Biografia: Bill Bruford

William Scott Bruford nasceu em 17 de maio de 1949, em Sevenoaks, uma cidade do condado de Kent, no sudeste da Inglaterra, na região metropolitana de Londres, sendo filho do cirurgião veterinário John Bruford, com Betty e tendo como irmãos mais velhos, John e Jane. Em sua infância estudou no The New Beacon e depois na Tonbridge School. Após assistir performances de bateristas de jazz americanos numa série de TV na BBc2, chamado Jazz625, decidou que seria um baterista, ainda no início da adolescência, aos 13 anos. Daí, passou a praticar no sótão da casa onde morava. Por volta desta época, ganhou de sua irmã mais velha pincéis de bateria, de presente de aniversário. O som produzido com os pincéis, lembravam o de uma caixa e ele os usava nas capas dos álbuns.

Seu início como baterista o fazia usar apenas uma caixa. Aos poucos foi construindo uma bateria completa. Um dos membros da Royal Philharmonic Orchestra, chamado Lou Pocock deu a ele algumas aulas, ainda na sua adolescência. Enquanto ainda estudava, Bruford fez amizade com vários fãs de jazz. Um deles deu a Bruford aulas de improvisação e um livro tutorial do baterista americano Jim Chapin. Bruford começou, então, a se apresentar com uma banda de R&B/Soul, chamada The Breed. Com ele na bateria, a banda era formada por Stu Murray, na guitarra, Mike Freeman, no saxofone, Ray Bennett, no baixo e Doug Kennard, voz e guitarra. Tocaram juntos entre os anos de 1966 e 1967. Após sair do The Breed, Bruford deixou a música de lado e iniciou um curso de economia na Universidade de Leeds.

Bill Bruford

Ao retornar à música, Bruford fez teste para a banda de blues rock Savoy Brown, de Battersea, que foi malsucedido, durando apenas 3 shows num pub da cidade. Após isso, juntou-se a banda de rock psicodélico Paper Blitz Tissue por um breve período. Daí, respondendo a um anúncio visto em uma loja de música para uma residência de 6 semanas na Itália, juntou-se ao The Noise. Porém, devido a problemas de ordem técnica, deixou a banda e voltou de carona pra Londres, com seu kit de bateria.

Já com 19 anos de idade, de volta a Londres, o rumo de sua vida começou a tomar ares maiores. Bruford colocou um anúncio na famosa revista britânica Melody Maker, oferecendo-se como baterista e foi descoberto pelo cantou Jon Anderson, da banda de rock psicodélico Mabel Greer’s Toyshop, onde também tocavam o baixista Chis Squire e o guitarrista Clive Bayley, que precisavam de um baterista para substituir Bob Hagger. O encontro ocorreu no dia 7 de junho de 1968 e já naquela mesma noite, Bruford foi convidado a tocar com eles no Rachel McMillan College, em Deptford. O repertório consista na In the midnight hour, de Wilson Pickett, do álbum homônimo de R&B, lançado em 1965. A harmonia dos músicos chamou a atenção de Bruford. Apesar de várias ofertas de trabalho, que lhe renderiam dinheiro, uma delas lhe dando a oportunidade de ganhar 30 libras por semena, Bruford resolveu permanecer ao lado de Anderson e Squire, que estavam se encarregando de formar uma nova banda. Durante os ensaios, o guitarrista Peter Banks, entrou no lugar de Bayley. Após a chegada do tecladista Tony Kaye, mudaram de nome e juntos fundaram uma das maiores bandas de rock progressivo de todos os tempos, o Yes.

Yes (1971) com Bill Bruford no centro da imagem

Com o Yes, Bruford permaneceu até 1972 e neste período gravou com a banda os 5 primeiros álbuns de estúdio, culminando com Close to the Edge (1972). Durante esse tempo, o principal objetivo de Bruford era fazer com que o som da bateria fosse ouvido. Conflitos de personalidade o levaram a sair do Yes, logo após a gravação do álbum Close to the Edge e em seguida, juntou-se ao já estabelecido grupo King Crimson, em julho daquele mesmo ano. Durante sua passagem pelo King Crimson, Bruford teve uma grande influência, através do percussionista de jazz Jamie Muir. Sua saída da banda se deu quando o líder Robert Fripp a dissolveu, em setembro de 1974.

King Crimson (1974). Bill Bruford é o segundo da direita
https://www.youtube.com/watch?v=_rPtnplgUgs

Nos anos que se seguira, Bruford se envolveu em diversos trabalhos, incluindo uma passagem pelo Genesis, logo após a saída do então vocalista Peter Gabriel, assumindo a bateria da banda para que o então baterista Phil Collins pudesse se dedicar aos vocais. Bruford eventualmente retornou ao King Crimson e ao Yes, em algumas incursões. Foi convidado para se juntar a Jimmy Page e Paul Rodgers em uma nova banda que estava em formação, chamada The Firm, em 1985, embora a parceria não tenha se concretizado, entrando Chris Slade em seu lugar. Bruford formou seu próprio grupo de jazz, chamado Earthworks. Já nos anos 2000, Bruford fundou duas gravadoras e se aposentou de shows e gravações em 2009. Em 2016, após 4 anos de estudos, obteve o título de PhD em música, pela University of Surrey.

Cerimônia do Hall da Fama. Yes: Da esquerda pra direita: Steve Howe, Alan White, Bill Bruford, Rick Wakeman, Jon Anderson, Trevor Rabin

Em 2017, foi induzido no Rock and Roll Hall of Fame, como um dos membros do Yes, embora, mesmo tendo comparecido à cerimônia, não fazendo discurso de aceitação. Sua autobiografia foi lançada oficialmente em 2009. Bruford declarou que os bateristas Max Roach, Joe Morello, Art Blakey e Ginger Baker foram os mais influentes em sua vida quando jovem. Ele mesmo é considerado como um dos maiores bateristas da história do rock. A revista Rolling Stone o classifica como 16º em sua lista dos 100 maiores bateristas de todos os tempos. Sem dúvida, o seu legado é gigantesco e muito influente no mundo da música.

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