Com turnê agendada até 8 de dezembro e o lançamento recente da versão remasterizada para comemoração dos 30 anos de “State of Euphoria“, o Anthrax tem recebido muitas perguntas sobre quando irá lançar um novo álbum. Charlie Benante já deu várias entrevistas falando sobre o assunto (veja aqui e aqui) e indicações de que o próximo álbum será mais “agressivo e raivoso”.
Em uma entrevista recente feita pela revista australiana Heavy, Charlie falou novamente sobre como anda (ou não!) a produção para o próximo álbum do Antrhax. “Tem havido muitas boas ideias, mas nada foi gravado ainda. Quero dizer, eu fiz demos – eu só tenho minhas demos – mas no próximo ano é quando provavelmente tudo vai começar a tomar forma”. Ainda concluiu que: “Nós vamos terminar o ano assim (na turnê com o Slayer) e começar o ano renovado.”
Ele foi questionado pelo entrevistador sobre a utilização de músicas criadas que não foram lançadas nos álbuns anteriores. Charlie disse que sim, as vezes acontece de utilizar essas músicas como inspiração para uma nova criação, mas que prefere começar um processo novo. “Eu prefiro começar com novas ideias, para ser honesto com você, mas isso não quer dizer que as outras músicas não tem seu valor, porque quando alguma coisa é realmente muito forte, ela irá encontrar seu caminho, sabe.”
O baterista, que é o principal compositor do grupo, falou um pouco sobre como funciona seu processo criativo. “É mais fácil para mim escrever quando tenho uma voz em mente e, especialmente com a voz de Joey, é mais fácil para mim escrever, porque já ouço a voz dele com a ideia“, explicou. “Então eu acho isso encorajador. A mesma coisa quando John estava na banda anos atrás – eu ouvia sua voz e eu podia escrever de acordo, e isso ajudava muito. Então, hoje em dia, eu tenho a voz de Joey em minha mente o tempo todo. , e isso realmente ajuda a moldar e criar, e eu sei exatamente para onde estamos indo ”.
Quando perguntado sobre a mistura de elementos e estilos na música produzida pelo Anthrax, Charlie explica que isso é uma coisa natural. “É sempre uma coisa natural, muito orgânica. Nunca alguém marcou de, ok, em janeiro de dois mil e pouco faremos esse tipo de gravação. Você meio que gravita sobre algo que está ali e eu acho que esse é o melhor jeito de fazer isso.”, disse.
Para explicitar mais sobre esse processo, ele citou os Beatles como exemplo. “Se você olhar as coisas dos Beatles, as coisas que eles criaram, vai perceber influências de muitas coisas, mas o jeito que eles inseriram no som dos Beatles, resultou na máquina dos Beatles, se transformou em Beatles. E se você ouvir o White Álbum você vai ouvir muitos aspectos diferentes de música, desde heavy metal até folk, o jeito como eles fizeram isso, foi provavelmente o melhor e mais esperto.”
Sobre a definição de quem é o Anthrax na história, ele afirma várias vezes que eles quebraram as barreiras do heavy metal tradicional. “Nós somos uma das bandas que abraçou uma forma diferente de música e a incorporou no seu estilo próprio.” Charlie citou que sim, há outras bandas no processo, mas que o diferencial talvez seja o estilo nova iorquino. “Nós fizemos isso em um estilo de som muito New York, e isso é uma das coisas para mim que realmente nos diferencia de outra banda, você sabe o que eu quero dizer, nós não soamos como outras bandas.”
Para finalizar a entrevista, ele disse sobre o que ele esperara que as pessoas pensem sobre o Anthrax. “Eu espero que as pessoas se lembrem da gente por ter feito uma coisa um pouco diferente e talvez nós não façamos um impacto tão grande quanto achamos, sabe, como o Black Sabbath ou o Led Zeppelin, mas eu acho que a nossa contribuição para o metal e para as portas que abrimos, sim, isso seria algo para ser lembrado.”
Você pode conferir aqui a entrevista na íntegra.