Os guitarristas da banda Atropina do sul do país, estão ativamente trabalhando no processo de gravações de seus instrumentos para o novo álbum “Prego em Carne Podre”. O disco será um divisor de águas na carreira desta veterana banda do Metal Extremo brasileiro.

O registro aos poucos vai ganhando contornos de promessa de ser um clássico do estilo, será também o quarto disco de estúdio do Atropina. E para que o público comece a entender o que está sendo criado em termos de riffs, solos e andamentos das guitarras, os músicos Alex Alves e Fernando Müller, guitarristas da banda, revelaram como criaram suas partes instrumentais para “Prego em Carne Podre”.

“Para a gravação das guitarras do nosso novo álbum, mudamos um pouco a forma de criar. Estávamos seguindo o processo padrão dos últimos álbuns. Alguém mostra um riff, pensamos o riff juntos, acrescenta aqui, retira ali. Então aconteceu a mudança de baterista e resolvemos repensar um pouco a forma de compor, soar, como ser mais objetivo sem uma necessidade constante de variações nos riff’s. Foi uma espécie de aprendizado que acreditamos ter nos ajudado a dar uma maturidade a mais como compositores. Acrescentamos elementos novos na sonoridade das linhas de guitarra e baixo. Alex comenta “Gravamos tudo no nosso home estúdio, com bastante tempo enquanto estávamos em casa em função da pandemia. Tivemos tempo para gravar com calma, testar diversos timbres e acredito que chegamos num som que nos deixou bastante satisfeitos”. Fernando complementa: “Desde o álbum “Porões das Luxúrias (2016)” a banda vem explorando com mais naturalidade o campo dos riff’s com mais dissonância, justamente pela atmosfera mais caótica que a sonoridade deles empregam. Outra mudança, foi no andamento das faixas, pois em algumas músicas tiramos o pé um pouco do 4×4, que é um andamento bem previsível apesar de clássico. Claro que em tudo o que compomos, tentamos achar um ponto de equilíbrio, onde as vezes colocar algo a mais não seja realmente o necessário. Dá para se quebrar a linha do previsível apenas com um riff de ligação aparecendo uma vez só na música ou em outras vezes servindo como ligação de dois tempos diferentes. São inúmeras variáveis e em nosso entendimento tentamos aplicar o que a música pede. Nos solos também exploramos mais algumas harmonias em pentatônica e fizemos bastante uso do pedal de Wah Wah, algo que nunca antes havíamos mesclado em nossa sonoridade. ”

As influências pessoais de ambos os guitarristas não foram deixadas de lado e foi um elo muito importante na criação das novas músicas:

“Algumas de nossas influências ajudaram na composição desse disco, segundo o Fernando “a banda num todo tem essa influência maior das bandas de Death Metal dos anos 90, ainda que a Atropina tenha uma identidade bem própria dentro da cena e sempre alcançou certa particularidade na forma de soar. Eu e o Alex gostamos de muitas bandas distintas da forma de som que executamos no Atropina, tais como Paradise Lost, Dark Tranquility, In Flames. Outros grupos que tem uma atmosfera sonora interessantíssima como Rammstein, A-ha, Depeche Mode. Fora inúmeras bandas do underground brasileiro com quem temos amizades ou já dividimos o palco. Nosso underground é muito bem servido e bem representado lá fora. Ter amizade com muitas dessas bandas é o que faz toda uma diferença, pois sempre dá para se tirar referências boas de relações também. O leque de artistas que nos inspiram acaba naturalmente se tornando uma referência, o que, naturalmente, mesmo sem ser notado descaradamente em nossa música, nos influencia. Em relação aos solos das músicas, sempre gostei muito de Blues/Rock Psicodélico/Hard Rock… Jimi Hendrix, David Gilmour, Slash e Stevie Ray Vaughan (resumindo para não citar mais inúmeros outros). Ao mesmo tempo que guitarristas como o Kerry King (Slayer), Trey Azagthoth (Morbid Angel), Moyses Kolesne (Krisiun), Fabiano Penna/Ronaldo Lima (ex-Rebaelliun), Adriano Martini (Exterminate/Mental Horror) são influências minhas que ajudaram muito como referência para eu tentar moldar a minha forma tanto de criar quanto de solar. E em “Prego em Carne Podre” acredito ser até o momento o trabalho onde melhor consegui expressar o meu estilo, que é baseado em inúmeras pitadas aqui e ali de influências de todos esses guitarristas mencionados”.  Segundo Alex, “muitas vezes buscamos trazer ideias de sons que não são do metal extremo, isso enriquece as composições. Gosto muito de Doom Metal, bandas como Katatonia, My Dying Bride, Paradise Lost, assim como bandas do nosso cenário nacional como Rebaelliun, Burn the Mankind, Desdominus, Escarnium, Exterminate e as extintas Zoltar, Megalon e Embalmed. E não poderia deixar de incluir as maiores influências que são Morbid Angel, Hypocrisy e Behemoth. No entanto, Atropina sempre teve um som único e nesse álbum não será diferente”.

Para finalizar, os guitarristas do Atropina deixaram um recado sobre o que os fãs podem esperar desse novo álbum:

“O nosso público pode esperar o peso que já praticamos com mais afinco desde o “Mallevs Maleficarvm”(2014) e a agressividade carregadas de blasfêmia, algo característico de nossa sonoridade. Agora, junto de uma musicalidade mais encorpada e madura. Em certos pontos com mais cadência e com uma certa atmosfera caótica, e em determinados momentos sendo mais direto ao ponto”.

O novo disco “Prego em Carne Podre” será oficialmente lançado em 2021, mas alguns singles e detalhes acerca do registro serão apresentados pela banda no decorrer deste tempo.

Atropina é:

Murillo Rocha – Vocal

Alex Alves – Guitarra

Fernando Müller – Guitarra

Cleomar Schmitzhaus – Baixo

Gian Rossi – Bateria

Links:

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instagram.com/atropina_deathmetal

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