ABC DO METAL APRESENTA – Bandas com a letra A
Escolhemos 5 bandas por letra, uma vez por semana, para você ampliar seus conhecimentos! Confira as bandas com a letra A!
ANVIL – Heavy Metal – Origem: Canadá – Formado em 1978

Release: Originalmente, a banda nasceu com o nome Lips. A mudança ocorreu apenas em 1981, com o lançamento do primeiro álbum, que teve duas versões. O disco “Hard n´Heavy” chegou ao mundo com outra arte gráfica e creditado à banda Lips; posteriormente, com a assinatura de contrato com a gravadora Attic, o nome Anvil passou a ser ostentado na capa.
Os pilares da banda são o guitarrista Steve “Lips” Kudlow e o baterista Robb Reiner, unidos desde o princípio e inseparáveis ao longo de todas as mudanças de formação pelas quais o grupo canadense já passou. Embora o sucesso comercial não tenha sido aquele sonhado, o Anvil é um nome de relevância indiscutível na história do Metal, sendo inclusive creditados como uma das principais influências para a primeira geração do Thrash Metal norte-americano, citados compulsoriamente nas declarações de integrantes do Metallica, do Anthrax e de tantos outros que absorveram a musicalidade intensa de seus dois principais clássicos, os álbuns “Metal on Metal” e “Forged in Fire”.
Músicas de destaque: Esses dois discos são, até hoje, a base da maior parte do repertório de seus shows. Além das obrigatórias faixas-título de cada um, são essenciais também canções como “666”, “Mothra”, “Winged Assassins”, “Motormount”, “Free As The Wind” e a instrumental “March of the Crabs”.
A longevidade da banda, porém, não se sustentaria tão somente na força de seus primeiros registros. Ao longo da discografia, surgiram diversas canções, como “Mad Dog”, “Doctor Kervokian”, “Bombs Away”, “Race Against Time”, “Speed of Sound”, “Hope in Hell” e tantas outras.
Opinião: O Anvil cometeu o pecado de, no momento chave de sua carreira, passar quatro anos, entre 1983 e 1987, sem lançar um álbum completo de inéditas. Isso fez com que sumissem da mídia e, quando retornaram, os seus pares já estavam bem à frente. A sua assinatura musical, porém, não foi afetada. Um solo de Lips tem tanto de sua personalidade que o ouvinte reconhece de imediato.
Também não podemos deixar de mencionar a excelência de Robb Reiner como músico. Embora não seja tão lembrado pela mídia especializada quanto deveria, Reiner é, sem dúvida, um dos mais hábeis bateristas em atividade.
É indiscutível que o documentário “The Story of Anvil”, de 2009, foi o ponto de virada para que a banda recuperasse parte de sua popularidade e alcançasse um novo público. A partir daquele momento, o Anvil ampliou seu alcance e pôde, pela primeira vez, levar o seu show para países que ainda não tinha visitado, como o Brasil.
Novidades: Em 14 de fevereiro, o Anvil lançará o seu 18º álbum, “Legal At Last”, e já agendou uma intensa turnê entre Reino Unido e Europa, com 36 shows marcados dentro de um intervalo de 45 dias!
ACID – Speed Metal – Origem: Bélgica – Formado em 1980

Release: Embora tenha durado apenas cinco anos, o Acid cravou o seu nome na história do estilo através de um somatório de fatores: a origem em um país com baixa tradição em Metal, a presença de uma vocalista feminina, em uma época onde isso não era tão comum, e a música pesada e baseada na velocidade, posteriormente sendo denominada como Speed Metal.
Tendo como figura central a cantora Kate de Lombaert, o Acid gerou três álbuns que facilmente encontram o seu lugar dentre os clássicos, sendo “Maniac”, de 1983, o mais bem sucedido.
Músicas de destaque: Em “Maniac” encontra-se o supra-sumo do repertório. Faixas instigantes como “Max Overload”, “Maniac”, “Lucifera” e a melhor de todas, “Black Car”. “Heaven´s Devils”, “Hooked on Metal” e “Lost In Hell” são canções dos outros discos que também não podem deixar de ser conhecidas.
Opinião: Não há como negar que o Acid soa hoje como nostalgia, representando um tipo de Metal que não se pratica mais, apesar de haver toda uma geração de novas bandas tentando resgatar os elementos daquele período com uma produção mais bem apurada. O poder do material original ainda é, no entanto, mais vigoroso do que os derivados.
Novidades: Os relançamentos constantes de sua obra tem mantido o nome do Acid em evidência dentro da árvore genealógica do Metal e, o interesse de gerações sucessivas de fãs, acabou por fazer com que o grupo se reunisse para uma série de shows comemorativos de seu legado agora em 2020.
AT WAR – Thrash Metal – Origem: USA – Formado em 1983

Release: O At War lançou dois bons discos nos anos 80 e pausou suas atividades. Em 2009, a formação original se reuniu e lançou o ótimo “Infidel”, mantendo a mesma pegada e a mesma filosofia nas letras, que abordam assuntos relacionados à guerra. Desde então, o grupo tem se mantido ativo nos palcos, sofrendo alteração apenas no posto de baterista, com Brian Williams ocupando a vaga que era de Dave Stone.
Músicas de destaque: Os principais clássicos estão no álbum de estreia, “Ordered To Kill”: canções de alto poder bélico, como “Eat Lead”, “Dawn of Death” e “Rapechase”. De “Retaliatory Strike”, as músicas “Gutless Sympathizer” e a hardcore “Thinkin” merecem ser citadas. O disco do retorno, “Infidel”, não faz feio e certamente empolgou os velhos seguidores, com destaque para a faixa “Semper Fi”.
Opinião: Na concorrência desenfreada de bandas dos anos 80, alguns bons nomes permaneceram no underground. O At War foi um desses grupos. Guardadas as devidas diferenças, pode se dizer que seriam uma versão norte-americana do Sodom: um trio, com influências de Venom e Motorhead, calcando o tema de suas canções na guerra e tendo à frente a figura de um baixista/vocalista carismático, na presença de Paul Arnold. Os nomes das bandas aqui citadas são suficientes para situar o leitor a respeito da musicalidade que ele irá encontrar. O At War é ríspido, sujo e rápido, com vocais agressivos do fundo da garganta e ritmo duro e retlíneo.
Novidades: A banda prossegue fazendo shows e participando de festivais, tendo se apresentado recentemente no Brasil, como parte do cast do Setembro Negro Festival.
AHAB – Funeral Doom – Origem: Alemanha – Formado em 2004

Release: O Midnattsol, uma banda de Folk Metal, foi a origem do quarteto Ahab. Foi de lá que sairam os guitarristas Chris Hector e Daniel Droste, para gerarem uma nova banda com uma proposta absolutamente diferente, o Funeral Doom.
Esse estilo tem, no Ahab, um de seus principais representantes. A lentidão intensa, o peso absoluto e os guturais cavernosos não poderiam encontrar melhor guarida do que no seio de uma banda que foca os seus temas no poder implacável do oceano, na sua grandiosidade e nos seus mistérios. Nada pode ser mais negro do que as fossas marítimas. Nada pode se mover com mais lentidão do que aquilo que está submetido às pressões absolutas.
A coerência fez com que os músicos batizassem seu projeto com o nome do Capitão do Pequod, o personagem do clássico “Moby Dick”, escrito por Herman Melville em 1851. Diversas referências do livro podem ser encontradas ao longo de sua ainda curta discografia, que possui apenas quatro álbuns, cujo mais recente, “The Boats of the Glen Carrig”, foi lançado em 2015.
Músicas de destaque: A musicalidade da banda é bem homogênea e, pela sua própria natureza, não se afina muito com a geração de singles, mas é fato que canções como “The Hunt”, “Tomstone Carousal”, “The Isle” e “Further South” são presença ativa em seus setlists.
Opinião: O impacto do Ahab pode submergir o ouvinte desavisado. Tanta melodia, misturada com batidas tão altas e pausadas, da forma como soavam as sirenes das antigas embarcações. O resultado é uma massiva onda de musicalidade contemplativa, onde os elementos Doom não se dissociam de inserções melódicas Progressivas ou de Ambient, e as intervenções vocais de Droste surgem de forma dicotômica, tanto como complemento, quanto como ruptura.
Novidades: Inexistem informações concretas sobre a disponibilização de um novo álbum, mas, enquanto o planeja, a banda prossegue realizando uma série de shows em comemoração aos seus quinze anos de atividade.
ANTHARES – Speed/Thrash Metal – Origem: Brasil – Formado em 1984

Release: O Metal brasileiro evoluiu da forma como conhecemos graças à sua forte base de sustentação. Com importantes lançamentos pontuais em 1984 e 85, a enxurrada de álbuns, hoje antológicos, prosseguiu em 1987 e nos trouxe, entre outros, o disco de estreia do Anthares, “No Limite da Força”.
A banda foi formada em São Paulo e é uma referência do Thrash Metal nacional em seus primeiros passos. Tendo sobrevivido até a metade dos anos 90, o grupo se desfez, retornando somente em 2004, com outra formação. Essa nova encarnação lançou o ótimo “O Caos da Razão”, em 2015, após a entrada do vocalista Diego Nogueira, e tem se mantido como um nome de forte presença pelos palcos brasileiros.
Músicas de destaque: Canções como “Chacina” e a violentíssima “Batalhas Ocultas”, do álbum de estreia, tornaram-se clássicas. “Fúria”, por outro lado, é um caso à parte. É daquelas cujo refrão nunca irá sair de sua memória após a primeira audição.
“O Caos da Razão” não carrega o selo Anthares à toa. “Sementes Perdidas” e “Ócio”, que inclusive virou um vídeo-clipe, honram o passado da banda ao mesmo tempo que modernizam seu som.
Opinião: A música do Anthares é íntegra e representativa da abordagem peculiar que nossos conjuntos desenvolveram. Abordagem essa que estendeu sua influência para além-mar, chegando com mais força, principalmente, na região norte da Europa. O finlandês Força Macabra, por exemplo, já gravou uma cover de “Fúria”.
A vida em nossas cidades, a forma como a música underground chegava até os fãs, o difícil acesso a instrumentos de qualidade e a cultura do aprender-fazendo são alguns dos tantos fatores que podemos elencar para compreender o som das nossas bandas oitentistas de Metal. O Anthares é um verbete obrigatório para a antologia de nosso cenário.
Novidades: Em 2018, houve mais uma mudança no line-up do conjunto, através da entrada do baterista Edu Nicolini, com o qual o novo disco deve ser composto.