 22 de julho de 1944, em Swindon, Wiltshire, Inglaterra. Filho de Richard e Betty Davies, que era cabeleireira e tinha seu próprio salão de beleza. Seu pai trabalhava na marinha mercante.

Seus primeiros interesses musicais surgiram quando ele ainda tinha uns 8 anos de idade. Nessa época ganhou de seus pais um aparelho de som junto com alguns discos que pertenciam ao antigo dono. Rick estudou na Sanford Street School e sua mãe dizia que “a música era a única coisa em que ele era bom na escola”. Dentre os discos recebidos por ele havia um do baterista Gene Krupa chamado “Drummin’ man” (1956). De acordo com o próprio Davies, o álbum foi ouvido umas 2000 vezes, pois aquilo o tinha atingido como um raio.

Rick Davies

Foi então, que um amigo da família montou para ele um kit de bateria formado por latas de biscoito. Já aos 12 anos, Rick Davies entrou, como percussionista, para a banda Brass and Silver Jubilee, da Associação Britânica de Ferrovias. Curiosamente, Davies raramente tocou bateria novamente. Uma de tais aparições foi no álbum de estreia de Chick Churchill, que era o tecladista da banda Ten Years After, chamado “You & Me” (1973). A mãe de Rick Davies chegou a dizer que seu filho “aprendeu sozinho a maior parte do que sabe sobre música”.

Aos 15 anos de idade, Rick entrou para uma banda chamada Vince and the Vigilantes, em meio à novidade do Rock’n’Roll. 3 anos depois, aos 18 anos, enquanto ainda estudava arte na Swindon College, ele fundou a sua própria banda, a Rick’s Blues, onde ele tocava piano elétrico. A banda incluía o baterista irlandês Gilbert O’Sullivan, que faria destaque mais tarde como cantor romântico. O próprio O’Sullivan, em uma entrevista declarou que aprendeu a tocar piano e bateria com Davies. Este o havia ensinado tudo sobre música.

Por causa da doença do pai, que acabou mais tarde o levando à morte, Rick desfez a banda, deixou a faculdade e passou a trabalhar como soldador em uma empresa de fabricação de produtos e sistemas para a indústria, em sua cidade natal. Suas esperanças na carreira artística foram então suspensas, para que ele pudesse ajudar em casa.

Rick Davies

Aos 22 anos tornou-se organista na banda The Lonely Ones, uma das primeiras bandas do guitarrista do The Jimi Hendrix Experience, Noel Redding, embora este já não estivesse mais na banda quando Rick entrou. Uma curiosidade sobre isso é que Rick mentiu, dizendo que sabia tocar órgão, para poder entrar na banda. No ano seguinte, o grupo mudou de nome para The Joint. Pouco depois, na Alemanha, Rick conheceu o milionário e músico amador holandês Stanley August Miesegaes, conhecido apenas por Sam, uma abreviatura de seu nome. Isso mudou o rumo de Rick na vida artística. Confiando no talento de Rick, Sam tornou-se o patrocinador do The Joint, proporcionando ao grupo gravar trilhas sonoras para filmes alternativos alemães. A banda, porém, começou a se desfazer, mas Sam convenceu Rick a continuar garantindo patrocínio para que sua carreira artística não terminasse ali.

Em 1969, Rick decidiu voltar para sua pátria para recomeçar a vida e trouxe com ele seu patrocinador. Já em Londres, Rick publicou um anúncio no jornal “Melody Maker”, em agosto daquele ano. O anúncio trazia sua intenção de formar um novo conjunto musical. O músico Roger Hodgson atendeu ao pedido e passou no teste. Apesar das diferenças entre eles, uma vez que Roger era de origem rica e Davies não, estabeleceu-se ali uma ligação instantânea. Dali em diante, passaram a compor juntos todas as suas músicas.

Com os demais músicos sendo acrescidos, formou-se a banda Daddy, que em 1970 mudou de nome para Supertramp, um dos maiores nomes do Rock Progressivo. Um contrato foi assinado com a gravadora iniciante A&M Records e o álbum de estreia, denominado “Supertramp” foi lançado no mesmo ano, com Hodgson assumindo a maior parte dos vocais. No segundo álbum foi a vez de Davies se destacar nos vocais e partir daí os dois passaram a dividir essa tarefa. A voz de Davies é mais distintamente masculina que a de Hodgson, e com isso era criado o belo contraste entre seu barítono ríspido e o timbre tenor de corista de seu colega de banda. No entanto, Davies ocasionalmente cantou em um falsete que imitava o de Hodgson, como em “Goodbye Stranger” e “My Kind of Lady”. No Supertramp Rick Davies é vocalista e tecladista, mas também pode ser ouvido tocando gaita, escaleta e percussão. 5 anos depois, a banda já havia alcançado sucesso comercial. Em 1977, a banda inteira se mudou para os EUA. O álbum “Breakfast in America” foi gravado nesta etapa da banda e trouxe mais hits do que tudo o que havia sido lançado até então. Já foram vendidos desde seu lançamento, em 1979, até hoje, mais de 20 milhões de cópias. Deste álbum saiu, possivelmente o maior clássico do grupo, a música “The Logical Song”, que entrou no Top 10 do Reino Unido e além dele, mais 3 singles entraram nas paradas da Billboard: “Goodbye Stranger”, “Take the Long way Home” e “Breakfast in America”.

Supertramp com a formação que gravou o aclamado “Breakfast in America/1979”: Dougie Thompson, Bob Siebenberg, John Helliwell, Roger Hodgson e Rick Davies

Com a saída de Roger Hodgson, em 1983, já com a parceria deteriorada, Rick Davies assumiu o comando da banda. Desde 1977 é casado com Suzanne Davies, que se tornou a empresária do Supertramp em 1984. Rick Davies foi diagnosticado com um mieloma múltiplo, um tipo de leucemia que causa o enfraquecimento dos ossos e insuficiência renal, o que o levou a cancelar diversos compromissos para cuidar da saúde. Ao longo dos anos, o Supertramp se desfez, chegando a encerrar atividades e se refez novamente. O último álbum de estúdio lançado pela banda foi “Slow Motion” (2002) e Rick Davies é o único membro original, gravando todos os álbuns da banda.

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