Para quem acompanha o Alice In Chains nos últimos anos, principalmente desde a entrada do vocalista William DuVall, é perceptível que o guitarrista Jerry Cantrell passou a ter uma presença mais fortes nos vocais das músicas.
Durante entrevista para o canal da Gibson no Youtube, Cantrell falou um pouco sobre essa questão, dizendo inicialmente que não era de hoje que ele curte bandas com mais de um vocal.
“Sempre fui fã de bandas que têm múltiplas vozes e múltiplos vocalistas, pessoas que podem oferecer uma paleta diferente. É algo que sempre gostei, mas que as bandas de Seattle não tinham muito. Nunca quis ser a voz principal, só queria tocar guitarra, compor e fazer alguns backing vocals, pois é mais fácil e tínhamos Layne Staley“.
Segundo Cantrell, a razão para que o Alice In Chains não adotasse essa linha desde o início com Layne Staley, era porque ele julgava não ser necessário por conta da sua admiração pelo vocalista na época.
“Eu achava que não precisava cantar nada, pois Layne dava conta do recado. Nunca ouvi nada como a voz dele em toda a minha vida e sei que nunca irei ouvir. E era legal estar em uma banda com ele, onde criamos essas músicas juntos. Ele tinha personalidade, não soava como ninguém e ninguém soa como ele“.
De acordo com Jerry, mesmo no início da banda, o próprio Staley sugeriu que o guitarrista cantasse algumas músicas que ele mesmo compôs.
“Lembro de conversar com Layne, especialmente em nosso primeiro EP, pois foi a minha primeira experiência cantando em uma gravação do Alice. Layne dizia: ‘cara, essas são suas letras e, sem ofensas, elas devem significar mais para você… adoro cantá-las, mas são suas palavras, você deveria cantar em algumas delas. Eu dizia que não queria cantar, pois não era tão bom cantor quanto Layne, mas ele me elogiou, disse que eu deveria tentar e eu comecei a cantar cada vez mais. Viramos uma banda de vocais conjuntos, em vez de eu assumir apenas os backing vocals“.
Jerry também relata que quando seus vocais passaram a ser mais presentes nas música, ainda na época com Staley, o resultado foi bastante positivo.
“Ficamos mais próximos nessa questão de carregar o peso juntos, além de ter a versatilidade de duas vozes diferentes. O legal é que nós dois cantávamos juntos de um jeito que criava uma voz ainda maior. Às vezes, dá para dizer quem sou eu e quem ele é na música, mas muitas vezes quando cantávamos juntos, não dá para diferenciar. Virava uma coisa só“.
Confiram a entrevista completa em inglês sem legendas.