Escolhemos cinco bandas por letra, uma vez por semana, para que você possa aprofundar seus conhecimentos. Confira abaixo, cinco bandas com as letras X e Y:
XANADOO – THRASH METAL – ORIGEM: SINGAPURA – FORMADA EM: 2006
Release: Oriundo de um país com pouca tradição no Heavy Metal que é a Singapura, este power-trio faz um Thrash Metal inspirado na escola alemã do estilo, na Bay Area e pelo que deu para perceber em algumas de suas músicas, bebeu muito na fonte do SEPULTURA da fase “Schizophrenia”. Segundo a page oficial da banda no Facebook, eles se dividem entre o país natal e Québec, no Canadá. Já lançaram 4 demos, 4 split, 1 álbum ao vivo gravado em Vigo, Espanha e um full-lenght chamado “Black, Death, Grind, Shit!”, de 2010. Conta na formação com Shiva (Baixo/Backing Vocal), Mahesha (Bateria) e Zak (Vocal/Guitarra). Infelizmente há poucas informações sobre a banda, que tem talento e pode ir ainda mais adiante se expor mais seu material e suas informações. Tentamos contato com a banda até o fechamento deste quadro, através de seu Facebook, mas não obtivemos resposta.
Músicas de destaque: “World of Xanadoo”, “Blood is Dirt”, “This Song is Shit”, “Subterranean Hemorhoid Blues”, “Man vs. Fetus”, “Plague of Mankind” são as faixas que podemos destacar, todas elas pertencentes ao único full-lenght.
Opinião do Redator: Do pouco que consegui garimpar da banda nas andanças pela internet e Google da vida, pude perceber uma excelente qualidade e potencial, indicado para quem curte um Thrash Metal Old-School e bem tocado, como é o caso deste redator que vos escreve.
Novidades: Segundo as (poucas) informações disponíveis, a banda está na atividade, O último lançamento dos caras foi o EP “For the Cult”, de 2015. Certamente é mais uma das bandas que foram abaladas pelo caos provocado pelo novo Coronavírus.
XICO PICADINHO – DEATH METAL/GRINDCORE – ORIGEM: BRASIL – FORMADA EM: 2008
Release: O XICO PICADINHO se originou em 2008, por Henrick Magalhães e Rafael “Jabu”, que eram companheiros na banda AGRESSÃO EXTREMA. A banda se define como Antifascista e Libertária. O nome foi inspirado no famoso assassino dos anos 1960 e 1970, conhecido pela alcunha de Chico picadinho, preso até hoje por matar e esquartejar duas prostitutas. Os integrantes escutavam bandas como DAHMER e MACABRE, que citavam serial killers e como não havia nenhuma banda brasileira que seguiu este caminho, o nome do assassino acabou sendo escolhido para batizar a banda. É bom ressaltar que os caras não apoiam nem compactuam com os crimes cometidos e que o nome é pura ironia e tem o intuito de mostrar a crueldade humana na sua forma mais real e crua. Lançaram um Split em 2009 e dois anos depois entraram em hiato, retornando às atividades em 2013. Neste retorno, os caras resolveram abordar elementos do Death e do Black Metal e lançaram alguns Eps, como “Hecatombe Canibal, Líbidos, Prazer, “, em 2014 e “Ode ao Apodrecimento”, de 2018. além de mais um Split, lançado em 2019, com a banda VAZIO. Hoje a banda tem em sua formação: Henrick Magalhães (bateria/vocal), Rafael “Jabú” (guitarra), Marcelo Alves (guitarra), Bruno Floriano (baixo) e Luiz Henrique (vocal).
Músicas de destaque: “Altar dos Ossos e Carcaças“. “O Vovô que Comia Criancinhas“, “Era da Auto-Aniquilação“, “Este Mundo Vai Cair“, “Morto Por Dentro“”Sua Carne Chora em Transcendência para o Nada“, são as músicas mais interessantes dentre as que eu tive acesso.
Opinião do Redator: Tive acessoa dois trabalhos da banda: os EPs ” Hecatombe Canibal, Líbidos Prazeres, Lúgubres Desejos” e “Ode ao Apodrecimento“. O primeiro tem uma sonoridade bem tosca e embora praticamente inaudível, percebemos boas ideias ali. Já o segundo é completamente o oposto; Temos um som muito brutal e extremo, mas bem tocado, bem produzido e consequentemente, melhor para avaliação. Nota-se um amadurecimento e aqui podemos dizer que a banda é o NAPALM DEATH brasileiro. Uma grata surpresa do underground nacional e a sonoridade aliada ao posicionamento Antifascista foram mais que suficientes para não apenas prender a minha atenção, mas me tornar um seguidor.
Novidades: A banda está na ativa e havia prometido o lançamento do merecido primeiro álbum ainda para 2020. Só não sabemos o quanto essa pandemia irá interferir na empreitada dos caras.
YES: ROCK PROGRESSIVO – ORIGEM: INGLATERRA – FORMADA EM :1968
Release: em 1968, o vocalista Jon Anderson e o baixista Chris Squire se juntaram e fundaram o YES, que se tornaria uma das maiores bandas de Rock Progressivo da história. A dupla recrutaria o guitarrista Peter Banks, o tecladista Tony Kaye e o baterista Bill Bruford, estabelecendo assim, a primeira das muitas formações da banda ao longo de sua história, que, contando apenas os anos em que estiveram na ativa, somam quase 50 anos. O YES entrou em hiato por duas oportunidades, sendo a primeira no ano de 1980, com o retorno em 1983 e a segunda no período entre 2004 e 2008. O grande público conheve a banda apenas pelo seu maior hit, a música “Owner of a Lonely Heart”, de 1983 e que, junto com sua participação na primeira edição do Rock in Rio, em 1985, alavancou a popularidade do quinteto por aqui. Porém, o fã que acompanha com mais dedicação leva em consideração os trabalhos realizados na década de 1970, onde o som era bem mais complexo, com inserções de música erudita, além de diversas mudanças andamento incomuns, além das letras com significados obscuros. Chris Squire é notabilizado por ter sido um dos primeiros músicos a utilizar efeitos de guitarra, Gravaram ao todo 21 álbuns de estúdio, sendo que nos dois primeiros, eles mesclavam material autoral com covers de bandas que os influenciaram, como por exemplo THE BEATLES, SIMON & GARFUNKEL e THE BYRDS. A partir do terceiro álbum, “The Yes Album”, de 1971, a banda concentrou seus esforços apenas em composições próprias. É reconhecidamente um dos maiores nomes do estilo, embora não tão famosa quanto algumas de suas contemporâneas, mas influenciando diversas bandas que vieram depois, por toda a sua musicalidade. Chris Squire foi o único membro a fazer parte da banda durante todas as fases, porém, perdeu a batalha para uma leucemia. Hoje a formação do YES tem o vocalista Jon Davison, o guitarrista Steve Howe, o tecladista Geoff Downes, o baixista Billy Sherwood e o baterista Alan White.
Músicas de destaque: Além da já citada e estouradaça “Owner of a Lonely Heart“, podemos citar músicas como “Roundabout“, “I’ve Seen All Good People“, “Sweetness”, “Changes“,”Long Distance Runaround“, são algumas das músicas notáveis da banda.
Opinião do Redator: O YES não é uma banda de fácil compreensão, por misturar diversos estilos musicais em músicas que não raramente têm duração de oito, nove e até mais de dez minutos. Mas é uma banda que sempre nos proporciona novos patamares musicais, eles sempre estiveram na vanguarda musical, É uma banda pela qual eu tenho um enorme respeito, eles são certamente um dos pilares do Rock Progressivo.
Novidades: A banda realizou turnê pelos Estados Unidos em 2019 com grandes nomes do Rock Progressivo britânico, como o ASIA, John Lodge (THE MOODY BLUES) e Carl Palmer, membro do icônico EMERSON, LAKE & PALMER. Ainda no ano passado, a banda soltou um álbum ao vivo chamado “Yes, 50 Live”. Além disso, está prevista uma turnê da banda pela Europa entre os meses de abril e maio de 2021, tocando na íntegra o álbum “Relayer” (1974).
YNGWIE MALMSTEEN – HEAVY METAL – ORIGEM: SUÉCIA – EM ATIVIDADE DESDE: 1978
Release: Lars Johan Yngve Lannerbräck ou simplesmente Yngwie Malmsteen é um guitarrista sueco, pertecente ao grupo dos virtuosos e considerado um dos melhores de sua geração. Ele tentou a carreira em seu país natal, ainda na década de 1970, sem sucesso e percebeu que deveria se mudar para que conquistasse tudo o que a música pôde lhe proporcionar. Então aceitou um convite para se mudar para Los Angeles, onde tocou em algumas bandas, como o STEELER, que teve uma breve carreira e no ALCATRAZZ, as duas de Heavy Metal, sendo a segunda, inspirada no RAINBOW, do ex-DEEP PURPLE Ritchie Blackmore, e onde Malmsteen começaria a se destacar com seus solos, porém, limitado por tentar a carreira de músico na Suécia, ele aceitou uma proposta da Polygram no ano de 1984 e investiu na carreira solo. Um certo Steve Vai ocuparia a sua vaga. Em sua carreira solo, ele seria um dos precursores do estilo neoclássico aliado ao Heavy Metal, que culminou com o álbum “Rising Force”, até hoje uma grande referência deste estilo e que conta com participações do tecladista Jens Johansson, que mais tarde integraria o STRATOVARIUS, do baterista Barriemore Barlow, conhecido por tocar no JETRO TULL e do vocalista Jeff Scott Soto. Com este álbum, ele conseguiu a façanha de alcançar o 60º lugar na “Billboard” e o que torna a façanha ainda mais surpreendente é que o álbum não tinha apelo comercial, nem tampouco músicas veiculadas na mídia. Era o que ele precisava para fazer sua carreira decolar. Daí em diante ele passou a ser eleito como o melhor guitarrista de Rock pelas revistas especializadas. Sofreu um acidente automobilístico em que bateu com a cabela no volante, o que comprometeu os nervos motores de seu braço direito, mas depois de uma terapia, ele conseguiu se recuperar e seguiu sua carreira, que hoje conta com 20 álbuns lançados. Em 2001, ele se envolveu em uma polêmica em Porto Alegre, quando, resolveu tocar em sua guitarra o hino dos Estados Unidos, recebendo uma sonora vaia do público e acabou abandonando o palco. Yngwie que é tão técnico na guitarra quanto difícil de lidar, é uma verdadeira lenda das seis cordas.
Músicas de destaque: “You Don’t Remember”, “I’ll Never Forget”, “Liar”,”Queen In Love”, “Trilogy Suíte Op:5” ,, “Black Star”, são algumas das mais notáveis de sua carreira.
Opinião do Redator: O guitarrista além de excelente nas seis cordas, consegue criar muitas músicas excelentes, com bons riffs e muita, mas muita velocidade nos solos. Não chega a soar pedante como alguns guitarristas por ai, até porque suas músicas soam como uma banda mesmo e não como um solista, embora ele tenha seus momentos como solista. É indicado para fãs de Heavy Metal que gostam dessa aliança com o neoclássico.
Novidades: O baixinho continua em atividade, lançou em 2019 o mais recente álbum com sua banda, “Blue Lightning” e assim como todos nós, está aguardando o término desta pandemia para que possa voltar à estrada tocando seu Heavy Metal para delírio dos seus fãs.
YOUTH BRIGADE – PUNK ROCK – ORIGEM: EUA – FORMADA EM: 1980
Release: Em 1980, três irmãos de família canadense e que migraram para a Califórnia, Mark Stern (bateria), Adam Stern (baixo) e Shawn Stern (vocal/guitarra) montaram uma banda punk com o princípio filosófico de que a juventude é uma atitude e não uma época e que cada geração tem a responsabilidade de mudar o que eles entendem como o que é errado no mundo. Esta filosofia levou a banda a formar a BYO, Better Youth Organization, que serviu como gravadora e também uma organização que dá suporte à jovens entre 14 e 24 anos. Uma bela atitude, não acham? Musicalmente falando, no primeiro ano, a banda foi um sexteto, mas acabou se consolidando mais tarde apenas com os três irmãos. Antes mesmo de gravarem o primeiro álbum, a banda saiu em turnê pelos Estados Unidos, ao lado do icônico SOCIAL DISTORTION. Esta tour foi registrada no filme “Another State of Mind”, de 1984. O YOUTH BRIGADE foi uma das primeiras bandas independentes dos Estados Unidos a fazer uma tour pela Europa e ao regressarem, o baixista Adam decidiu se retirar da banda para se dedicar ao curso de arte. Os dois irmãos ainda seguiram, porém, utilizando o nome THE BRIGADE, até 1987. Em 1991, a banda retornou as atividades, porém a formação clássica esteve junta por duas oportunidades desde então: foi entre os anos de 1991 e 1994 e depois entre os anos de 2000 e 2007. Nos seis anos a banda seguiria desfalcada de Adam Stern e desde 2013 ele retornou mais uma vez e hoje a banda consiste em um quarteto, com a adição do guitarrista/vocalista John Carey. Em sua discografia constam 5 álbuns de estúdio e 3 Eps. São uma das bandas mais importantes do cenário punk da costa oeste dos Estados Unidos.
Músicas de destaque: “Moral Majority”, “Full Speed Ahead”, “Barbed Wire”. “Last Word”. It’s About Time That We Had a Change”, entre outras.
Opinião do Redator: a banda faz bem o estilo que se propõe, que é o Punk, que não exige muito dos músicos, além de muita energia e sujeira, em músicas que duram pouco. Eles são reconhecidamente uma das bandas mais influentes e merece todo nosso respeito.
Novidades: A banda segue na atividade, como eles mesmos afirmam em sua page no Facebook, “fazendo turnês pelo mundo”, mas com certeza foram forçados a parar tudo por conta desta pandemia.