Iniciamos o mês de setembro trazendo à vocês mais uma edição do ABC do Metal, mostrando o trabalho de cinco bandas cujos nomes inciam com determinada letra do alfabeto. E hoje revelaremos a segunda parte das bandas iniciadas com a letra H. Vamos nessa?
HammerFall – Power Metal – Origem: Gotemburgo, Suécia – Formada em 1993

Release: HammerFall iniciou seus trabalhos na primeira metade da década de 90, primeiramente como um projeto paralelo. O guitarrista Oscar Dronjak havia acabado de sair do Ceremonial Oath e convidou o colega baterista Jesper Stömblad (atuante na ex-banda de Dronjak e no In Flames) para se juntar ao novo feito. Juntaram-se, posteriormente, o vocalista Mikael Stanne, o guitarrista NIklas Sundin e o baixista Johan Larsson, sendo os dois últimos substituídos em seguida por Glenn Ljungström (In Flames) e Fredrik Larsson (Dispatched). A atuação do HammerFall era limitada a pequenas apresentações, sobretudo em um festival chamado Rockslaget, onde performavam poucos trabalhos próprios e covers de bandas como Alice Cooper e Judas Priest. Em 1996, no referido festival, Stanne não conseguiu se apresentar com a banda, que havia chegado às semifinais, tendo sido recrutado Joacim Cans para substituí-lo. Apesar da desclassificação devido à troca de vocalistas, a apresentação foi um sucesso, e Cans foi efetivado. A partir dali, o HammerFall dava início a sua expansão dentro e fora da Suécia. O primeiro album, “Glory to the Brave”, foi lançado em 1997, seguindo-se à ele outros dez trabalhos em estúdio, sendo o mais recente “Dominion”, de 2019. Além de Cans, Dronjak e Larsson, compõem atualmente o HammerFall o guitarrista Pontus Norgren e o baterista David Wallin.
Músicas de destaque: “Hearts on Fire”, “Blood Bound”, “Any Means Necessary”, “Heeding the Call” e “Last Man Standing”.
Opinião: Com músicas que retratam batalhas épicas, viagens entre dimensões e odes ao metal, HammerFall conquistou seu espaço dentre as grandes da vertente mais pesada da música, sobretudo no subgênero power. Canções de refrões contagiantes, como o de “Hearts on Fire”, solos melódicos e instrumentalidade apurada marcam o excelente trabalho dos suecos.
Novidades: a banda lançará em outubro o álbum “Live! Against the World”, que estará disponível em diversos formatos. O registro é de um show em Ludwigsburg, Alemanha, realizado durante a turnê “World Dominion”.
Heidevolk – Folk Metal/Viking Metal – Origem: Arnhem, Países Baixos – Formada em 2002

Release: Inicialmente sob a alcunha de Hymir, a banda alterou seu nome para Heidevolk no ano seguinte à sua fundação. As composições e canções são inspiradas pela natureza, mitologia germânica e a história e cultura da Guéldria, região onde está localizada Arnhem, cidade natal do grupo. A grande maioria das letras é em holandês, com alguns poucos trabalhos em inglês. O atual line-up é composto por Lars Vogel (Nachtbraeker) e Jacco de Wijs (Bühnebeest) nos vocais, Koen Romeijn (Vuurdichter) e Mat Van Baest na guitarra, Rowan Middelwijk (Roodbaert) no baixo e Joost Westdijk (den Vellenknotscher) na bateria. Um EP e seis álbuns de estúdio foram lançados, com “Vuur van verzet”(2018) sendo o mais recente.
Músicas de destaque: “Vulgaris Magistralis”, “Het Bier Zal Weer Vloeien”, “Yngwaz’ Zonen”, “Het Gelders Volkslied” e “Wodan Heerst”.
Opinião: Heidevolk mostra ser mais uma banda que não precisa se aventurar no idioma inglês para obter significativo êxito e reconhecimento (receita também seguida por grupos feito Arkona e Equilibrium). Uma interessante mescla de vocais agudos e graves, alinhado à excelente sonoridade folk, proporciona uma excelente aula de história aos amantes do som pesado.
Novidades: a banda recentemente performou no Dynamo Metalfest, em Eindhoven. O evento foitransmitido pela internet e contou com um público físico limitado à 250 pessoas devido à pandemia da COVID-19.
Hibria – Speed Metal/Power Metal – Origem: Porto Alegre, Brasil – Formada em 1996

Release: Fundada na capital gaúcha em 1996, desde cedo Hibria quis mostrar serviço não apenas ao metal nacional, mas também ao internacional. As bem sucedidas demos “Metal Heart” e “Againts the Faceless” os credenciou a se apresentar no continente europeu. O álbum de estreia, “Defying the Rules”, surgiu em 2004, com outros cinco trabalhos de estúdio que se seguiram. Na segunda metade da década de 2010, a banda sofreu um baque ao ver quatro dos cinco integrantes deixando os trabalhos, restando apenas o guitarrista Abel Camargo. Após a realização de um concurso, Victor Emeka (SoulSpell) foi escolhido o novo vocalista do grupo, juntando-se à ele o guitarrista Bruno Godinho, o baixista Alexandre Panta e o baterista Otávio Quiroga.
Músicas de destaque: “Millenium Quest”, “Defying the Rules”, “Shall I Keep on Burning?”, “Steel Lord on Wheels” e “Change Your Life Line”.
Opinião: De promessa, Hibria tornou-se uma consolidação, figurando entre as principais representantes do metal nacional. Pude acompanhar o trabalho dos gaúchos no Rock in Rio de 2013, junto ao Almah, e fiquei perplexo ante a destreza e agilidade. A nova formação manteve a qualidade dos trabalhos anteriores, trazendo o potencial vocálico de Emeka que, sem dificuldade, consegue alcançar altas notas, aliado à técnica instrumental primorosa executada pelos demais integrantes.
Novidades: Durante este período pandêmico, os integrantes do grupo têm realizado lives nas redes sociais, onde compartilham experiências, realizam performances musicais e respondem aos questionamentos dos espectadores.
HIM – Love Metal/Gothic Metal – Origem: Helsinque, Finlândia – Formada em 1991

Release: His Infernal Majesty, ou simplesmente HIM, foi criada pelos amigos de infância Ville Valo (vocalista) e Mikko Paananen (Mige – baixista), no início dos anos 90. Após um curto hiato, retornou em 1993 trazendo também o guitarrista Mikko Lindström (Linde), gravando duas demos e lançando seu primeiro trabalho de estúdio, “Greatest Lovesongs Vol. 666” em 1997. A banda instituiu um estilo próprio dentro do metal, o chamado “love metal”, proporcionando a abordagem de temas relacionados ao amor sob a sonoridade da música pesada. Por vezes sentimentos antagônicos constavam nos registros musicais, como amor e ódio, vida e morte. Tais inclusões permitiram ao HIM ser uma das mais aclamadas e bem sucedidas bandas da Finlândia, obtendo seguidores naquele país e em outras partes do mundo. No início de 2017, a banda comunicou, através das redes sociais o fim de suas atividades, realizando uma derradeira turnê pela Europa. O line-up final contava com Valo, Linge e Mige, além do tecladista Janne “Burton” Puurtinen e do baterista Jukka “Kosmo” Kröger. HIM lançou, ao todo, oito álbuns de inéditas, além de dois EPs, cinco compilações e um registro ao vivo.
Músicas de destaque: “Wings of a Butterfly”, “The Funeral of Hearts”, “Killing Loneliness”, “Join Me in Death” e “Vampire Heart”.
Opinião: Confesso que não imaginava receber a notícia do encerramento do ótimo trabalho do HIM. Para mim, a banda teria ainda um longo caminho a percorrer, amparada massivamente pela legião de fãs que conquistou e considerando as premiações conquistadas. O famoso “Heartagram” (combinação de coração com pentagrama idealizado por Ville Valo) é o simbolo universal do grupo e retrata bem o antagonismo de sentimentos trazido pelas canções. Soma-se a isso a voz depressiva e, ao mesmo tempo, fascinante de Valo, que me lembrou levemente o finado Peter Steele (Type O Negative). Espero que possam retornar um dia.
Novidades: Após o fim das atividades da banda, parte dos integrantes destinou-se a outros projetos. Em março deste ano, Valo, depois de três anos no anonimato, lançou o EP “Gothica Fenninca Vol. 1”, que contém três faixas e aparentemente iniciará o trabalho solo do cantor. Linge é guitarrista no Flat Earth, banda integrada pelo também ex-HIM Mikka Karppinen (Gas Lipstick) e por ex-membros do Amorphis. Burton faz parte do duo de world music Solju. Não há informações sobre os projetos atuais de Mige e Kosmo.
Hoobastank – Alternative Rock – Origem: Agoura Hills, Estados Unidos – Formada em 1994

Release: O grupo originou-se por meio do vocalista Doug Robb e do guitarrista Dan Estrin, que se conheceram após serem adversários em concursos de bandas na universidade em que estudavam. Decididos a formar uma banda, convocaram também o baterista Chris Hesse e o baixista Markku Lappalainen. Nominada Hoobastank, palavra originada de uma pronúncia incorreta de Robb para com uma rua alemã, iniciou as atividades por meio de apresentações em casas de shows locais junto a outras bandas, como o Incubus. “They Sure Don’t Make Basketball Shorts Like They Used To”, álbum de estreia do grupo, foi lançado em 1998, mas somente com o advento do segundo álbum, “The Reason”(2003), é que os californianos ganharam considerável projeção, sobretudo graças à faixa-título. No total, sete registros em estúdio integram os feitos do Hoobastank que, além de Robb, Estrin e Hesse, conta com Jesse Charland no baixo.
Músicas de destaque: “The Reason” é o grande sucesso do grupo. “Running Away”, “Crawling in the Dark”, “Out of Control” e “Pieces” também são outros hits.
Opinião: Surgida numa época em que as bandas de rock alternativo começavam a ganhar espaço, Hoobastank traz uma interessante sonoridade que alterna entre músicas de pegadas agressivas e momentos mais tênues. A voz de Doug Robb consegue se desdobrar com qualidade em ambas as situações, acompanhando com afinco os instrumentais.
Novidades: Em comemoração aos 15 anos do lançamento do single “The Reason”, música que projetou o Hoobastank a nível internacional, a banda realizou uma performance acústica da mesma no fim de agosto.