Desde os primórdios, o KISS tinha como objetivo elevar a um patamar mais alto o que se entendia como rock teatral. Com suas performances regadas a fogo e explosões, visual chocante e música carregada de energia, a banda trouxe ao mundo uma nova forma de curtir o tão falado lema “sexo, drogas e rock’n’roll”. Perto de completar 50 anos de estrada, o KISS é uma daquelas bandas em que se aplica o termo ‘ou me ama ou me odeia’, quase na mesma proporção. O fato é que mesmo muitos não gostando de suas canções, a maioria do que a banda fez nos idos anos 70 ficou registrado nos anais da história e ultrapassaram a barreira do tempo, tornando-se canções clássicas e atemporais. Seria difícil determinar um ranking de melhores canções considerando toda a longeva trajetória da banda. Na verdade, mesmo considerando o auge do quarteto nova-iorquino, levando-se em conta o que foi lançado apenas nos anos 70, é uma tarefa gigantesca escolher as 10 melhores músicas, tamanha a quantidade de clássicos que foram lançados. Mas, o desafio foi lançado e eis o Top 10 de músicas do KISS dos anos 70.
Texto e comentários por Jennifer Kelly
10ª I Stole Your Love (do disco “Love Gun”, 1977) 38 pontos
A faixa que abre um dos melhores álbuns da banda, foi escrita por Paul Stanley, o Starchild. De acordo com seu criador, a inspiração para esta clássica canção seria um outro clássico do rock, “Burn”, do Deep Purple. O fato é que “I Stole your Love” é uma excelente canção e merece a honra de estar nesta lista.
9ª Deuce (do disco “Kiss”, 1974) 48,5 pontos
Escrita e interpretada pelo “Senhor Demônio” Gene Simmons, para o álbum homônimo de estreia da banda, é uma das mais conhecidas do repertório do KISS, desde os primórdios. A música tem sido usada como música de abertura nos shows da banda em diversas ocasiões, desde então. As linhas de baixo foram copiadas da canção “Bitch”, dos The Rolling Stones, porém sendo executada ao contrário.
8º God of Thunder (do disco “Destroyer”, 1976) 49 pontos
Uma das mais polêmicas músicas da banda, escrita por Paul Stanley. Porém, por uma exigência do produtor Bob Ezrin, caiu no colo de Gene Simmons, o que foi uma decisão mais do que acertada, pois acabou virando uma marca registrada do Homem-Morcego, usada inúmeras vezes em seus solos nos shows, afinal Gene “The Demon” Simmons é ou não o Deus do Trovão? David e Josh Ezrin, filhos do produtor gravaram as vozes de crianças ouvidas na música.
7ª Shout It Out Loud (do disco “Destroyer”, 1976) 52,5 pontos
Música de arena, feita para sacolejar as multidões e cantada num dueto entre Stanley e Simmons, foi o primeiro single do aclamado álbum “Destroyer”. A canção é sempre uma das mais festejadas entre os fãs e executada pela banda nas apresentações ao vivo. Claro, tem seu lugar cativo nesta lista.
6ª Black Diamond (do disco “Kiss”, 1974) 64 pontos
Até hoje, esta clássica canção lançada no álbum de estreia, é uma das mais cantadas pelos fãs. Nos shows é a responsável por um dos momentos mais aguardados, a elevação da bateria. Apesar de ter sido composta por Paul Stanley, os vocais foram gravados pelo baterista Peter Criss, que também a cantava ao vivo. A voz rouca e agressiva do Homem-Gato elevou não só a bateria, mas a própria música a outro patamar.
5ª Strutter ((do disco “Kiss”, 1974) 64,5 pontos
Outra canção que atravessou gerações e não sofreu a erosão do tempo, foi a faixa de abertura do álbum de estreia, composta pela dupla à frente do KISS, Paul Stanley e Gene Simmons, algum tempo antes da formação original. Na verdade, a melodia foi escrita por Simmons na época do Wicked Lester, a banda que originou o KISS. Depois, Stanley acrescentou a letra e o tempo se encarregou de transformá-la em clássico.
4ª I Was Made For Lovin’ You (do disco “Dynasty”, 1979) 83 pontos
A época já não era mais a mesma e a banda estava se rompendo em duas. Peter Criss, o baterista original foi substituído nas gravações pela sul-africano Anton Fig, que havia gravado a bateria no álbum solo do guitarrista Ace Frehley, o Homem do Espaço, um ano antes. A Disco Music tomava conta do show buziness e o KISS resolveu se aventurar no estilo, compondo algo mais dançante. Além de Stanley, que interpreta a canção, assinam o hitmaker Desmond Child e o produtor Vini Poncia. Apesar de não agradar aos mais puritanos, a verdade é que a música é uma das mais lembradas e executadas pela banda nos shows.
3ª Rock And Roll All Nite (do disco “Dressed to Kill”, 1975) 90 pontos
Apesar de aparecer aqui na lista em terceiro lugar, podemos dizer que essa canção é o clássico dos clássicos. Originalmente lançada no terceiro disco do KISS, ela foi elevada a outro nível ao ganhar a versão ao vivo e definitiva no álbum “Alive!”, um dos maiores álbuns ao vivo da história do rock (1975). A música de arena passou a se tornar a canção de encerramento apoteótico dos shows da banda, fazendo seus súditos, ou melhor fãs entrarem em catarse. Composta pela dupla Simmons e Stanley, que a interpretam em dueto nos shows, a música traz na sua letra a definição do espírito do que é viver o rock’n’roll, com seus elementos de sensualidade, diversão e rebeldia, afinal o que a juventude queria mesmo é ‘rock’n’roll a noite toda e festa todo dia’.
2ª Love Gun (do disco “Love Gun”, 1977) 101 pontos
Seu riff inicial ao estilo de uma metralhadora faz qualquer um tremer. A faixa que dá nome ao sexto álbum de estúdio do KISS é também uma das mais aguardadas pelos fãs nos shows, onde Paul Stanley realiza o seu famoso voo sobre a multidão. A inspiração do nome “Arma do Amor”, bem como a essência da letra foi tirada da versão de Albert King para a canção “The Hunter”, composta originalmente por Booker T. & The M.G.’s.
1ª Detroit Rock City (do disco “Destroyer”, 1976) 106 pontos
Aquela, talvez, que seja a mais apropriada para abrir os shows do KISS e uma das mais fortes do seu repertório. A letra se baseia num acidente que vitimou um fã da banda, que se dirigia para um show do KISS, em Detroit. O magnífico produtor Bob Ezrin conseguiu com vários efeitos levar o ouvinte para dentro de um carro e viajar em alta velocidade até o fatídico acidente. A música é poderosa, cativante e tem um dos mais marcantes solos da discografia do KISS, executado por Ace Frehley e por sua força e ousadia, merece estar no lugar mais alto do pódio dentre as 10 melhores canções do KISS lançadas nos anos 70.
Redatores responsáveis pela votação: Marcos Gonçalves, Alexandre Temoteo, Helton Grunge, Vitor Sobreira, Anderson Frota, Bruno Rocha, Daniela Farah, Renan Soares, Jessica Alves, Aline Costa, Jessica da Mata, Alexandre Veronesi, Pedro Henrique, Mauro Antunes, Maria Clara Goé, Gustavo Troiano, Giovani Turazi, Alessandro Iglesias, Caio Cesar, Jennifer Kelly, Rafael Sgroi e Carlos H. Silva.