Escolhemos cinco bandas por letra, uma vez por semana, para que você possa aprofundar seus conhecimentos. Confira abaixo o segundo ciclo das bandas com a letra K:

KAMELOT – PROG/POWER METAL – ORIGEM: ESTADOS UNIDOS – FORMADA EM: 1991

Release – Formada na cidade de Tampa, na Flórida, o celeiro das bandas de Death Metal nos Estados Unidos, o KAMELOT é o que podemos chamar de “estranho no ninho”, mas isso não impediu com que a banda se tornasse uma das referências do estilo que eles se propuseram a nos oferecer: a mescla de Progressive com Power Metal, além de elementos sinfônicos. Em 1991, o guitarrista Thomas Youngblood e o baterista Richard Warner. Em 1995, com contrato com a Noise Records, a banda se reúne para gravar o álbum de estreia, “Eternity”. Um ano depois, a banda lançaria o sucessor, “Dominion”, que apresenta uma evolução bastante latente na sonoridade, que inclui elementos de Jazz. Em 1997, quando tudo parecia bem, a banda sofre duas baixas: o fundador Richard Werner e o vocalista Mark Vanderbilt abandonam o projeto e cada um segue seu caminho musical. Mas a banda conseguiu substituí-los e seguiu em frente, adquirindo ainda mais boas reputações na cena. E em 2005, eles lançaram a sua obra-prima, que é o álbum “The Black Halo”. O KAMELOT tem 12 álbuns de estúdio lançados e hoje a formação se estabilizou com Thomas Youngblood, o baixista Sean Tibbets (que participou da primeira formação, mas tem algumas idas e vindas, estando fixo na banda desde o ano de 2009), o tecladista Olivier Palotai, o vocalista Tommy Karevik e o baterista Alex Landenburg. O curioso é que apesar de ser uma estadunidense, o KAMELOT hoje é uma banda multinacional, pois temos dois alemães e um sueco além dos dois nascidos nos Estados Unidos no lineup atual.

Músicas de destaque – “When the Lights are Down”, “The Hauting” “Marching of Manifesto”, “Forever”, “Sacrimony”, “Center of the Universe”, “Ravenlight“, são algumas das músicas que podemos citar como as mais notáveis,

Opinião do redator – Conheço muito pouco do KAMELOT, é bem verdade, mas do pouco que escutei dos caras, eu pude perceber que a banda usa de muita complexidade em suas composições, como de praxe em todas as bandas de Progressive Metal. Eles fazem muito bem o que se propuseram a fazer, com alguns excessos, que é comum para as bandas do estilo. Pra mim é uma boa opção de som a se ouvir. Para os fãs de DREAM THEATER e SYMPHONY X, por exemplo, o KAMELOT representa a nata, com a pequena diferença de que esta aqui não tem o hábito de compôr músicas tão extensas.

Novidades – A banda aproveitou a pandemia para lançar, no dia 14 de agosto deste ano, um álbum ao vivo: “I am the Empire: Live From the 013”. A apresentação foi em 14 de setembro de 2018 em uma casa chamada 013 Venue, em Tilburg, Holanda. Trata-se de um álbum quádruplo, que consiste em um Blu-Ray, um DVD e dois CD’s. Eles se apresentariam no Brasil neste ano, porém, a data foi reagendada por duas oportunidades, sendo a próxima em junho do ano que vem, na companhia de TURILLI/LIONE RHAPSODY; As cidades de Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília estão confirmadas.

KARNIVORE – THRASH/DEATH METAL – ORIGEM: SUÉCIA – FORMADA EM: 2010

Release – O KARNIVORE está em atividade há dez anos, porém, sua história remonta ao KARNEYWAR, banda que existiu entre os anos de 2002 e 2010 e que foi o embrião da banda existente hoje. Lançaram apenas três demos antes de mudar o nome e a formação consistia no vocalista Martin Holmqvist, o guitarrista Jens Englund, no baterista Mattias Johansson, o baixista Timmy Persson e o segundo guitarrista Jimmy Sjöqvist. Os dois últimos saíram da banda em 2011 e 2012, respectivamente e desde então a banda segue como um trio, sendo que Jens Englund se encarrega de tocar baixo quando a banda está em estúdio. Lançaram três álbuns

Músicas de destaque – “Empire of Filth”, “Hinterkaifeck”, “Slicen Dice”, “Ut ur askan”, “Disfigured Man”, “War is Coming”, “The Warden” são algumas das músicas que podemos destacar na carreira deste trio sueco.

Opinião do redator – Trata-se de uma banda diferenciada, não espere escutar aquela banda típica de Thrash onde as palhetadas rápidas são predominantes ou mesmo uma banda de Death em que a bateria é desesperadamente rápida e caprichada nos blasts-beats. Aqui as músicas são bastante complexas e densas de maneira impressionante, fazendo com que a banda se destaque. Para quem tem a mente aberta, é uma ótima opção.

Novidades – A banda lançou seu terceiro e mais recente álbum, intitulado “Dödsriket”, em 13 de fevereiro deste ano, porém, como todos, eles também foram alijados durante a pandemia do novo Coronavírus e por isso não puderam fazer turnês para a divulgação deste play.

KING DIAMOND – HEAVY METAL – ORIGEM: DINAMARCA – FORMADA EM: 1985

Release – Em 1985, quando o MERCYFUL FATE se separou, King Diamond manteve-se unido ao guitarrista Michael Denner e ao baixista Timi Hansen, recrutando o exímio guitarrista Andy LaRocque e o excepcional baterista Mikkey Dee e formou a banda que leva seu nome. Os dois primeiros saíram no ano de 1987, enquanto que Mikkey ficou até 1989. Andy segue fiel ao mestre King até hoje. Completam o lineup atual o guitarrista Mike Wead, o baterista Matt Thompson e o baixista Pontus Egberg. Já passaram pela banda nomes como os do baixista Sharee D’Angelo (ARCH ENEMY) e do guitarrista Glen Drover (ex-MEGADETH). Foram 12 álbuns de estúdio lançados desde a fundação da banda, dos quais, praticamente todos são conceituais, as exceções se aplicam aos álbuns “Fatal Portrait” e “The Spíder’s Lullabye”, que são, digamos, parcialmente conceituais. “Abgail” (1987), “Them” (1988) e “Conspiracy” (1989), são consideradas obras-primas não só da banda KING DIAMOND, mas como do Heavy Metal de maneira geral. O último lançamento de estúdio foi “Give me Your Soul…Please”, de 2007; Alguns de seus discos figuraram em charts ao redor do mundo, sendo que o de melhor performance de maneira geral foi o álbum “The Graveyard”, de 1996, que chegou a posição de número 23 na Finlândia; já na “Billboard”, “Them” alcançou a melhor posição: 89º. Em 1993, com o retorno do MERCYFUL FATE, King Diamond manteve sua banda e se manteve ativo concomitantemente nas duas, o que ocorreu até 1999, uma vez que o MERCYFUL FATE se separou e seguiria voltando e paralisando suas atividades por mais vezes no futuro. No entanto, desde o ano passado, ambas as bandas estão em atividade. Os brasileiros tiveram a honra de assistir in loco ambas as bandas. O fato ocorreu durante o saudoso festival “Phillips Monsters of Rock”, em 1996, que contou ainda com as participações de HELLOWEEN e IRON MAIDEN. A esposa de King, Livia Zita, faz constantes participações, colaborando com vocais, tanto nos álbuns quanto nas apresentações.

Músicas de destaque – São muitas as músicas que podemos citar como sendo as melhores do KING DIAMOND, então vamos ser sucintos na escolha: “Sleepless Nights”, “Abgail”, “Halloween”, “Masquerade of Madness”, “Welcome Home”, “Arrival”, entre outras.

Opinião do redator – Eu não posso de maneira nenhuma negacionar a importância e a qualidade do som da banda que King Diamond formou depois que sua então banda principal entrou em hiato. Ainda que ambas as bandas tenham sonoridades semelhantes, minha admiração, (e por que não dizer devoção?) pela banda é sempre exaltada. King sempre se cercou de excelentes músicos e isso sempre contribuiu para que a qualidade estivesse sempre no topo.

Novidades – A banda está na ativa, lançou um álbum ao vivo no ano passado, intitulado “Songs for the Dead Live”. E como todos os artistas, eles seguem em quarentena, esperando tudo acabar para que possam nos brindar com apresentações ao vivo e, quem sabe, com um disco novo, uma vez que o hiato já dura 13 anos.

KORZUS – THRASH METAL – ORIGEM: BRASIL – FORMADA EM: 1983

Release – Formada em São Paulo no ano de 1983 com o nome de Hand of Doom, inspirada na música homônima do BLACK SABBATH. Sua primeira formação contava com Marcello Pompeu nos vocais, Silvio Golfetti no baixo, Marcello Nicastro na guitarra e Luiz Mauricio S. Oliveira “Brian” na bateria. Apenas Pompeu segue na banda até os dias atuais. A banda foi formada em um primeiro momento para participar do 1º Encontro Musical do Colégio Costa Braga. Depois mudaram o nome para KORZUS, nome este que fora retirado do armário da casa do baterista Zema, que viria a integrar a banda pouco tempo depois. Em 1985, já com Dick Siebert no baixo e com Silvio Golfetti na guitarra, o KORZUS participou da coletânea “SP Metal 2”, com as músicas “Guerreiros do Metal” e “Príncipe da Escuridão”, sendo a primeira um hino do Metal oitentista brasileiro, Em 1987, Zema passaria a fazer parte do lineup e assim a banda lança “Sonho Maníaco”, a estreia oficial. Pouco tempo depois, o baterista Zema comete suicídio e este fato abalou profundamente a banda. Mas eles não desistiram e seguiram em frente. A banda enfrentou problemas para ter um baterista fixo até que Rodrigo Oliveira assumiu o posto na metade final dos anos 1990 onde permanece até hoje. Já passaram pelo KORZUS bateristas como Ricardo Confessori e até mesmo Fernando Scheaffer. Em 1991, lançaram “Mass Illusion”, outro clássico do Thrash Metal nacional. O guitarrista Heros Trench entrou na banda em 1998 e segue até hoje. Fez com Silvio Golfetti a dupla de guitarristas mais letal do Metal nacional depois de Max Cavalera e Andreas Kisser. Golfetti deixou a banda no ano de 2006 e foi substituído pelo monstruoso Antônio Araújo. Mas a saída foi amistosa e Silvio segue amigo da banda, tanto é que recentemente a banda se apresentou em uma live durante a pandemia do novo Coronavirus, tocando o álbum “Ties of Blood” na íntegra e o ex-guitarrista se apresentou em substituição a Antônio Araújo, uma vez que este reside em Recife e não pôde viajar devido aos protocolos de isolamento social. O KORZUS lançou sete álbuns de estúdio nestes quase 40 anos de estrada e conta com brilhantes aparições em festivais como o Phillips Monsters of Rock (1998) e Rock in Rio (2011). É certamente um dos grandes pilares do Metal Nacional.

Músicas de destaque – São muitas as músicas de destaque, como a já citada “Guerreiros do Metal”, “Agony”, “Pay for Your Lies”, “Victim of Progress”, “The World is a Stage”, “Lost Man”, “Internally”, “What a Pain”, “Guilty Silence”, “Who’s Going to be the Next”, “Evil Sight”, “Respect”, “Truth”, “2012”, “Lat Memories”, “Catimba”, “Slavery”, “Lifeline”, “Lamb”, “Purgatory”, “Bleeding Pride”, entre tantas outras, É até difícil compilar um “Best of” da banda,

Opinião do redator – O KORZUS herdou a posição deixada pelo SEPULTURA como a melhor banda de Thrash Metal do Brasil, uma vez que com a saída de Max Cavalera, o quarteto formado em Minas Gerais abandonou completamente o estilo. E pessoalmente, eu tenho um apreço muito grande pelo quinteto paulistano, não somente pela qualidade, mas também por tudo que eles representam, por toda a luta no underground do Brasil. É uma pena muito grande que a banda não tenha feito uma carreira internacional sólida. Sorte a nossa, que temos a chance de vê-los em ação. E para quem viu as apresentações mais recentes dos caras, este redator os viu no Estúdio Show Livre e na live em que tocaram o “Ties of Blood”, na íntegra, a banda está afiadaça e cada vez mais letal em cima dos palcos.

Novidades – A banda lançou recentemente sua autobiografia, chamada “Guerreiros do Metal”. Como todos, o KORZUS está em compasso de espera pelo final ou ao menos para que a pandemia do Coronavírus cesse um pouco para que possa voltar a se apresentar. A banda seria uma das convidadas do ARMORED DAWN em uma turnê que foi adiada para o ano de 2021, que terá também DR. SIN e JIMMY & RATS. Eles planejavam entrar em estúdio neste ano para gravar o sucessor de “Legion”, lançado em 2014, mas a pandemia, sempre ela, atrapalhou a vida dos caras, como tem atrasado com as vidas de todos nós.

KREATOR – THRASH METAL – ORIGEM: ALEMANHA – FORMADA EM: 1984

Release – Antes de falar da formação do KREATOR, é importante voltar dois anos no tempo e lembrar do TORMENTOR, a banda que foi o embrião do que hoje conhecemos como a maior banda de Thrash Metal da Alemanha e que contava com o vocalista/guitarrista Mille Petrozza, o baterista Ventor e o baixista Rob. Sob o primeiro nome, a banda ficou na ativa por dois anos, lançando duas demos. Em 1984 a banda mudou o nome, manteve a mesma formação e no ano seguinte lançaria seu primeiro full-lenght, o clássico Endless Pain, onde Mille Petrozza e Ventor revezando-se nos vocais. Em 1986, o guitarrista Tritze entra na banda que então se estabelecia como um quarteto. No mesmo ano, a banda lança outro clássico do Thrash Metal germânico: o poderoso “Pleasure to Kill”. Este álbum marca a última aparição de Ventor como vocalista. A partir de então, Mille Petrozza assumiria 100% dos vocais do KREATOR. Em 1989, a banda lança o disco que é considerado por boa parte dos fãs como sendo o melhor: o agressivo e brutal “Extreme Aggression”. Pouco tempo depois, Tritze deixou a banda e desde então o posto de segundo guitarrista vinha sofrendo algumas alterações, até que em 2001, Sami Yii-Sirniö assumiu o posto para não mais largar. Completa o lineup atual o baixista Frédéric Leclercq, que se juntou à banda em 2019. Ventor esteve presente durante quase todo o período, à exceção foi entre os anos de 1994 e 1996, quando Joe Cangelosi o substituiu, sendo “Cause for Conflict” o único álbum que não conta com seu registro na bateria. Durante a década de 1990, o KREATOR, assim como as bandas de Thrah Metal do mundo todo precisaram se reinventar. E a banda oscilou em seus lançamentos: Coma Of Souls é um excelente disco, que preza pela técnica absurda. Porém depois disso, a banda andou alternado bons (“Outcast”) e maus discos (“Cause for Conflict” e o tenebroso “Endorama”), mas nos anos 2000, a banda voltou a ser letal, com ótimos lançamentos como “Violelnt Revolution”, “Enemy of God” e “Phantom Antichrist”, por exemplo, Em 2003, a banda lançou o CD/DVD “Live Kreation”, do qual, boa parte das músicas foram tocadas em uma apresentação em São Paulo. Já são 14 álbuns de estúdio lançados em mais de 35 anos de carreira.

Músicas de destaque – “Betrayer”, “Phobia”, “People of the Lie”, “Bringer of Torture”, “Satan is Real”, “Enemy of God”, “Pleasure to Kill”, “Coma of Souls”, “Flag of Hate”, entre tantas outras, compoem as músicas notáveis do KREATOR.

Opinião do redator – O KREATOR é certamente o maior nome do Thrash Metal da Alemanha e também um dos maiores nomes mundiais do gênero. Normalmente a imprensa e os fãs olham apenas para as bandas do chamado The Big 4, que realmente são ótimas, mas não podemos centrar nossos olhates somente para elas, quando existem na cena bandas tão boas quanto aquelas que lá estão e é nessa perspectiva que entra o quarteto comandado pelo Antifascista chamado Mille Petrozza. É uma das minhas bandas favoritas e o curioso é que o meu primeiro contato com a banda foi com o péssimo álbum “Endorama”. E ao invés de eu largar a banda de lado, eu procurei por mais material, uma vez que me recusava a acreditar que a banda que eu ouvia falar tão bem e que lia sempre boas resenhas em revistas especalizadas se resumisse aquele som experimental que eu tinha escutado no referido disco. E de fato eu não estava errado e a banda tem um ótimo legado que foi construído ao longo do tempo e aquele disco era apenas um dos poucos passos em falso que a banda deu em sua carreira. Então sempre que posso, coloco para rolar discos como “Extreme Aggression”, “Coma of Souls” (o meu favorito) ou “Enemy of God”, claro, sem desmerecer os demais, que são ótimos.

Novidades – A pandemia, sempre ela, impediu com que o KREATOR apresentasse seu caos sonoro pelo mundo, mas não impediu os lançamentos da banda. E em 14 de fevereiro deste ano, a banda nos brindou com “London Apocalyppticon – Live at Roundhouse”, gravado em dezembro de 2018. Além disso, em março a banda soltou o single “666 – World Divided” e em abril, a mesma música foi lançada em formato de Split LP com o LAMB OF GOD. Ambas as bandas sairiam em turnê conjunta, porém, o projeto precisou ser adiado em decorrência deste vírus maldito.