O vocalista carioca Allan Jones tem estado envolvido com a música desde a tenra idade. Já aos 3 anos teve contato com o rock ao assistir na TV o compacto do icônico show do KISS, na Maracanã. Ainda na primeira infância se encantou com Michael Jackson e em seguida por Alice Cooper. Já na adolescência interessou-se em colecionar vinis, também conhecidos como LP, entrando definitivamente no mundo do rock. Na época, seus prediletos eram KISS, Alice Cooper, Van Halen, Scorpions, Kansas, Whitesnake, bem como bandas do chamado hair metal. Começou a tocar baixo, passando pela bateria, até se firmar como vocalista. Aos 17 anos, fazia programas em rádios comunitárias, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde vivia e formou a sua primeira banda, chamada Odyssey. Estudou teatro, profissionalizando-se em ator, porém seu desejo era cantar.
Em meados dos anos 2000, influenciado pela banda Exxótica, montou uma banda autoral de hard rock cantado em português, seguindo os passou de bandas da época, como Salário Mínimo, Metalmania, etc. Já em 2007, surgiu a banda Mágica e com ela lançou o EP Abracadabra, pt 1. Devido a uma série de problemas, a banda se desfez no ano seguinte, sem conseguir lançar o segundo EP, Hocus Pocus. após esse período, Allan Jones se afastou da música novamente, até retornar a partir de 2015, onde por uns 6 anos integrou bandas que faziam eventos em motoclubes. Chegando a este ano de 2021, veio a vontade de trabalhar em composições autorais novamente, sendo que desta vez passou a usar o seu próprio nome no projeto, para evitar os problemas do passado. Um de seus antigos colegas de banda, o guitarrista Diogo Franco acenou com a possibilidade de retorno do Mágica. Apesar da inviabilidade, a parceria foi retomada para este novo projeto, que recebeu o nome de Rebeldes, gravando o primeiro trabalho, batizado Guerrilha, que vem sendo divulgado pelas redes sociais. Ao lado de Allan Jones estão Valentim, na guitarra, Rick Passos, no baixo e Bruno Santos, na bateria.
O EP Guerrilha contém 5 canções, onde Allan Jones busca mostrar um pouco de sua versatilidade como cantor e compositor. Gravado à moda antiga, sem recursos modernos a ideia é trazer o rock de uma forma visceral, não focado na perfeição e sim na verdade, concentrando-se apenas na apresentação simples e honesta. O trabalho é inteiramente calcado no hard rock, explorando as suas subvertentes, bem como outro estilos. A canção que dá nome ao EP é a encarregada de abrir os trabalhos, logo após uma introdução cinematográfica, que simula um ambiente de guerra, com tiros e comunicação pela rádio. É uma canção forte, com riifs e solos animais, fazendo um flerte com o heavy metal tradicional, ótima pra bater cabeça. Em seguida surge “Ascensão e Queda”, bem mais leve, com uma levada mais próxima ao hard rock clássico, com pitadas pop. O próprio Daniel Iasbeck, da banda Exxótica, faz uma participação aqui, nos arranjos da canção. Uma bela música. “Libido” vem na sequência, trazendo uma ótima linha de baixo, já na introdução. É uma faixa mais com cara de anos 90, mais alternativa, densa e pesada. A penúltima faixa, “Garotos maus não vão pro céu” traz o hard oitentista de volta, com estilo bem característico do movimento chamado Rock Brasil 80, com destaque também para as linhas de baixo, bem evidentes. Fechando a audição temos “Abaixo de zero”, a mais longa do play, com pouco mais de 5 minutos. Embora com uma cadência diferente, segue a linha oitentista, mais progressiva e despojada, trazendo um clima de revolta lírica.
Guerrilha é um trabalho forte, coeso, inspirado, feito por quem não entrou nessa à toa. Muito profissional, o fato de não ter uma grande produção não o inviabiliza, pelo contrário mostra que a turma está mesmo interessada em levantar ainda mais alto a bandeira do rock. Imagino que ao vivo tais canções se tornem ainda mais grandiosas. Allan Jones e os Rebeldes estarão neste sábado, 4 de setembro, no Studio B, em Nova Iguaçu, apresentando oficialmente ao vivo o EP Guerrilha e clássicos do rock e metal, seguindo todos os protocolos de segurança em saúde.
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