Escolhemos cinco bandas por letra, uma vez por semana, para que você possa aprofundar seus conhecimentos. Confira abaixo o segundo ciclo das bandas com a letra E:
EKTOMORF: THRASH/GROOVE METAL – ORIGEM: HUNGRIA – FORMADA EM: 1994

Release: A banda foi formada na cidade de Mezökovácsháza, próximo a fronteira com a Romênia e carrega consigo fortíssimas infçluências do SEPULTURA, sobretudo a fase Groove, como nos àlbuns “Chaos A.D.” e “Roots”, além de combinar com ritmos ciganos, origem dos irmãos Farkas, fundadores da banda. Após anos de batalha e alguns álbuns com relativo sucesso, eles se mudaram para a Alemanha em 2002 e logo depois foram contratados pela Nuclear Blast, mas não sem antes passar por problemas com o empresário que desviou receitas do grupo, deixando incerta a continuação deles. Porém, um contrato com a Nuclear Blast acabou salvando a banda da dissolução. Eles permaneceram com este selo até o ano de 2008, onde lançaram bons álbuns, entre eles o aclamado “Outcast”, que fez a banda ser comparada com outra banda de Max Cavalera, desta vez o SOULFLY. Em 2008 a banda assinou com a AFM, Em 2017 houve uma debandada geral na banda, ficando apenas o vocalista/guitarrista Zoltán Farkas, que recrutou novos membros e gravaram o furioso álbum chamado “Fury” (N.do R: o leitor há de me perdoar pelo trocadilho). Hoje o lineup é formado por Zoltán Farkas (vocal/guitarra), Simon Sebastian (guitarra), Csaba Zahorán (baixo) e Kálmah Oláh (bateria). Lançaram 13 álbuns até hoje. É certamente a banda de Heavy Metal mais bem-sucedida da Hungria.
Músicas de destaque: Podemos citar músicas como “Outcast”. “I Choke”, “Who Can I Trust” (essa tocada somente no violão, muito interessante), “I Confront my Enemy”, “The Prophet of Doom”, “Fury”, “Hell is Here”, “Evil by Nature” (esta com a participação matadora de George “Corpsegrinder” Fischer, do CANNIBAL CORPSE), “What Doesn’t Kill”, “Envy”, Ak 47”. entre outras.
Opinião do Redator: O Thrash e o Groove Metal andam de mãos dadas desde os anos 1990 e provavelmente o grande responsável por isso seja o SEPULTURA, que deu o passo inicial, abrindo caminho para que outras seguissem o mesmo caminho, sendo esta uma vertente bem moderna. O EKTOMORF está longe de ser pioneiro no estilo ou mesmo de ter uma identidade própria, mas os caras conseguem ter brilho próprio, tendo um desempenho bem acima da média naquilo que eles se propõem a fazer e conquistando um lugarzinho entra as bandas favoritas deste redator que vos escreve. Para quem gosta de um som com muito, mas muito peso, agressivo e com afinação muito baixa, a banda húngara é uma boa recomendação.
Novidades: A banda lançou “Fury”, seu último álbum em 2018 e em 2019 trabalhava já no seu sucessor. Mas a pandemia do novo Coronavírus forçou a banda a pausar suas atividades. Esperamos vê-la concluir este álbum e a assombrar o mundo com seu som moderno e pesado.
ELDRITCH: PROG/POWER METAL – ORIGEM: ITÁLIA – FORMADA EM: 1991

Release – Formada na Itália, mais precisamente nas regiões de Florença e Livorno, o sexteto batizou o grupo recém-criado com o mesmo nome de uma música da banda texana de Thrash, chamada WATCHOWER, que na época era a favorita dos membros Eugene Simone, Adriano Del Canto e Terence Holler, que eram também influenciados por bandas como QUEENSRYCHE, ANNIHILATOR, CORONER e FATES WARNING. A intenção inicial era lançar algumas demos, sem grandes pretensões. Mas as coisas não sairam como planejadas e as demos foram se espalhando, aumentando o interesse do público pela banda, até que em 1995 lançaram seu debut, “Seeds of Hate”, que ganhou um prêmio de melhor álbum do mês por uma revista alemã. Em 1997 eles lançaram “Headquake”, que tornou a banda ainda mais popular, sendo convidados a tocar no “Gods of Metal”. Em 1998 lançaram “I’ll Niño”, terceiro e mais conhecido álbum, fazendo com que eles ficassem ainda mais conhecidos, inclusive aqui em terras brasileiras. A banda voltaria a tocar no “Gods of Metal” daquele ano. A banda foi mudando seu estilo a medida que o tempo passava e se consolidou como uma das que têm o som mais complexo na cena. Lançaram 11 álbuns de estúdio e mais um álbum ao vivo. Após mudanças na formação, hoje o lineup estabilizou-se com o vocalista Terence Holler, os guitarristas Eugene Simone e Rudj Gianneschi, o baixista Dario Lastrucci, o tecladista Oleg Smirnoff e o baterista Rafahell Dridge.
Músicas de destaque: “Heretic Beholder”, “Changing Blood”, “Cracksleep”, “Reset”, “The Deep Sleep”, “Save me”, além do cover para “My Sharona”, do THE KNACK, que ficou sensacional, ficando diferente da original e do que as as bandas costumam fazer.
Opinião do Readtor: O ELDRITCH é uma das tantas bandas que conheci através da saudosa revista Planet Metal, que vinha com um CD coletânea encartado. Na época eu estava familiarizando-me ainda mais com o Heavy Metal e com certeza ouvir a música “Heretic Beholder” pesou na transição do gosto musical, muito embora eu já curtisse algumas bandas de Metal antes disso. É uma banda pela qual eu tenho um apreço muito grande e recomendo para os que gostam de um som mais progressivo, sem soar pedante como algumas do estilo.
Novidades: Como todas as bandas, o ELDRITCH também foi alijada de fazer suas apresentações em decorrência da Covid-19. A última apresentação da banda foi em outubro de 2019, no festival “Ready For Prog?”, na cidade de Toulouse, na França.
ETERNAL SORROW: GOTHIC/DOOM METAL – ORIGEM: BRASIL – FORMADA EM : 1994

Release: Um dos principais nomes do Doom Metal, o ETERNAL SORROW é oriundo da cidade de Curitiba e apenas um ano depois, a sua demo “The Sadness Elevation” obteve excelente repercussão, inclusive na maior revista especializada da época, a Rock Brigade e que foi eleita a melhor demo estrangeira do ano de 1995, pelo programa “Stage Dyving”, de Açores, Portugal. “The Way of Regret”, o disco de estreia da banda, lançado em 1988, colocou a banda em evidência como uma das pioneiras do estilo em terras tupiniquins. A banda é uma das poucas a ostentar o fato de seguir firme no underground nacional por mais de 20 anos, ainda que o intervalo entre seus álbuns sejam bem grandes. Foram três discos lançados em um intervalo de 17 anos, sendo que o intervalo entre o segundo e o terceiro foram de 13 anos, A formação atual conta com Maurício Pampuch (baixo/vocal), Fernando Nathaivel (teclado), Alexandre Walter Antunes (guitarra), Ricardo Rossi (guitarra) e Adriano de Moraes (bateria).
Músicas de destaque: “Lonely Sufferance”, “The Sadness Elevation”, “Finding Blood of Enemies”, “Into a Sadness Loneliness”, “The Disillusionment Castle”, “Eternal Sorrow”, etc…
Opinião do Redator: Longe de ser meu estilo favorito, o Doom Metal praticado pelo ETERNAL SORROW não deve ser deixado de lado, ainda mais por não ser tão popular em terras tupiniquins. E a importância da banda em ser uma das piioneiras do estilo no Brasil é um fator de destaque e se eu tiver que indicar uma banda com esta sonoridade, com certeza os curitibanos não serão esquecidos. Essa é uma das inúmeras bandas que eu conheci através dos Cds encartados na extinta e saudosa revista Planet Metal, no final dos anos 1990.
Novidades: A banda segue na ativa e acabou de anunciar o relançamento do álbum, “The Way of Regret”, remasterizado, com a premiada demo “The Sadness Elevation” como bônus tracks e com a arte refeita. Aguardemos o fim da pandemia ou ao menos a normalização para que possamos ver a banda novamente em ação nos palcos.
EXCITER: SPEED METAL – ORIGEM: CANADÁ – FORMADA EM: 1980

Release: Apesar de formada com o nome EXCITER no ano de 1980, precisamos voltar um pouco no tempo para compreender a formação do grupo: em 1978, o guitarrista John Ricci, o baterista e vocalista Dan Beehler e o baixista Allan James Johnson formaram, na cidade de Ottawa. uma banda chamada HELL RAZOR e esta seria o embrião da banda que hoje conhecemos. Após a troca do nome, eles gravaram uma demo e uma das músicas gravadas fez parte da coletânea chamada “US Metal Volume II, no ano de 1982. A banda assinaria com a Shrapnel Records, pela qual seria lançado o debut, “Heavy Metal Maniac”, em 1983. No mesmo ano, eles assinariam com a Megaforce Records e em 1984 lançariam por este selo o segundo play. Em 1985, a primeira baixa: John Ricci deixa a banda, sendo substituído por Brian McPhee. Após turnê pela Europa, na qual tocaram com MOTÖRHEAD e MANOWAR, o trio veio à América do Sul, em 1987, inclusive, passando pelo Brasil. Após esta tour, recrutaram o vocalista Rob Malnati, pois Beehler não queria mais acumular a dupla função, ficando apenas concentrado na bateria. O EXCITER então passava a ser um quarteto e o novo vocalista estrearia no autointitulado álbum, de 1988. Neste mesmo ano, a banda se separaria, voltando às atividades em 1991, com o retorno doguitarrista John Ricci e com Dan Beehler voltando a assumir os vocais; Foram onze álbuns de estúdio lançados, além de um EP e um disco ao vivo. “Death Machine”, de 2010, é o último registro do trio canadense.
Músicas de destaque: “Heavy Metal Machine”, “Violence and Force”, “Stand up and Fight”, “Violence & Force”, “Mistress of Evil”, “Scream in the Night”, “Rain of Terror“, são algumas músicas notáveis do veterano power-trio canadense.
Opinião do Redator: A sonoridade rápida, que às vezes lembra as bandas de Thrash Metal, com influências da NWOBHM e de vez em quando pitadas da parte Crossover/Punk do MOTÖRHEAD, fazem do EXCITER uma banda única e de excelente qualidade. Eles só não são o melhor Power-Trio do Canadá pela existência de Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart. Ok, são estilos completamente diferentes, então para evitar a fadiga, podemos elegê-los como o melhor Power-Trio de Heavy Metal do Canadá. E ainda tem o fato de a banda ter sido uma das influências do SEPULTURA nos primórdios, o que já lhe credencia como uma das gigantes do Metal.
Novidades: Sem a perspectiva de shows para 2020, a banda tem aproveitado para vender seu material. Através do site shadowkingdomrecords.com , o fã pode adquirir camisetas, Cds, fitas cassete, entre outros produtos oficiais com a marca EXCITER.
EXODUS: THRASH METAL – ORIGEM: EUA – FORMADA EM: 1979

Release: Uma das bandas mais importantes do Thrash Metal, o EXODUS foi fundado em 1979 na cidade de Richmond, Califórnia por Tom Hunting (bateria e vocal), Tim Agnello e Kirk Hammet (guitarra) e Carlton Melson (baixo). Hoje apenas Tom Hunting continua na banda, ainda que tenha saído em duas oportunidades, mas voltou em 2007 e desde então segue na banda. Kirk Hammet saiu para substituir Dave Mustaine no METALLICA e segue por lá e em 1982 Tim Agnello saiu para a entrada de Gary Holt, sendo este o único membro que esteve presente em todos os dez álbuns de estúdio e dois ao vivo. Venderam mais de 5 milhões de discos no Mundo e a formação atual além de Hunting e Holt, conta com Steve “Zetro” Souza (que fora vocalista do THE LEGACY, antes da banda mudar seu nome para TESTAMENT) nos vocais, Lee Altus na guitarra, além do baixista Jack Gibson. São apontados como um dos pioneiros da cena Thrash Metal da Bay Area. A banda fez sucesso em meados da década de 1980, sobretudo com seus álbuns “Bounded by Blood”, “Pleasures of the Flesh” e “Fabulous Disaster”, despertando o interesse de algumas gravadoras, como a Capitol, com quem assinaram contrato. A banda se separou por duas oportunidades: entre 1993 e 1996, marcando o retorno do vocalista Paul Baloff, que havia sido demitido dez anos antes, devido a problemas com álcool e drogas. E o segundo e derradeiro retorno aconteceu em 2001. Um ano depois, uma tragédia se abate sobre o grupo: o vocalista Paul Baloff sofre um ataque cardíaco e morre, sendo substituído por Steve “Zetro” Souza, o que seria um dos seus retornos à banda. Ele sairia em 2004 para retornar em 2014, estando no posto até hoje. Em 2011, com o falecimento do guitarrista do SLAYER, Jeff Hanneman, Gary Holt seria anunciado o substituto e acumularia as duas bandas até 2019, quando a banda de Tom Araya e Kerry king anunciou sua aposentadoria. O último lançamento da banda fora “Blood in, Blood Out”, de 2014
.Músicas de destaque: Podemos citar músicas como “Piranha”, “The Toxic Waltz”, “Blacklist”, “Bounded by Blood”, “War is my Shepherd”, “Scar Spangled Banner”, “Exodus”, “Parasite”, “Master Than You’ll Ever Live to be”, “The Last Act of Defiance”, entre tantas outras.
Opinião do Redator: Sendo o Thrash Metal o estilo favorito deste redator que vos escreve, não é de se estranhar que o EXODUS receba os confetes, mas não é só por isso. A importância e a qualidade de suas composições também contam e parando para pensar, é uma injustiça que exista um The Big 4 tendo que deixar a banda de fora. Para quem gosta de música pesada, veloz, agressiva e técnica, eis uma grande pedida.
Novidades: O EXODUS tem aproveitado a pandemia do novo Coronavírus para trabalhar no sucessor de “Blood in, Blood Out”, ainda sem previsão de lançamento.