Após encerrar a turnê do “Temple Of Shadows In Concert” ao lado de Edu Falaschi, com direito a gravação de DVD com orquestra sinfônica, o ex-baterista do Angra Aquiles Priester voltou a pisar em solo recifense na sexta-feira, dia 20 de setembro, trazendo a “Onde os Fracos Não Têm Vez Tour” com a banda “Aquiles Priester e os Malditos”, onde ele traria ao Burburinho Bar, localizado no Recife Antigo, seu show tributo ao Iron Maiden, tocando o disco ”Somewhere In Time” na íntegra, e também outros grandes clássicos da Donzela de Ferro, trazendo uma estrutura a altura.
Estavam escalados para esse super-time, escolhido pelo próprio Aquiles, os guitarristas Cristiano Wortmann e Roberto Barros, o baixista Raphael Dafras, o tecladista Fábio Laguna, e o vocalista Fabrício Fonseca, que foi escalado de última hora no lugar de Pedro Campos.
Além disso, após a apresentação do supergrupo no piso superior da casa, a banda local Camus foi a responsável por continuar a festa no andar de baixo logo após o Meet & Greet, o qual todas que pagaram ingresso teriam direito, sem nenhum custo a mais.
Confesso que de início tive minhas dúvidas sobre se o Burburinho teria estrutura para receber esse show, que tem a proposta de levar ao palco um visual mais próximo possível que o Iron Maiden leva em suas apresentações, tendo inclusive um Eddie gigante.
Mas, ainda bem que essa desconfiança não se confirmou, pois a montagem de palco ficou simplesmente espetacular, lembrando exatamente aquilo que o Iron Maiden costuma mostrar em suas estruturas (em uma proporção bem maior, obviamente).
Duas horas antes do evento começar, o Burburinho já apresentava uma movimentação intensa. Sendo assim, a promessa era de um bom público para aquela noite.
Quando o show se iniciou às 23h, o andar de cima da casa já se mostrava bastante cheio, tendo o mesmo entrado em êxtase quando as luzes se apagaram, sinalizando o início da apresentação, com a banda entrando aos poucos no palco.
“Aces High” foi a música escolhida para se iniciar o set, fazendo todo o Burburinho cantar em uma única voz, tendo seguido logo após com outro grande clássico, se tratando de “The Evil That Men Do”.
No palco, o vocalista Fabrício Fonseca incorporou o Bruce Dickinson completamente, tanto na questão vocal, quanto na questão da presença de palco, e do visual, onde ele utilizou praticamente a mesma vestimenta usada pelo vocalista do Iron na turnê “Somewhere Back In Time”.
Logo após, a banda executou três músicas do Iron mais “Lado B”, sendo elas “Children Of The Damned”, do “The Number Of The Beast”, “For The Greater Good of God”, do “A Matter of Life and Death” (disco bastante criticado pelos fãs), e “Revelations”, do “Piece Of Mind”.
Depois dos “Lados B”, houve uma pequena quebra de protocolo, onde a banda decidiu fazer uma homenagem a André Matos, falecido em junho desse ano, tendo assim executado duas músicas do Viper, sendo elas a clássica “Living For The Night”, e “To Live Again”.
O set seguiu com a faixa “Genghis Khan”, do disco “Killers”, tendo depois finalmente se iniciado a execução do disco “Somewhere In Time” com a música “Caught Somewhere In Time”.
Certamente, os clássicos do disco que mais animou o público foram a faixa “Wasted Years” e “Heaven Can Wait”, que são as mais conhecidas. Foi interessante também quando a banda parou para falar da época do vinil e da fita k7 antes de “The Loneliness of the Long Distance Runner”, avisando que ali eles iniciariam o lado B do álbum.
A execução do álbum lançado em 1986 foi encerrada com a música épica “Alexander, The Great”, tendo depois seguido com a clássica “The Number Of The Beast”.
Antes do momento mais esperado da noite, que era a entrada do Eddie de três metro prometido pelo Aquiles, o baterista tirou um momento para conversar com o público presente no Burburinho, e apresentar a banda que o acompanhava.
Quando o Eddie-Polvo (o ‘toque Aquiles’ no mascote) finalmente entrou em “Iron Maiden”, o momento mais épico acabou sendo também o mais engraçado, pois o coitado acabou se entalando na estrutura do palco ao tentar entrar, tendo Fabrício o ajudado na situação.
E ao som de “Fear Of The Dark”, uma das músicas do Iron mais marcantes quando tocada ao vivo, Aquiles Priester e os Malditos encerraram sua grande homenagem a Donzela de Ferro no Recife.
SETLIST:
- Aces High
- The Evil That Men Do
- Children Of The Damned
- For The Greater Good of God
- Revelations
- Living For The Night (Viper)
- To Live Again (Viper)
- Genghis Khan
- Caught Somewhere In Time
- Wasted Years
- Sea of Madness
- Heaven Can Wait
- The Loneliness Of The Long DIstance Runner
- Stranger and a Strange Land
- Deja Vu
- Alexander, The Great
- The Number Of the Beast
- Iron Maiden
- Hallowed Be Thy Name
- Fear of The Dark
Mas, engana-se quem acha que a noite acabou aqui, após tirarem uns dez minutos para descansarem no camarim, toda a banda desceu para o térreo do Burburinho, onde fizeram um Meet & Greet como todos os pagantes, tendo toda banda andado pelo bar se mostrando completamente acessíveis para o público.
Além disso, após toda a banda do Aquiles se retirar do Meet & Greet e começar a arrumar as coisas para ir embora, por volta de duas e vinte da manhã, a banda recifense Camus subiu no palco de baixo do Burburinho para dar mais peso a noite.
O quarteto fez uma apresentação de um pouco mais de 40 minutos para os poucos gatos pingados que ainda estavam no bar àquela altura da noite, onde eles divulgaram o “Abyssal”, seu álbum mais recente lançado no ano passado.
No geral, a banda fez uma apresentação bastante técnica, e com muita qualidade, tendo apenas um problema com o microfone do guitarrista Deniêre Martins quando o mesmo foi cantar “Offer Of Blood”.
E com a execução da música “Heavy Metal Machine”, a Camus fechou a noite com chave de ouro para os poucos sobreviventes ainda presentes no Burburinho àquela hora da madrugada.
SETLIST:
- Empty Life
- False Convictions
- Offer of Blood
- Send Me a Sight
- The Loser
- Knights of Metal
- Heavy Metal Machine
Segundo dados do próprio Burburinho, o público presente ficou em torno das 200 pessoas, tendo sido o suficiente para encher o andar de cima durante o show da banda do Aquiles.
Imagino que agora não tem mais nada para falar a não ser que o evento ocorreu muito bem, os horários foram cumpridos a risca e houveram poucas falhas. Em relação ao som, já pontuei minhas considerações em relação ao show da Camus, enquanto durante o show do Aquiles, houve momentos em que a bateria se sobrepôs a maioria dos instrumentos (coisa que acontece quando o Aquiles se empolga).
Alguns podem até me cobrar algum comentário a respeito do fato do Aquiles Priester estar realizando uma turnê pelo Brasil fazendo tributo ao Iron Maiden, coisa que faz muitos olharem torto. Mas, não entrarei nesse mérito agora, prefiro publicar antes a entrevista que realizei com a banda antes do show e usar isso como base para um futuro texto sobre o assunto.
No mais, Aquiles Priester e Os Malditos conseguirem entregar uma experiência realmente próximo daquilo que o próprio Iron Maiden costuma entregar em suas apresentações.