Uma banda australiana surgiu para dominar o Hard Rock na década de 70. A estratégia? Trazer o Rock para o seu básico e – vá lá – um visual diferenciado para o seu guitarrista líder.
A discografia do AC/DC é tão repleta de clássicos, que resolvemos separar suas principais músicas de acordo com suas duas grandes fases. A primeira com o saudoso e inimitável Bon Scott e, a segunda, com o carismático Brian Johnson, mais para o futuro. Para sermos mais precisos, a indicação das faixas seguirá o critério de suas primeiras aparições nos lançamentos australianos, quando for o caso.
10ª. Problem Child (do disco Dirty Deeds Done Dirt Cheap, 1976) 42 pontos
Dentre as mudanças realizadas na discografia do AC/DC, por conta do lançamento norte-americano de seus trabalhos, “Problem Child” foi beneficiada pelo fato de ser incluída em dois discos. A canção, que é mais uma das tantas que demonstram o talento de Bon Scott como letrista, pertence originalmente ao tracklist de “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”, mas foi utilizada também para substituir “Crabsody in Blue” na edição americana de “Let There Be Rock”, pois a letra desta última, com uma descrição pouco disfarçada dos incômodos causados por uma infestação de chatos, não foi bem aceita pelos executivos ianques. A diferença entre as duas aparições está apenas na exclusão do final estendido, presente na versão original.
9ª. High Voltage (do disco T.N.T., 1975) 61,5 pontos
Aquilo que conhecemos como o álbum “High Voltage”, com a figura icônica de Angus Young e um raio na capa, tem mais relação com a edição original do disco “T.N.T.” do que com o “High Voltage” australiano, pois foi de “T.N.T.” de onde saíram a maioria das canções presentes. A clássica faixa título não poderia ficar ausente dessa lista, pois a progressão de acordes, em seu refrão, é justamente a sequência A, C, D, C.
8ª. The Jack (do disco T.N.T., 1975) 70,5 pontos
“The Jack” é um dos Blues mais conhecidos do AC/DC, e também passou pela realocação na discografia, sendo inserida no lançamento internacional de “High Voltage”. A letra fala de uma groupie que passou uma doença venérea para mais de um integrante da banda, mas ao contrário da mencionada “Crabsody in Blue”, o tema está mais metaforicamente tratado, pois é abordado como se estivesse se referindo a um jogo de cartas.
7ª. Jailbreak (do disco Dirty Deeds Done Dirt Cheap, 1976) 75,5 pontos
Precisou haver o lançamento do EP “’74 Jailbreak”, em 1984, para que o resto do mundo pudesse ter acesso a algumas das músicas que haviam ficado restritas à edição australiana de “High Voltage”. Daquelas cinco músicas, apenas “Jailbreak” não pertencia ao disco de estreia, pois fazia parte do tracklist australiano de “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”, mas tanto ela, quanto “R.I.P. (Rock In Peace)”, foram substituídas na versão internacional por “Rocker” – da versão original do álbum “T.N.T.” – e “Love At First Feel”, que era um single australiano.
6ª. Let There Be Rock (do disco Let There Be Rock, 1977) 79,5 pontos
“Let There Be Rock” está certamente entre as músicas mais viscerais do AC/DC. Um riff de impacto e uma letra que adapta versos bíblicos para narrar a criação do Rock: “Que haja luz… que haja som… bateria… guitarra… que haja o Rock!”. O clipe vai nessa linha e traz Bon Scott vestido como um padre. Embora o baixista no clipe seja Cliff Williams, ele não gravou o disco, que foi o último trabalho de Mark Evans com a banda.
5ª. Dirty Deeds Done Dirt Cheap (do disco Dirty Deeds Done Dirt Cheap, 1976) 87,5 pontos
O matador de aluguel da letra oferece algumas opções de serviço: TNT, alta voltagem, sapatos de concreto ou cianeto. Basta ligar para o número 36-24-36, que seriam, coincidentemente, as medidas femininas perfeitas, na opinião de Bon. Os backing vocals de Malcolm Young fazem a devida diferença do refrão desta faixa.
4ª. Whole Lotta Rosie (do disco Let There Be Rock, 1977) 101 pontos
42-39-56. Outras medidas, mas dessa vez um pouco maiores, e que pertenciam à tasmaniana Rosie, uma groupie que concedeu uma inesquecível experiência para Bon Scott. A canção originalmente se chamava “Dirty Eyes”, mas nunca havia sido lançada, embora sua primeira versão tenha sido incluída no boxset “Bonfire”. Uma mudança na letra, e em parte do arranjo, transformaram-na em “Whole Lotta Rosie”, imortalizada por um dos melhores solos e pela tradicional invocação do nome “Angus” entre os acordes iniciais.
3ª. It’s A Long Way To The Top (If You Wanna Rock’n’Roll) (do disco T.N.T., 1975) 101,5 pontos
Em 1975, o AC/DC já integrava, com maestria, o som de uma gaita de fole ao Rock’n’Roll, fazendo inclusive uma dobradinha com a guitarra no momento do solo. A música, que era naquele momento apresentada por uma banda que ainda estava em seu segundo álbum, fala das dificuldades da estrada. Brian Johnson entendeu que essa canção era algo muito vinculado à personalidade de Bon e, em respeito a ele, nunca a executou ao vivo.
2ª. T.N.T. (do disco T.N.T., 1975) 121 pontos
Um dos riffs mais simples e eficientes do AC/DC está presente nessa canção, cuja potência cinética é amplificada pela batida metronômica de Phil Rudd. “T.N.T.” é uma das preferidas em eventos esportivos, mas também teve o revés de ser incluída, por algum tempo, na lista de músicas de veiculação proibida após os atentados de 11 de setembro, junto com “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”, “Highway to Hell” e “Shot Down In Flames”, entre as canções do AC/DC com Bon Scott.
1ª. Highway To Hell (do disco Highway To Hell, 1979) 134,5 pontos
O fato da melhor música do AC/DC, nos anos Scott, ser uma composição do último álbum gravado, mostra que a banda estava em seu melhor momento e que, dali em diante, a tendência era ir cada vez mais para o alto. “Highway To Hell” foi o testamento de Bon e deve seus méritos também para o produtor “Mutt” Lange, que esteve na transição entre os dois vocalistas e obteve os melhores álbuns de cada um. Bon entregou a condução do volante para Brian Johnson e o AC/DC prosseguiu em linha reta na infinita autoestrada para o inferno.
Redatores responsáveis pela votação: Gleison Jr., Leandro Viana, Marcos Gonçalves, Alexandre Temoteo, Helton Grunge, Vitor Sobreira, Anderson Frota, Bruno Rocha, Daniela Farah, Renan Soares, Flavio Farias, Jessica Marinho, Jessica Alves, Leandro Farias Costa, Aline Costa, Jessica da Mata, Alexandre Veronesi, Pedro Henrique, Mauro Antunes, Maria Clara Goé, Gustavo Troiano, Giovani Turazi, Marcelo Sant’Anna, Eduardo Muralha, Alessandro Iglesias, Caio Cesar, Jennifer Kelly e Umberto Miller.