Escolhemos 5 bandas por letra, uma vez por semana para você ampliar seus conhecimentos. Confira abaixo as bandas com a letra B:

BLACK SABBATH – Heavy Metal – Origem: Reino Unido – Formado em: 1969

Black Sabbath nos primórdios. Foto: divulgação

Release: Oficialmente, a mãe das mães de todas as bandas de Heavy Metal nesceu em 1969, mas sua história é um pouco mais antiga; em 1968, quatro jovens de origem humilde se reuniram e formaram o POLKA TULK, mudando o nome para EARTH em 1969 e finalmente mudando o nome para BLACK SABBATH no mesmo ano devido a existência de outra banda homônima. Começaram sem grandes pretensões, tocando Rock e Blues, mas graças à ideia de Tony Iommi em usar a afinação baixa, eles acabaram por criar o que hoje é conhecido por Heavy Metal, além de outros sub-gêneros como o Stoner e o Doom. Vendeu mais de 70 milhões de cópias, influenciando todas as bandas que se formaram depois deles, além de fãs que se perpetuaram por diversas gerações. Manteve-se na ativa até o ano de 2006, retornando em 2011, ficando na ativa até 2017. Um total de 7 vocalistas passaram pela banda ao longo da história, desde Ozzy Osbourne, passando por feras como Ian Gillan, Glenn Hughes, Tony Martin, Rob Halford (em algumas apresentações ao vivo) e o genial Ronnie James Dio, mas o lineup clássico está concentrado em Tony Iommi (guitarra), Ozzy Osbourne (vocal), Gezzer Buttler (baixo) e Bill Ward (bateria), este último ausente da última reunião, devido a problemas contratuais, sendo substiruido pelo competente Tommy Clufetos. A banda lançou um total de 19 discos, com Tony Iommi sendo o único a estar presente em todos e com Ozzy sendo o vocalista que mais registrou discos com a banda, foram dez. Os temas líricos da banda passavam por corrupção política, histórias de terror, uso de drogas, instabilidade social e guerras.

Músicas de destaque: São várias as músicas que podem ser apontadas como icônicas pela banda, como “Paranoid”, “War Pigs”, “Under the Sun”, “Lord of This World”, “Into the Void”, “Never Say Die”, “Neon knights”, “TV Crimes”, entre tantas outras. Um show ao vivo do BLACK SABBATH é uma experiência única.

Opinião do redator: Não dá para falar em Heavy Metal sem citar os quatro cavaleiros de Birmingham, os criadores de toda essa bagaça. Mesmo que de forma inconsciente naquele momento, foram eles os responsáveis por esse estilo que nós abraçamos, não só como estilo musical, mas também de vida, Sem eles, nada do que escutamos e curtimos hoje em dia não existiria: o caro leitor não seria fã de bandas como por exemplo, TYPE O’ NEGATIVE, AMON AMARTH, METALLICA, CANNIBAL CORPSE ou mesmo as bandas da NWOBHM. Eles criaram tudo e as bandas que vieram depois se encarregaram de aperfeiçoar e manter acesa essa chama e o legado.

Novidades: A banda está em hiato, que em um primeiro momento parecia permanente, porém, recentemente, Tony Iommi concedeu uma entrevista dizendo que a banda poderia se reunir esporadicamente, não para turnês mundiais, mas para shows isolados. Os obstáculos seriam a idade avançada dos integrantes, somada à recente descoberta de Ozzy Osbourne, que sofre de Mal de Parkinson e Tony Iommi que afirmou certa vez que seu câncer está em estado de remissão, ou seja, pode voltar a qualquer momento. De qualquer forma, a missão destes deuses do Metal já está mais do que cumprida.

BARANGA – Hard Rock/Heavy Metal – Origem: Brasil – Formada em 2000

Os paulistanos da Baranga. Foto: divulgação/Instagram

Release: Banda com fortíssimas influências de AC/DC e MOTÖRHEAD (N. Do R: sobre a última, a influência se faz latente no último disco da banda, chamado “Motor Vermelho”, um claro trocadilho com a tradução da banda de Lemmy), que teve em sua formação inicial o baterista Paulão, que integrou bandas importantes como CENTURIAS, HARPPIA e FIREBOX. Possuem 6 discos lançados. O nome da banda não tem nenhum significado especial, foi adotado de última hora, uma vez que a banda tinha shows agendados, mas ainda não tinha nome. A banda se orgulha de ter feito shows de abertura para o MOTÖRHEAD, em 2009 e 2011. Além disso, já dividiram o palco com nomes relevantes da música pesada brasileira como KORZUS, RATOS DE PORÃO, GAROTOS PODRES, VELHAS VIRGENS, GOLPE DE ESTADO, etc… Em tempos de dowloads ilegais e venda de música em plataformas digitais, a banda se orgulha de ter ultrapassado a marca de 10 mil discos vendidos.

Músicas de destaque: “Filho Bastardo”, “Frango, Farofa e Cachaça”, “Não Mora Mais Aqui”, “Animal Voraz”, entre outras, traduzem bem o espírito da banda: letras escrachadas, bem-humoradas e descompromissadas (no bom sentido).

Opinião do redator: Tal qual as bandas que influenciaram este quarteto paulistano, a BARANGA faz um Hard Rock bem feito, pesado, com os dois pés no Heavy Metal, que agradará em cheio os fãs das duas vertentes. E nos enche de orgulho por ser feito em terras tupiniquins. O álbum “Meu Mal” (2007) é na opinião deste redator, o ponto alto desta bela banda. Não a toa, a banda é nome recorrente em listas de melhores do ano, nos principais veículos da música pesada.

Novidades: A banda se encontra na ativa, divulgando seu mais recente disco, “Motor Vermelho”, lançado em 2018 e perpetuando seu nome entre os bons nomes do Metal nacional neste milênio.

BLIND GUARDIAN – Speed Metal (início)/ Power Metal/ Progressive Metal – Origem: Alemanha – Formada em 1986

Formação atual do Blind Guardian. Foto: divulgação

Release: A banda adotou o nome atual em 1986, porém, já tocavam juntos desde o ano de 1984, sob o nome LUCIFER’S HERITAGE. Podemos dividir a história deste quarteto de Krefeld, Alemanha, em duas partes: nos primeiros quatro discos, o som era calcado no Speed Metal, com flertes intensos com o Thrash Metal, mas a partir do álbum “Imaginations From the Other Side” (1995), a banda foi modificando seu som, até chegar nos dias atuais fazendo um Power Metal/Metal Progressivo. Este mesmo álbum e sua respectiva turnê foram os últimos em que o vocalista Hansi Kursch acumulou também a função de baixista, deixando a vaga ser ocupada por Oliver Holzwarth (1997-2001) e posteriormente por Barend Courbois. Oficialmente, a banda não possui baixista, ambos os músicos atuam como contratados. Lançou um total de 11 discos em sua carreira e tem apenas uma baixa na formação inicial: em 2005, ThomenThe OmenStauch saiu da banda, por divergências musicais. Ele gostaria de fazer o som dos primórdios, porém, os outros três integrantes estavam interessados em seguir sua evolução sonora, Ele acabou substituído por Frederik Ehmke. O BLIND GUARDIAN se destaca por escrever letras inspiradas nas mitologias nórdicas e gregas, além dos livros de J. R. R. Tolkien. Eles figuram entre uma das bandas mais assíduas do “Wacken Open Air”.

Músicas de destaque: “Valhalla” sem dúvidas é o maior hit da banda, com uma pegada rápida e um refrão épico, mas a banda consegue fazer o público cantar junto quando executam a calma “The Bard’s Songin the Forest”, ambas mais que obrigatórias ao vivo. Também podemos destacar sons como “Welcome to Dying”, “Mirror Mirror”, “Imaginations From the Other Side”, “Born in a Mourning Hall”, “Journy Through the Dark”, “Nightfall”, entre tantas outras.

Opinião do redator: O BLIND GUARDIAN se destacou até o álbum “Nightfall in Middle – Earth”, este disco uma versão musical para o livro “The Silmarillion”, do já citado Tolkien. Muitos consideram este disco como sendo o melhor da carreira da banda. Particularmente, o meu favorito é o “Imaginations From the Other Side”, pois este mostra a banda em transição do Speed Metal para o Prog Metal que praticam hoje, ainda que eu sinta uma tremenda falta das palhetadas rápidas da dupla André Obrich e Marcus Siepen. Eu conheci a banda quando escutei o ao vivo “Tokyo Tales” e por muito tempo fora a banda que eu mais escutei durante um determinado período.

Novidades: A banda lanço seu mais recente álbum, “Twilight Orchestra: Legacy of the Dark Lands”, um disco duplo com mais de duas horas de duração e acompanhado da Orquestra Filarmônica de Praga, em 8 de novembro de 2019. Curiosamente, a participação da banda neste disco se resumiu às participações de Hansi Kursch, que gravou os vocais e escreveu as músicas, juntamente com André Obrich, que ajudou co-escrevendo e também atuou na produção. Não há shows agendados, segundo seu site oficial.

BOLT THROWER – Death Metal – Origem: Reino Unido – Formada em 1986

Bolt Thrower. Foto: divulgação

Release: Banda formada na cidade de Coventry, Inglaterra, no ano de 1986. Gravou 8 álbuns em sua carreira, que durou 30 anos. O nome da banda foi inspirado em uma arma de um jogo de estratégia chamado “Warhammer 40:000“, um wargame de miniaturas. As letras de suas músicas dos discos “Realm of Chaos” (1989), “War Master” (1991) e de “Honour – Valour – Pride” (2001), respectivamente, segundo, terceiro e sétimo discos da banda foram inspiradas neste jogo. Nos demais discos, as letras tratam de guerras e suas consequências. Eles foram uma das primeiras bandas de Metal Extremo a surgir no Reino Unido e por isso, gozavam de muito prestígio entre os fãs no underground. Em 2008, enquanto gravavam o sucessor de “Once Those Loyal” (2005), a banda ficou insatisfeita com os resultados obtidos nas sessões e emitiram um comunicado externando essa insatisfação e completando que só voltariam ao estúdio quando tivessem plena certeza de que o disco seria melhor que o anterior. O vocalista Dave Ingrham (BENEDICTION) participou de uma das formações da banda, entre 1998 e 2004.

Músicas de destaque: “At First Light” é sem dúvida, uma das músicas mais extremas não só do BOLT THROWER, mas do Death Metal de forma geral. Podemos destacar também músicas como “Once Those Loyal”, “The Killchain”, “Contact – Wait Out”, “Zeroed”, “Silent Demise”, “No Guts, No Victory” são alguns dos clássicos da história da banda.

Opinião do redator: Esta com certeza é uma das minhas bandas de Death Metal favoritas. Por conta de seu estilo, com músicas em que raramente há mudanças bruscas de andamento, eles prezam por uma levada mais arrastada, densa, à exceção do último disco, “Once Those Loyal”, onde eles intercalam músicas rápidas com outras mais cadenciadas, sempre extremas e muito pesadas, sendo este álbum, o meu favorito dentre todos da carreira. Eles não faziam um som de fato muito técnicos como outras do estilo, mas era aí que residia a graça de se escutar o BOLT THROWER. Não a toa o site “Loudwire” os elegeu como uma das dez bandas que nunca fizeram um álbum ruim. E realmente nunca o fizeram.

Novidades: Em 2016, um ano depois do falecimento do baterista Martin Kearns, a banda emitiu um comunicado de encerramento das atividades e que o posto de baterista do BOLT THROWER havia sido enterrado juntamente com Kearns. Sendo assim, os fãs de um Death Metal honesto, pesado e extremo, ficaram órfãos de uma banda que deixou história, infelizmente, pouco conhecida fora do underground.

BRUJERIA – Death Metal/Grindcore – Origem: México/Estados Unidos – Formada em 1989

Brujeria. Foto: divulgação

Release: O BRUJERIA nasceu como um projeto de músicos estadunidenses com origem latina. A formação original e consistia no guitarrista Asesino (Dino Cazares), o baixista Billy Goud (FAITH NO MORE) utilizando o pseudônimo Güero Sin Fe, o baixista/guitarrista Hongo, nickname de Shane Embury (NAPALM DEATH), os vocalistas Juan Brujo, Fantasma e Pinche Peach, além do baterista Raymond Herrera, sob o pseudônimo Greñudo. Da formação original, hoje restam apenas os três vocalistas e o baixista. Nomes como Jeff Walker (El Cynico) também fizeram parte do lineup do BRUJERIA. O nome da banda significa “Bruxaria” e suas músicas são todas cantadas em espanhol, abordando temas como imigração ilegal (sobretudo as praticadas a partir do México com destino aos Estados Unidos), satanismo, anticristianismo, sexo, tráfico de drogas e política. Em seus primórdios, eles se assumiam como narcotraficantes, razão pela qual escondiam seus nomes reais, pois seriam supostamente procurados pelo FBI pelos crimes praticados. Obviamente que os caras tiravam um sarro com todos, que acreditaram piamente nesta história louca. A banda tem quatro álbuns lançados, E as polêmicas não parariam por aí: o disco de estreia da banda, “Matando Güeros” (1993) traz na capa uma foto bizarra: uma cabeça decapitada, que segundo a banda, fora retirada do jornal sensacionalista mexicano chamado “¡Alarma!” . Por conta desta capa, o disco acabou banido em diversos países. Mas a banda não se abalou, adotou a imagem como mascote e a batizou de “Coco-Loco”. “Güero“, é uma gíria para designar homem de pele branca.

Músicas de destaque: Os clássicos do BRUJERIA estão de fato, nos seus dois primeiros discos: “Matando Güeros”, “Misas Negras (Sacrificio III)”, “Seis Seis Seis”, “Cruza la Frontera”, “Narcos Satanicos”, “Raza Odiada (Pito Wilson)”, “Revolución”, “Consejos Narcos”, “El Patrón” (N. Do R: esta é uma sarcástica homenagem ao narcotraficante colombiano Pablo Escobar, homem que mandou e desmandou na Colômbia, nos anos de 1980 e 1990, apelidado de “Padrinho dos Pobres”) e “La Migra (Cruza la Frontera II)”, esta, inclusive, ganhou um videoclipe e foi executada à exaustão na MTV.

Opinião: O BRUJERIA teve seu ápice em “Matando Güeros” (1993) e “Raza Odiada” (1995), discos que marcaram época e apesar da tosqueira sonora da banda, são primordiais no estilo. Já no terceiro álbum, os caras optaram em seguir uma sonoridade mais industrial e o resultado foi um tiro no pé: não é um disco bom. Já no último álbum, “Pocho Aztlan” (2016), a banda trouxe de volta o grindcore, desta vez com um som mais limpo, até bem tocado, que possui bons momentos, inclusive com um cover pra lá de cômico para “California Über Alles”, do DEAD KENNEDYS, que tornou-se “California Über Aztlan”. Porém, a graça da banda está nos seus primórdios, com os caras fazendo um som sujo, sendo completamente escrachados e sem compromisso com nada que não seja a zoeira com todos.

Novidades: A banda está na ativa, fazendo shows para divulgar o álbum “Pocho Aztlan”. A próxima apresentação da banda será no dia 15 de março, no “Shibuya Cyclone”, em Tóquio, Japão. Essa turnê passou pelo Brasil em duas oportunidades, nos anos de 2018 e 2019 e certamente os bangers brasileiros aguardam um retorno dos caras ao país.

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