Enquanto a pandemia paralisou o mundo inteiro e impediu as bandas de fazerem turnês, o Sepultura, maior exportação de Metal da América Latina, se recusou a sentar e se sentir como animais presos em uma jaula. Por isso, no início de 2020, os lendários brasileiros, juntamente com seu vocalista americano, aproveitaram o momento para iniciar seu próprio podcast semanal de vídeo “SepulQuarta”, no qual convidaram outros músicos famosos de todo o mundo para não apenas discutir temas importantes, mas também se apresentar uma faixa do enorme catálogo do Sepultura junto com a banda. A compilação completa resultante foi lançada em agosto passado, com o álbum contendo 15 clássicos com convidados e amigos de renome internacional.
Falando ao podcast “Behind The Vinyl”, o guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, falou sobre a colaboração da banda com Alex Skolnick do Testament na faixa “Vandals Nest”: “Alex é um mestre – um dos melhores guitarristas que existem. E especialmente por causa de sua influência do Jazz, ele tem uma visão do Metal que é muito original. Testament, é uma das influências para o Sepultura também, especialmente os primeiros álbuns, ‘The Legacy’ e ‘The New Order’, esse tipo de coisa, que realmente nos inspirou a tentar coisas diferentes em ‘Schizophrenia’ e ‘Beneath The Remains’, e tentar harmonias nos leads. Mesmo que Max [Cavalera, ex-vocalista do Sepultura] não tocasse, no estúdio eu tentei trabalhar esse tipo de coisa. E o Testament são os mestres em fazer isso, realmente as harmonias, porque eles têm muito conhecimento, especialmente o Alex. E ele pode tocar algo de Allan Holdsworth e Exodus e Metallica da mesma forma – com a mesma vibe, a mesma maestria técnica que ele tem.”
Andreas continuou: “A música que escolhemos era muito Thrash porque ele é um guitarrista de Thrash. E ele brincou com diferentes afinações para criar diferentes atmosferas – algo que eu não esperava. Porque ele colocou sua corda mais baixa um passo abaixo de toda a música e criou ainda mais caos. É fantástico; é incrível. E é algo que eu nunca tentei antes… a música é muito Thrash, então é meio que criando uma dissonância, ainda mais uma vibe dissonante. Porque é muito rápido, é muito Thrash, e aquela música tinha aquela sensação – de uma situação caótica, de extremos. E fazendo isso, seu truque, criou ainda mais esse tipo de vibração. É por isso que esta versão é tão única, porque é sua própria leitura da música e sua própria contribuição.
“Nós deixamos todos os colaboradores do ‘SepulQuarta’ serem muito livres e criativos sobre isso, porque esse é o objetivo de trazer alguém novo para a banda. ‘Ah, não, você tem que fazer a mesma afinação. Você tem que fazer o que eu fiz no estúdio.’ Quero dizer, porque? Por que você se incomoda em trazer às vezes algo novo com uma nova linguagem ou uma nova técnica para desenvolver ainda mais o som do Sepultura. O que é ótimo, eu acho. É por isso que o álbum ‘SepulQuarta’ é tão único e tão importante e um dos álbuns mais especiais que já fizemos em nossa carreira. No mesmo álbum, colocamos Phil Campbell do Motörhead e Mark Holcomb [Perifery], que são gerações muito diferentes tocando música do Sepultura. Ok, embora ‘Orgasmatron‘ não seja o Sepultura, mas são quase todas as nossas músicas.”
Fonte: Blabbermouth
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