Baixistas: Rex Brown (Pantera)

É praticamente indiscutível o fato de que o Pantera estabeleceu o que era o Heavy Metal nos anos noventa. Tal condição, coloca o texano Rex Brown como um dos baixistas mais influentes não só do período, mas até hoje, visto que, mesmo passados treze anos de sua dissolução, o legado da banda permanece forte sobre o cenário musical.

E se, pela personalidade, Rex era o músico mais discreto entre os quatro, pela musicalidade sua influência era fortíssima. Basta verificarmos que, sempre que falamos no estilo do Pantera, usamos a expressão Groove Metal para defini-los, não é? E qual é o instrumento mais associado ao groove????

Rex nasceu em 1964, e perdeu o pai muito cedo. Sua entrada para o mundo da música ocorreu através de sua avó, que ensinou-lhe a tocar piano, apresentando-o aos fundamentos do Jazz. Com a habilidade musical que estava desenvolvendo, Brown ingressou na banda do colégio, onde tocava tuba, mas aos poucos, influenciado pela paixão que desenvolveu por Led Zeppelin e Black Sabbath, foi migrando para a guitarra até, aos doze anos de idade, chegar no contrabaixo.

Foi na escola, também, que conheceu seu futuro parceiro Vinnie Paul, seu colega de classe e irmão de Dimebag Darrell, com os quais viria a formar o Pantera em 1982. No começo da carreira, o músico utilizava a lamentável alcunha de Rexx Rocker, que felizmente foi abandonada quando a banda passou para a sua segunda e mais popular fase.

Rex permaneceu no Pantera até o seu final e, nos primeiros anos após a dissolução, meio que orbitou entre as partes, tendo atuado tanto no projeto Rebel Meets Rebel, com os irmãos Darrell, bem como no Down, ao lado de Phil Anselmo. A partir daí, fez participações no disco solo de Jerry Cantrel, do Alice In Chains, e também em álbuns do Crowbar e do Cavalera Conspiracy, até finalmente iniciar um projeto próprio, formando a banda Kill Devil Hill, ao lado do baterista Vinnie Appice, ex-Dio.

Pedaleira de Rex Brown

Brown já disse em entrevistas que possui 40 baixos ou mais. Talvez, entre eles, ainda estejam os modelos Ibanez, MusicMan, Fernandes ou Rickenbacker que já utilizou, variando entre os de quatro e de cinco cordas. Talvez, até mesmo o modelo fretless que usou para gravar a cover de “Planet Caravan”, que foi lançada no álbum “Far Beyond Driven”. Mas, certamente, a grande maioria será de modelos Spector, com os quais ele mais se associou e que chegou, inclusive, a lançar o seu próprio Spector Rex Brown Signature, embora tenha declarado recentemente que esteja deixando a marca e passando a utilizar os modelos Warwick. Entusiasta dos amplificadores Ampeg, Rex sempre declara que, na música do Pantera, havia a dificuldade de conseguir inserir algo no meio da parede sonora que era a guitarra de Dimebag e que, se dependesse do guitarrista, Rex faria todas os acompanhamentos em uníssono. Esse seria o caminho fácil, mas Rex procurou sempre, mantendo-se no acompanhamento do riff, fazê-lo com a inserção de linhas de baixo em nuances onde seu instrumento poderia ter o devido destaque.

Em 2013, o baixista lançou, junto com o escritor Mark Eglinton, o livro “Verdade Oficial Nos Bastidores Do Pantera”, onde, com um excelente resultado e exalando extrema sinceridade, conta sua versão da história da banda, como ele faz questão de frisar, e do seu relacionamento com cada um de seus companheiros. O livro conclui essa parte da sua vida e ele segue em frente, com  novos trabalhos, dos quais, o mais recente a ser divulgado, é o lançamento de seu primeiro álbum solo, denominado “Smoke On This”, que verá a luz do dia no final de julho de 2017. A novidade é que, nesse disco, Rex virá cantando e tocando guitarra. Que faça o sucesso merecido, mas que, em curto período, retorne para o contrabaixo, pois as quatro cordas não podem prescindir de sua presença.

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