Com o power trio de crossover punk Antagonizör, a chapa esquenta na cara dos machões escrotos e idiotas. O power trio de Gainesville, Flórida (EUA) é assumidamente feminista, queer, esquerdista e antifascista, logo, em suas letras está o ataque, a defesa e o revide de todos os males que a sociedade neoliberal tenta empurrar goela a baixo nas pessoas. Dessa forma, Sarah (guitarrista e vocalista), Tzu-Wei (baixo) e Michelle (bateria) se utilizam da música para externarem a sua arte. Recentemente, foi liberado integralmente no Soundcloud o novo álbum “DCxPC Live & Dead Vol. 4”.
O trabalho é resultado de uma gravação ao vivo, de um show que rolou em Orlando com participação da banda Killed by Florida. Dessa gig, foram gravadas oito músicas que deixaram os presentes muito empolgados. Esta energia você pode conferir em músicas como “Heavy Metal Bootlicker”, uma arrepiante execução de velocidade e violência sonora proporcionais. Em “I Hate You” o som do baixo se torna monstruoso nesta música, que é uma das mais cadenciadas desta primeira fase do disco. A produção das músicas ao vivo no álbum saiu excelente. Bom para quem se debruça de corpo e alma no pogo.
A segunda parte do álbum é composta por oito músicas de estúdio e, de maneira idêntica, super bem produzidas. O começo com “Impaled By Middle Finger” mostra mais o lado metal da banda, mas as suas influências, ao que se pode perceber, vão de nomes como Discharge à Nuclear Assault. E talvez aqui caiba um pouco de Obituary, pois o riff desta instrumental lembra um pouco a também instrumental “Redneck Stomp”, do álbum “Frozen in Time” (2005), de seus vizinhos de Tampa, Flórida. No entanto, death metal em geral nem cabe na temática das meninas que atacam com velocidade em “Trump Cult”.
No formato vinil a parte ao vivo está no lado A, enquanto que no lado B segue a parte em estúdio. Embora apenas as duas faixas citadas anteriormente não estejam no lado A, é difícil escolher qual lado é o melhor. Essa dúvida surge porque a energia que Sarah, Tzu e Michelle imprimem aqui são de proporções colossais. Por um lado, riffs que mais se assemelham a navalhas cortam o sossego com um vocal desesperador, por outro, a sessão rítmica com a marcação majestosa do baixo atendendo a trituração pesada da bateria, completa o clima de destruição. Aqui, se você costuma escutar coisas como Kenny G., seus ouvidos sangram.
Ouça “DCxPC Live & Dead Vol. 4” na íntegra:
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