Mesmo antes de o primeiro álbum do AC/DC ter sido lançado, a banda dos irmãos Young já fazia considerável sucesso na Austrália com duas músicas gravadas: “Can I Sit Next To You, Girl” e “Rockin’ In The Parlour” cantadas por Dave Evans. Contudo, a postura de astro Glam do vocalista não estava agradando aos irmãos guitarristas que queriam algo menos usual para aquela época, porém marcante para a imagem do grupo. Em 1974 entra em cena Bon Scott, um amigo do músico, compositor, produtor e irmão mais velho dos Young, George. “Scott moldou o caráter do AC/DC… tudo ficou com mais pé no chão e olhar para frente. Foi quando nos tornamos uma banda.”, declarou Angus Young, numa entrevista para a revista inglesa  Mojo em 2010.

Este “High Voltage” lançado em 17 de fevereiro de 1975 que, inicialmente, fora recebido apenas na Austrália, trouxe um AC/DC ainda com formação indefinida, pois vários músicos, incluindo George, fizeram parte das gravações, mas as canções, mesmo com influências do Blues trazidas por Bon Scott, interromperam de vez o estilo Glam Rock sugerido pela melodia das primeiras composições. Algumas delas foram alteradas, como “Soul Stripper” escrita por Malcolm e Dave, originalmente chamada “Sunset Strip” –, Angus e Malcolm refizeram-na e Bom Scott colocou nova letra, assim foi feito também com outras cinco canções do álbum.

Naquele período, o AC/DC ainda não tinha alcançado o Hard Rock de ponta que se sucedeu nos próximos lançamentos, mas com certeza a visão dos irmãos estava bem além daquela realidade. “Eu acho que os anos 60 foram um grande momento para o Rock and Roll, era a época dos Beatles e dos Stones, posteriormente, do Zeppelin e do Who. Mas em um ponto nos anos 70 ele acabou sendo apenas mais um estilo. Quando Malcolm e eu colocamos a banda, era óbvio que estava faltando naquele momento, outro grande grupo de Rock. Nós não queríamos fazer o mesmo tipo suave de melodia que todos já conheciam.”, desabafou Angus a Benjamin Smith do VH1 em 2014.

Mesmo com o sucesso do álbum “High Voltage” e o seu primeiro ‘single’, “Baby, Please Don’t Go” (um cover da música do ‘blues man’ Big Joe Williams) levando a banda a vários programas de TV na Austrália, nenhuma gravadora de maior expressão voltou seus interesses ao AC/DC, ficando o selo local Albert Productions como responsável por seu lançamento. O disco foi produzido por George Young e seu parceiro artístico Harry Vanda em dez dias. Até a formação ficar consolidada na época por Angus e Malcolm Young (guitarras), Bon Scott (vocal), Mark Evans (baixo) e o baterista Phil Rudd (formação da versão internacional do álbum e do videoclipe de Baby, Please Don’t Go), as gravações tiveram participações de vários músicos como o Baterista Peter Clack e o baixista Rob Bailey (que chegaram a se apresentar com o AC/DC em programas televisivos), Tony Currenti que também tocou bateria nas sessões de gravação e de George Young que fez algumas linhas de baixo, guitarra, backing vocals e até quebrou o galho em alguns shows.

A versão do álbum lançada pela norte-americana Atlantic Records e que foi distribuída para todo o mundo, saiu em 14 de maio de 1976 constando apenas duas músicas do álbum original, são elas: “Little Lover” e “She’s Got Balls”. As outras sete canções foram tiradas do segundo disco da banda, “T.N.T.” (1975).

Lançamento: Albert Productions (1975)

Set List:

She’s Got Balls;

Little Lover;

Stick Around;

Soul Stripper;

You Ain’t Got A Hold On Me;

Love Song;

Show Business.

frontman

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