Apocalyptica estreia em BH com show “20 Anos de Plays Metallica by Four Cellos”

Há centenas de anos , os músicos eruditos passavam demasiadas horas de suas vidas escrevendo partituras e enfronhados em seus instrumentos, buscavam por um acorde original. Isso era em outros tempos, quando Beethoven, Vivaldi, Bach, Haydn e outros compositores viviam de suas músicas, e estas eram uma das poucas diversões em tempos de vela e luminárias à gás; um mundo rústico e acre sem rádio ou vitrola.

Suas partituras e apresentações se tornariam, nos tempos antigos, a pérola da arte que encantaria côrtes e casas nobres e ao mesmo tempo, embalariam ruas e tabernas. Com riqueza de notas, que viajavam entre semínimas e semifusas, eis que instrumentos que executavam essas obras de arte, deveriam ser também perfeitos no seu alcance de delicadeza ou peso, e para isso os luthiers viviam intensamente de seu trabalho, totalmente artesanal.

Obviamente os tempos mudaram e não só surgiu a energia elétrica e a tecnologia evoluíra, mas também a música e o “Clássico” ou a “Música Clássica” que um dia inundou a vida das pessoas, infelizmente ou não, mudou seus aspectos, se fundiu, se renovou e atualmente não é mais a canção mais executada nos palcos do mundo, ainda que este espaço nunca tenha desaparecido. Mas é fato que entre o publico jovem as músicas preferidas são bem diferentes!

Vamos dizer que ela recebeu influências e fusões e hoje cada vez mais vemos “híbridos” tão disseminados que nem sabemos mais que muitas canções que vemos por ai vêm de uma base no clássico de antigamente. E nada mais erudito que o METAL. Foi então que provavelmente os garotos quarentões do Apocalyptica, em meio suas aulas de violoncelo na década de 90; encontraram nesse nicho de mercado  a fusão do Heavy Metal com as grossas cordas do violoncelo. um instrumento grande, pesado e grave. Como todo metal deve ser.

Ontem no concerto dos rapazes a estampa era mesmo linda. Um cenário clássico em fundo negro com o titulo da tour: Plays Metallica by Four Cellos. Quatro homens sentados que começaram a rasgar fora a fora seus instrumentos. A plateia se misturava entre coros dos sucessos com “ôôôôô” ou cantando as músicas.

A troca de energia era misturada às mensagens de um dos fundadores Eicca Toppinen ou Eino Matti Toppinen. A plateia mineira respondeu bem à apresentação totalmente sinfônica e não deixou a desejar a “falta” de um vocal para rechear as melodias. Pois a plateia emitiu essas vozes e foi mesmo um show para todos.

O auge da noite foi como em qualquer apresentação erudita, a pausa de 10 minutos, precedida com o ápice da noite: O incrível baterista Mikko Sirén membro da banda desde 2005; e que trouxe volume sonoro para a banda. Mikko Sirén tocou de forma harmoniosa, um verdadeira performance de pura energia com seus tambores, surdos e pratos, tornando aquele momento um bailado de sons, a ponto de se quase “bater cabeça”.

Confira algumas das canções executadas: “Enter Sandman”, “Master of Puppets”, “Sad But True”, “Creeping Death”, “Whereaver I may Roam”, “Orion”, “Battery”, entre outras. Não faltou a homenagem à prata da casa Sepultura.

Confira

Bati uma papo (rápido) com Eicca no hotel um dia antes. Confere ai:

Eicca, como se sentem de vir tocar no Brasil?

Estamos gostando muito. O Brasil tem um público caloroso. É diferente de tocar para um festival de Folk. Vamos tocar para fãs do Metallica e isso é bom.

Essa tour comemora os 20 anos dessa grande ideia de homenagear o Metallica. Como decidiram isso?

Queríamos trazer de volta a sensação que tivemos com 15, 17 anos quando resolvemos colocar a música nos violoncelos.

Qual a expectativa agora?

Conseguir um cardápio vegano no Hotel, porque há 2 vegetarianos e 1 vegano e todos têm fome.

 

A tour segue para Curitiba, e eles se apresentam dia 24 de novembro, as 20h no Opera de Arame. Ingressos esgotados.

Texto e Fotos: Verônica Mourão