O Motorhead sempre fez muito barulho! Literalmente! Foram 22 álbuns de uma carreira que, se passou por momentos menos inspirados, foram pouquíssimos. Em todos seus anos de existência, o grupo comandado pelo inesquecível Lemmy Kilmister sempre foi dominante na música alta e intensa que fez história e deu vários impulsos para a criação de estilos e bandas cada vez mais extremas.
Escolher 10 músicas, dentro desse acervo, não é fácil, mas nossa equipe selecionou aquelas que entende serem as mais representativas perante o legado de integridade e honestidade do Motorhead!
10ª. Motorhead (do disco Motorhead, 1977) 40,5 pontos
O primeiro grande clássico de sua longa discografia. A música que deu nome à banda não foi criada originalmente para ela. Dois anos antes do Motorhead fazer a sua própria versão, ela já havia sido gravada pelo Hawkwind e lançada como lado B do single “Kings of Speed”. A versão do disco “On Parole” é do mesmo ano da gravação do Hawkwind, 1975, mas esse disco só foi oficialmente lançado em 1979, então a gravação de 1977 permanece como a estreia de fato.
9ª. Born To Raise Hell (do disco Bastards, 1993) 53 pontos
Essa faixa é mais conhecida não pela sua versão do álbum, mas pelo single que foi lançado com as participações de Ice-T e Withfield Crane, do Ugly Kid Joe, que virou um clipe de alta rotação na MTV, divulgando também o filme “Airheads – Os Cabeças-de Vento”, da qual integrava a trilha sonora.
8ª. Stay Clean (do disco Overkill, 1979) 62 pontos
A segunda faixa do álbum “Overkill” possui um riff sinuoso e imortalizou-se pela sua presença no repertório do ao vivo “No Sleep ‘til Hammersmith”, além de um belo solo de baixo realizado por Lemmy. A letra é uma das tantas de determinação e auto-afirmação que o baixista sabia criar tão bem.
7ª. Killed By Death (música inédita incluída na coletânea No Remorse, 1984) 64,5 pontos
“Killed By Death” foi lançada apenas como single e incluída na coletânea dupla “No Remorse”, junto com outras três faixas inéditas. Foi uma das primeiras gravações da formação que, por pouco tempo, teve o baterista Pete Gill, ex-Saxon, na banda.
6ª. Bomber (do disco Bomber, 1979) 66 pontos
De certa forma, “Bomber” está simbolizada na capa de dois álbuns: a do próprio disco homônimo e o ao vivo “No Sleep ‘til Hammersmith”, pois o avião de cenário, que aparece na foto da capa, foi desenvolvido por conta da temática da canção, inspirada em um livro de ficção que narra a história do voo de um bombardeiro da RAF sobre a Alemanha, em 1943.
5ª. Iron Fist (do disco Iron Fist, 1982) 74 pontos
Será que foi a produção de “Fast” Eddie Clarke que fez com que os solos dessa faixa se tornassem tão memoráveis? Talvez, mas essa mesma produção foi um dos fatores que levou ao desgaste de sua relação com Lemmy e sua subsequente saída do Motorhead. Não bastasse a excelência da música, a veiculação constante de seu clipe, nos programas especializados, garantiu a sedimentação desse proto-speed metal em nossa memória.
4ª. Hellraiser (do disco March Or Die, 1992) 77 pontos
“Hellraiser” é uma faixa que se tornou muito popular, sendo considerada por muitos como um clássico, embora sua presença em discos ao vivo ou coletâneas não tenha sido uma constante. A música foi escrita em parceria com Ozzy Osbourne e Zakk Wylde, tendo sido gravada no álbum “No More Tears”, de Ozzy, no ano anterior. A versão do Motorhead, que é uma das primeiras gravadas pelo baterista Mikkey Dee com a banda, foi também utilizada para a trilha sonora do filme “Hellraiser III: Inferno na Terra”.
3ª. Orgasmatron (do disco Orgasmatron, 1986) 83,5 pontos
Apesar do desgosto da banda com a produção, em termos de composição o disco “Orgasmatron” foi um acerto em todos os sentidos, além de representar uma virada de página em sua história. Pela primeira vez, um álbum do Motorhead era realizado em formato de quarteto, com duas guitarras. A faixa título se destacava pelo seu andamento de moto-contínuo, sem variações em sua cadência, mas com várias intervenções que enriqueciam o arranjo.
2ª. Overkill (do disco Overkill, 1979) 126,5 pontos
Imaginar nem sempre é suficiente. Gostaria de ter sido um fã de Rock, naquele hoje distante ano de 1979, e perceber em pessoa como foi o impacto de “Overkill”! Ou, talvez, não perceber, pelo menos não de imediato, pois a faixa era algo ainda mais inusitado para o período do que o foi o Thrash Metal quatro anos depois. Comandada pelo ataque de pedal duplo de Phil Taylor, a música não parece querer terminar e oferece dois falsos finais, retornando mais alta e furiosa a cada vez.
1ª. Ace of Spades (do disco Ace Of Spades, 1980) 147 pontos
Um riff veloz de baixo abre a música e o Motorhead exibe as cartas que tem na mão. “Ace of Spades” foi o ponto culminante da fase com “Fast” Eddie Clarke e abriu os anos 80 como um prenúncio do que aquela década seria. A faixa título tornou-se a mais famosa da banda e uma espécie de símbolo. Lemmy afirma na letra que nasceu para perder, mas hoje percebemos que, como todo bom jogador, ele estava blefando.
Redatores responsáveis pela votação: Gleison Jr., Leandro Viana, Marcos Gonçalves, Alexandre Temoteo, Helton Grunge, Vitor Sobreira, Anderson Frota, Bruno Rocha, Daniela Farah, Renan Soares, Flavio Farias, Jessica Marinho, Jessica Alves, Leandro Farias da Costa, Aline Costa, Jessica da Mata, Alexandre Veronesi, Pedro Henrique, Mauro Antunes, Maria Clara Goé, Gustavo Troiano, Giovani Turazi, Marcelo Sant’Anna, Eduardo Muralha, Alessandro Iglesias, Caio Cesar, Jennifer Kelly e Umberto Miller.