Miljenko Matijević, nome real de Michael Matievich, nasceu em Zagreb, na Croácia, em 29 de novembro de 1964. Lá viveu até 1970 com seu irmão John e seus avós. A partir deste ponto, seus pais os levaram para Scardale, Nova York. 2 anos depois, mudaram-se para Greenwich, Connecticut, também nos EUA. John aprendeu a tocar guitarra e Mili dedicou-se ao canto, dando voz aos temas country. Aos 9 anos tornou-se corista da igreja e aos 11 anos começou a trilhar pelos caminhos do rock ao descobrir a lendária banda inglesa Led Zeppelin.
Não demorou muito para que formasse a sua primeira banda, o Teazer, junto com seu irmão. A banda tocava covers do Led Zeppelin e do Black Sabbath, além de material autoral. Depois veio a banda The Mission (não confundir com a britânica), onde ele pode se aprimorar como vocalista. Durante uma apresentação em Nova York, Don Stroh convidou Miljenko a ensaiar com um grupo, nos estúdios. Ali, ele conheceu Chris Risola, James Ward e Jack Wilkinson. O encontro deu liga e o quarteto formou o Red Alert.
Nesse meio tempo, Miljenko chegou a fazer curso superior em engenharia mecânica, mas seu negócio era a música, então acabou deixando a faculdade no passado. O grupo passou a trabalhar em uma demo com 5 faixas, mas com o intuito de se tornarem realmente conhecidos, mudam-se para Los Angeles. A banda passa por algumas mudanças na sua formação, e assinam contrato com a MCA. Porém, por questões de direitos, uma vez que já havia outra banda com o mesmo nome, mudam o nome para SteelHeart. Assim, em 1990, a banda lança o álbum de estreia, auto-intitulado, que chamou a atenção do mundo, com belas canções de hard rock. Uma curiosidade sobre este álbum é o nome de um dos produtores, Bruce Dickinson. Porém, não é o vocalista do Iron Maiden, mas um americano de nome igual.
Após o lançamento do segundo álbum “Tangled in Reins”, em 1992, a banda fez 49 shows, como banda de apoio ao Great White. Para um último show, foram convidados para uma participação numa apresentação do Slaughter , em Denver, no Colorado/EUA. Miljenko era um vocalista performático, que corria por todo o palco e fazia movimentos extravagantes. Na noite do Halloween, em 31 de outubro de 1992, enquanto interpretava a canção “Dancing in the Fire”, Mili subiu em uma das torres de iluminação, que não estava fixada ao chão. Como resultado, a coluna veio abaixo. Mili mesmo correndo, não teve tempo para se esquivar e o equipamento, de quase meia tonelada caiu em cima dele, atingindo suas costas e cabeça. Mesmo se levantando sozinho e indo ao backstage, Milijenko estava gravemente ferido e foi imediatamente levado ao hospital, onde foi diagnosticado com traumatismo craniano, bem como fraturou o nariz e o maxilar, assim como torceu a coluna e o fez perder a memória. Sua recuperação levou 8 meses de cama e mais 2 anos de fisioterapia, dando por encerradas as atividades do SteelHeart com a formação original. Miljenko perdeu tudo, dinheiro, fama, amigos, família, etc, tendo que recomeçar do zero.
E assim se deu. 4 anos após o acidente, com a banda reformulada, lançam o terceiro álbum “Wait”, em 1996, mesmo com Miljenko ainda não recuperado totalmente.
Em 2001, foi lançado o aclamado filme Rockstar, estrelado por Mark Wahlberg e Jennifer Aniston. Miljenko foi convidado não só para ceder uma música do álbum “Wait”, no caso a faixa de abertura “We all die Young”, como tema principal do longa, mas também para dar voz ao conjunto fictício Steel Dragon, que contava na sua formação em cena com Jason Bonham, na bateria, Zakk Wilde, na guitarra e Jeff Pilson, no baixo, além de Jeff Scott Soto, com a outra voz, e Miles Kennedy. Reza a lenda que foi durante as gravações da trilha sonora do filme, que Miljenko recuperou a sua memória.
A banda segue na ativa até hoje. Miljenko, que esteve mais recentemente em uma temporada vivendo na Coreia do sul, continuou no comando do SteelHeart, que lançou seu último álbum “Through World of Stardust”, em 2017 e um ao vivo, gravado na Itália, “Rock’n Milan”, em 2018. O legado de Miljenko Matijevic é grandioso, sendo ele considerado o dono de uma das vozes mais agudas do hard rock, mesmo sem o uso do falsete, com uma extensão vocal difícil de ser alcançada por intérpretes masculinos.