O New Wave of British Heavy Metal foi um movimento precursor do Metal que ouvimos hoje, especialmente o proveniente da Inglaterra. Se você é fã deste movimento, e qualquer Rock feito na Grã Bretanha, posso te dizer com clareza que lá formaram-se as bases desse estilo, e hoje está dissolvido no Nu Metal, Speed Metal ou qualquer coisa que a guitarra destrinche com rapidez, peso e harmonia.

Mesmo quando Beatles, Pistols, Cure, Hendrix  e Zeppelin ditavam outros caminhos no Reino Unido, tudo de alguma forma, teve este grande e único berço. Contudo, no caso do Heavy Metal britânico; este foi um movimento criado a partir de líderes de opinião e imprensa, que perceberam que as linhas musicais estavam se modificando e um novo som de guitarras rasgadas e rápidas, surgia na Inglaterra, especialmente em Londres.

Depois de um grande publicação jornalística da revista SOUNDS, com o título Kerrang! uma nova tendência e uma nova  magazine de Rock surgia: Eram as origens do movimento e as definições de um rótulo, que a identificaria!

Kerrang! É uma revista britânica dedicada ao Rock, publicada pela Bauer Media Group.

Foi publicada pela primeira vez em 6 de junho de 1981 como um suplemento da revista Sounds.

Na publicação referida, com o título Kerrang!

(que era o som de uma corda de guitarra poderosa),

os defensores de um novo “gênero” ou estilo apresentaram suas características.

Geoff Barton, da Sounds, disse: “Foi algo bom para os fãs do Rock de verdade, que literalmente haviam ficado escondidos nos seus guarda-roupas, esperando o Punk desaparecer, para que pudessem emergir, como aquela tribo de cabeludos das cavernas presente nos livros de Michael Moorcock!

Ainda descendentes do PUNK, do PROGRESSIVO, ROCK N ROLL e meio que sem uma identidade, os “Cabeludos de Liverpool” deram lugar aos cabeludos do NWOBHM. Eles eram rápidos nas guitarras e cheios de atitude vocal. O estilo teve vida curta. As ramificações, influências e gêneros ampliaram-se e nos tempos modernos, o Metal pode ser muito mais que guitarras rápidas. devido às suas variadas definições.

Conheça algumas bandas do gênero que ajudaram na criação do estilo:

Diamond Head 

Se há uma única música que sintetiza a “nova onda do heavy metal britânico”, é essa aqui: Am I Evil?

O baterista do Metallica, Lars Ulrich, viajou para Londres, vindo da Dinamarca (você sabia que Lars é dinamarquês?) para ver Diamond Head em 1981; ao se mudar para a Califórnia, no seu pequeno anúncio em busca de músicos para formar o Metallica, ele citou Diamond Head, Tygers of Pan Tang e Iron Maiden como suas maiores influências no Metal).

Diamond Head já foi considerado como a segunda vinda do Led Zeppelin – e essa música foi descrita como tendo mais riffs do que os primeiros quatro álbuns do Black Sabbath. Eles podiam ter feito sucesso, mas foi um mal momento, falta de sorte ou de um bom manager. Tanto faz… Isso é bem comum de acontecer. Há quem diga que até mesmo a prensagem do seu segundo álbum foi complicado e com erros. O famoso: “Não era para acontecer”.

Mas essa música monumental continua sendo seu legado eterno:

Tygers of Pan Tang

Tygers of Pan Tang, tem o mesmo nome de um dos romances de Michael Moorcock. E o contrário da anterior, era uma dessas bandas em que seu segundo disco, foi melhor que o primeiro. Mudanças reforçadas pela troca do cantor e pela entrada do grande guitarrista John Sykes, (que depois foi do Thin Lizzy e Whitesnake). A música abaixo, representa o lado mais comercial da banda, escolhida por causa do solo incrivelmente fluido de John Sykes. A banda consta ainda como existente. No Youtube há um registro recente, em 2017, de uma apresentação deles no Padova Metal Fest. Clique AQUI para vê-los e abaixo, confira a gravação original do disco.

Angel Witch

Angel Witch estava talvez muito à frente de seu tempo no início dos anos 80: Por anos eles foram mais conhecidos pela resposta à pergunta: “Qual banda passou menos tempo nas paradas de singles?” Resposta: Apenas única semana.  Embora parecia uma grande promessa, a música deles sugeria um potencial que nunca se firmava. Eles fizeram, no entanto, prever a direção que o Metal tomaria nas décadas futuras, especialmente em músicas como essa abaixo. Mas é a faixa título de seu álbum homônimo que é lembrado como o melhor. No festival de Reading em 1983, o vocalista fez o público inteiro cantar o refrão. Um dos integrantes da banda comentou mais tarde, se as pessoas tivessem realmente comprado o álbum, teria sido com certeza uma banda de sucesso. Não dá muito para entender, mas ao menos fazem parte da história.

Def Leppard

Hoje em dia pensamos em Def Leppard como uma banda “A.O.R” (album oriented rock ou faixa de rock para tocar nas rádios FM) com um som no formato de uma rádio americana, estilo Robert John “Mutt” Lange ou uma Rádio Kiss em São Paulo. Os álbuns que se destacam são:  Pyromania e  Hysteria. É como se eles tivessem a mesma relação com o Metal, tal como o Blondie com o Punk.  Mas eles não começaram assim, e seu single de estréia em sua própria gravadora, Bludgeon Riffola, ajudou a impulsionar todo o movimento da NWOBHM. Este galopar estridente da guitarra reflete uma das maiores influências do gênero!

Demon

O rótulo NWOBHM abrangia muitos estilos diferentes dentro do novo estilo de Rock. Para cada banda que sugeria os sons mais agressivos que viriam a definir o Metal, havia outro que evoluía nos sons mais melódicos. O Demon é dessa tipo de banda, com as guitarras e os vocais Blues de Dave Hill, mas com os temas líricos da Hammer Horror. Portanto, era mais do que suficiente para colocá-los firmemente no campo de Metal.

Iron Maiden

A banda dispensa apresentações. O fato é que o Maiden foi uma das poucas bandas da NWOBHM que conseguiu atingir a velocidade ideal, no momento em que a cena desapareceu no início dos anos 80, firmando-se no mercado musical do gênero. E como todo mundo já sabe, lota arenas e estádios em todo o mundo até hoje. Mas nos primórdios, com Paul Di’Anno nos vocais,  eles eram incrivelmente “velozes e furiosos”, com elementos mais crus e ainda com influências do Punk. Steve Harris (baixista e criador da banda), nega qualquer afinidade com o  Punk, mas Di´Anno defende essa influência no trabalho do início da carreira. Numa entrevista que fiz com o Paul Di´Anno (leia AQUI), pergunto se a banda tem alguma influência do Progressivo. Ele afirma que não, mas sinceramente, não tem como negar que Punk, Progressivo e Metal é o tempero do Iron Maiden!

CONTINUA…

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