Baixistas: Martin Ain (Celtic Frost)

Embora tenha se revelado ao mundo como o baixista da mais importante banda de Heavy Metal surgida na Suíça, Martin Stricker, mais conhecido simplesmente como Martin Ain, é americano de nascença. Atribuir sua carreira ao Heavy Metal é, porém, uma simplória generalização. O Celtic Frost, bem como sua encarnação anterior, Hellhammer, são os pilares do surgimento do Black Metal, Death Metal e do Metal Gótico, apenas para sermos mais sucintos na menção de tudo o que influenciaram.

Vindo de uma família católica, e filho de uma professora de religião, Martin revela que foi a partir da infância que começou a desenvolver sentimentos conflitantes em relação aquela doutrina. Em sua mentalidade infantil, não conseguia compreender qual era a lógica de tantas pessoas se reunirem para celebrar a morte daquele homem, que demonstrava tanto sofrimento, e, ao final, receberem uma parte de seu corpo para engolirem. Esses conflitos foram se desenvolvendo durante os anos e Martin tornou-se um verdadeiro opositor das religiões, levando suas experiências pessoais para o desenvolvimento de sua música.

Martin é um baixista canhoto, que utiliza palheta para tocar o seu baixo modelo Warwick. Ele não costuma falar muito de sua técnica no instrumento, dizendo apenas que, para se preparar para os shows, se isolava e tentava dormir um pouco, além de fazer alguns movimentos de alongamento no pescoço e tocar uma ou duas músicas para se aquecer. Decerto que, em termos gerais, muitas de suas linhas, principalmente nos primeiros álbuns, são feitas dobrando os acordes da guitarra, reforçando o peso das músicas.

Apesar de ter ido e voltado na formação, ao longo do tempo, é indubitável que o Celtic Frost era Tom Warrior e Martin Ain, e esse fato é reconhecido pelo próprio Tom Warrior. Vem daí, a propósito, a profunda mágoa que Tom tem do ex-parceiro, pelos posicionamentos que este tomou em relação as questões de formação e organização da banda e que culminaram em sua dissolução. Tom garante que não existe animosidade entre eles, mas que não voltará mais a trabalhar com Martin.

Outra acusação de Tom é de que Martin tratava o Celtic Frost apenas como um hobby, visto que este investiu em alguns clubes e restaurantes em Zurique e, portanto, não dependia tanto da banda para sobreviver. De fato, Martin é dono de um bar e loja de dvds naquela cidade, chamado Acapulco, e é também co-proprietário do clube Mascotte, onde pode ser encontrado semanalmente fazendo a apresentação do “Karaoke From Hell”.

A participação de Martin nas composições do Celtic Frost eram mais voltadas às letras, mas discutia o detalhe de cada música com Tom, gerando a química que impulsionou essa banda para a vanguarda do estilo. Uma de suas poucas composições isolado foi a faixa “Sorrows Of The Moon” do álbum “Into The Pandemonium”, e fez também os vocais principais da faixa “A Dying God Coming Into Human Flesh”, do disco “Monotheist”.

Estando hoje afastado dos palcos e da carreira artísitica, Martin prossegue sua vida como empresário, mas sua influência e tudo que ajudou a criar ressoa em definitivo na história da música pesada e é renovado a cada dia, a cada novo álbum de música extrema que seja lançado ao redor do mundo.

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