O vocalista/guitarrista do Behemoth, Adam “Nergal” Darski conversou recentemente com Christina Rowatt no podcast “The Void With Christina“, da Austrália. A conversa completa pode ser ouvida abaixo. Seguem alguns trechos (transcritos peloBLABBERMOUTH.NET e traduzidos pela Roadie Metal).
Sobre sua filosofia pessoal:
Nergal: “Eu apenas tento manter meus olhos abertos e processar o mundo, porque em cada esquina você pode encontrar pessoas inteligentes. Em primeiro lugar, aprendi a ouvir meu corpo e ouvir a intuição. Eu aprendi que isso é exatamente onde o maior conhecimento está — não no meu cérebro, mas em meu corpo e minha intuição. Há até uma incrível citação de Friedrich Nietzsche que diz: ‘Não há outra filosofia maior que a filosofia em seu corpo. Seu corpo é a maior sabedoria. Eu adoro totalmente essa frase. Eu acho que é muito crucial na minha vida’.”
Sobre como ele muda quando está se apresentando ao vivo com o Behemoth:
Nergal: “O que você vê no palco é basicamente um espelho de algumas emoções e estágios internos pelos quais eu estou passando como um ser humano. Sou eu — apenas um eu diferente todos os dias, e está se manifestando desta maneira única, muito vanguardista. Essa é a minha necessidade artística de fazer isso.“
Sobre a letra de “Wolves Ov Siberia“:
Nergal: “Para mim, é uma filosofia muito edificante. Refere-se a Lúcifer, basicamente, e todos os seres excluídos que dizem ser expulsos de todos os tipos de coisas – Éden, paraíso e assim por diante. Usando a metáfora de Lúcifer, eu basicamente me refiro a seres humanos, o fato de que parecemos ser… basicamente classificados como pecadores, como alguns seres inferiores, porque os seres angélicos são os que são perfeitos e assim por diante. Tudo se resume a amar sua própria imperfeição e não pegar nenhuma merda e sair e conquistar tudo, independentemente. Todo o potencial divino está bem aí no seu coração.“
Sobre a mensagem que a banda tenta transmitir com sua música:
Nergal: “O que estamos servindo a pessoas ou espectadores, ouvintes, não é realmente um conjunto de respostas. O que eu estou oferecendo às pessoas é o conjunto de perguntas, e realmente cabe a você o que fazer com isso. Você pode jogá-lo no lixo ou você pode processar, mas eu aconselho que você não me siga, nem mesmo [confie] em mim, porque eu não sou guru aqui — eu não sou líder — mas se eu puder ser um gatilho para estimular seu cérebro a começar a pensar por si mesmo, eu ganho… Acho que temos essa mensagem universal que significa autonomia humana. Onde você está em tudo isso? No plano de Deus, onde você está? Estamos apenas questionando isso e muitos outros. Eu sempre estive confrontando, questionando e contemplando todas as chamadas leis e dogmas divinos. Foi com isso que fiquei chateado desde o dia zero quando apareci nesta terra e ainda estou lidando com isso. Estou processando isso. Eu não ficaria surpreso se o Behemoth fosse minha terapia de 27 anos sobre minha relação com o catolicismo polonês de alguma forma.“
Sobre como seu projeto paralelo Me And That Man o mudou:
Nergal: “Isso me abriu. Isso me deixou mais sensível. Definitivamente afetou o novo disco. Tornou-o mais dinâmico, mais baseado em Rock. Esse é o meu palpite, o que eu acho que o Me And That Man fez isso com o Behemoth, o que é uma coisa boa. Nós progredimos; nós evoluímos. Eu não sei como as pessoas reagirão a isso, mas eu pessoalmente acho que isso foi muito necessário, e estou feliz por ter feito isso.”
Sobre o que o faz rir:
Nergal: “Eu sou uma pessoa muito pateta, e eu amo esse lado de mim. Eu posso ser apenas um idiota, e eu amo isso. Eu amo brincar com as pessoas e fazer todas as piadas doentias e apenas ligar o foda-se. Eu geralmente tenho um tipo de senso de humor muito abstrato, muito surreal, às vezes muito direto, então eu apenas rio, ou conto piadas de que apenas eu dou risadas.“
Sobre sua conta no Instagram:
Nergal: “Eu gosto de brincar com isso. Eu não sou pretendente — eu sou tipo ‘é isso. Isso é Nergal.’ É assim que eu ajo, e é isso que eu sou. Aposto que quando as pessoas vêem meu Instagram, elas ficam tipo: ‘Esse cara é real no que está fazendo. Ele não está fingindo — é coisa de verdade’. Eu acho que as pessoas apreciam isso, eu espero.“
Sobre como ele gostaria de passar sua última hora na Terra:
Nergal: “Transando, eu espero.“
Lançado na semana passada em todo o mundo, o novo LP do Behemoth, “I Loved You At Your Darkest“, é uma salva esmagadora de majestade de Black Metal repleta de riffs infernais, canhoneiras de tambores trovejantes e coros litúrgicos altos que lembram o clássico cinema de terror. O álbum mais dinâmico do grupo até agora, o álbum é extremo e radical por um lado, mas também mais orientado para o Rock do que qualquer outro lançamento do Behemoth. Foi produzido pelos próprios membros da banda, com co-produção de bateria de Daniel Bergstrand (Meshuggah, In Flames), mixagem de Matt Hyde (Slayer, Children Of Bodom) masterizado por Tom Baker (Nine Inch Nails, Marilyn Manson) e uma orquestra polonesa de 17 peças de Jan Stoklosa.
Behemoth fará uma turnê pelos EUA em outubro/novembro como parte da turnê “Ecclesia Diabolica America 2018 e.v.“, com os convidados especiais At The Gates e Wolves In The Throne Room.
https://soundcloud.com/thevoidau/062-behemoth-interview-an
Fonte: Blabbermouth