American Dreams | Dead Feather lança single que destaca a sua resiliência como um artista auto de data

Ela se inicia de uma maneira intrigante. Misturando uma doçura ácida não somente por meio do hammond, mas, também, pela forma como a guitarra vai preenchendo e construindo o escopo melódico, a faixa consegue oferecer sabores e texturas inerentes tanto às paisagens psicodélicas quanto progressivas. Tudo, porém, com um irresistível toque de intimismo e dramaticidade.

Surpreendentemente, porém, o que acontece em seguida, no que tange a segunda parte introdutória, a faixa mergulha em um instante sonoro-narrativo sensual agraciado por um movimento estrutural contagiantemente amaciado. Ao mesmo tempo, porém, tal vitrine sonora faz com que o ouvinte seja capaz de perceber a introdução de ecossistemas que pendem ao folk, ao sertanejo, mas sem perder o rebolado.

É interessante pontuar, também, que diante da maneira com que a bateria elabora o escopo rítmico dá à canção a capacidade de atrair a atenção do ouvinte em virtude da aquisição de nuances comportamentais dançantes. Envolvente em sua máxima essência, a faixa ainda desfila um toque de frescor delicado, mas que preenche com bastante consistência o ambiente sensorial que se forma.

Quando o primeiro verso enfim se anuncia, o espectador entra em contato direto com uma voz masculina de timbre grave e de nuances ácidas que, de maneira curiosa, rompe com a sensorialidade aveludada até então disseminada pela composição. Ainda assim, esse novo ingrediente não prejudica a experiência que o ouvinte tem diante da viagem sônica fornecida pela obra. Pelo contrário, apenas enriquece tal jornada.

Lembrando, mesmo que levemente, o timbre de Till Lindemann, o vocalista se apresenta como um importante elemento a oferecer ao espectador uma consistente noção de movimento. Afinal, a sonoridade conjuntural, desde a ambiência rítmica à melódica, mantém a mesma métrica durante toda a execução da obra.

Ainda assim, American Dreams não pode ser entendida como uma obra que desperta o interesse do ouvinte apenas pelo seu som, mas, também, e principalmente, pela história que apresenta diante de seu conteúdo lírico. Lançando luz aos maus-tratos históricos às comunidades nativas norte-americanas feitos pelos Estados Unidos, a faixa se destaca, portanto, por trazer uma reflexão cultural para a pauta discursiva.

De caráter experimental, detalhe observado em razão da mistura de elementos do folk, do rock alternativo, do rock psicodélico e também do blues, a presente faixa assinada pelo Dead Feather ainda traz, dentro de seu lirismo, outra importante proposta. Aqui, o cantor transforma a energia existente em uma forma de destacar seu esforço para preservar e compartilhar a herança da comunidade indígena Mvskoke-Creek para com a sociedade estadunidense.

Mais informações:

YouTube: https://www.youtube.com/channel/UC6AD8gIzQNWLG-mF2-qBqgw

Site Oficial: https://www.deadfeatherart.com/

Soundcloud: https://soundcloud.com/dead-feather-305232136

Bandcamp: https://deadfeather1.bandcamp.com/

Instagram: https://www.instagram.com/deadfeatherart/

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