A História Por Trás da Canção #20: The Raven Age – Fleur de lis

Olá caros headbangers, bem-vindos a mais um “A História Por Trás da Canção”, o nosso quadro de toda segunda-feira onde descobrimos semanalmente os detalhes por trás das letras das músicas de Rock e Metal que tanto amamos.

E hoje voltaremos a falar da banda que abriu esse quadro, sendo essa a The Raven Age, grupo o qual faz parte o guitarrista George Harris, filho de um velho conhecido de todos aqui, sendo esse o Steve Harris, baixista da grande banda britânica Iron Maiden.

Certamente, a The Raven Age é uma banda muito pouco popular no Brasil, mesmo tendo o filho de uma lenda entre seus integrantes, isso sem falar que seu estilo certamente faz muito headbanger conservador torcer o nariz, por se tratar de um grupo que segue a linha sonora de vertentes mais modernas,

Mas, de qualquer forma, é uma banda que recomendo todos ouvirem, principalmente seu álbum mais recente intitulado “Conspirancy”, de 2019, que inclusive é o disco o qual pertence a música que falaremos hoje, sendo essa a “Fleur de lis”.

Assim como o Iron Maiden, o The Raven Age também é uma banda que gosta de abordar questões históricas em suas letras, coisa que também ocorre na faixa “Fleur de lis”, onde na mesma, a banda fala sobre a conhecida história de Joana D’Arc.

Bom, você que nunca fugiu das aulas de História na escola certamente já ouviu falar em Joana D’Arc em algum momento da sua vida, mas de qualquer forma, vamos lá destrinchar os fatos sobre um dos principais símbolos históricos da França até hoje.

De início, Joana D’Arc era apenas uma mera camponesa que seguia uma humilde vida ao lado de sua família em Domrémy, no Nordeste da França, em meio ao contexto da Guerra dos Cem Anos, onde França e Inglaterra guerrearam por 116 anos em disputado do trono francês, após a morte do rei Carlos IV, que não deixou herdeiros.

Aos 13 anos, Joana alegava ouvir vozes divinas falando com ela, que segundo a mesma, algumas dessas seriam do Arcanjo São Miguel, de Santa Catarina de Alexandria, e de Santa Margarida de Antioquia.

E o que essas vozes diziam? Bom, por mais estranho que possa parecer para alguns, segundo a própria Joana, as vozes a aconselhavam a ir para Paris com o intuito de se juntar ao exército francês para retomar a cidade de Orléans.

Aos 16 anos, Joana D’Arc convenceu Robert de Baudricourt, capitão da guarnição Armagnac, a lhe ceder uma escolta até Chinon, para se encontrar com o rei Carlos VII, que ainda não tinha sido coroado como rei da França (pois, a coroa estava em disputa com o rei inglês Henrique VI).

Ao chegar em Chinon, Joana precisou deixar o seu cabelo curto e se vestir com roupas masculinas para que a nobreza aceitasse ouvi-la, tendo assim seu encontro com o rei Carlos sido possível.

Imagino que nessa parte muitos de vocês devem ter ouvido falar que para testar Joana D’Arc, o rei Carlos se vestiu como um homem comum em meio a nobreza para ver se a jovem camponesa o reconheceria, e se assim o fizesse, provaria a sua “ligação” com o divino, tendo sido exatamente isso que teria ocorrido. Bom, devo informa-los que essa parte da história é considerada como lenda pelos historiadores, e que na verdade, até hoje não se sabe o que ocorreu na conversa entre Joana e Carlos que convenceu o rei a dar sua total confiança a jovem moça para liderar o exército francês.

Mas, é verdade que Joana foi submetida a um teste de espiritualidade, onde foi constado que ela era uma garota sã, e não apenas uma lunática falando besteiras, e que ela precisou fazer um exame para provar que ainda era virgem.

Fato é que após isso tudo, Joana D’Arc liderou o exército francês até a cidade de Orléans, onde eles conseguiram derrotar os ingleses da mesma. E aqui chegamos em outro ponto que causa divergência entre os historiadores, pois alguns dizem que Joana foi uma grande guerreira no campo de batalha, e outros dizem que o papel dela era mais de encorajar os soldados, mas sem ter participado diretamente do combate.

Independente disso, Joana passou a ser uma figura importante para o moral do exército francês, e logo após a vitória em Orléans, o rei Carlos VII finalmente foi coroado na cidade de Reims. E a partir dali a história da jovem camponesa que passou a liderar o exército francês passou a ser contada por todos.

Certamente, os ingleses não ficaram nada felizes com isso, sendo assim, em 1430, Joana foi capturada durante uma investida a cidade de Compiêgne, que era dominada pelos Borguinhões, franceses aliados da Inglaterra, tendo sido entregue aos ingleses.

E para desmoralizar a figura de Joana D’Arc, e também do rei francês Carlos VII, Joana foi levada a julgamento pela Igreja Católica sob acusações de cunho religiosos, sendo algumas delas referentes a bruxaria, blasfêmia, heresia, assassinato, e afins.

No fim, Joana foi considerada culpada, sendo condenada a morte na fogueira aos 19 anos, pena essa que foi executada no dia 30 de maio de 1431 na Praça do Velho Mercado, em Ruão. E para evitar possíveis adorações ao seu túmulo, a Igreja cremou o seu corpo e jogou as cinzas no rio Sena.

Mas, seu legado não acabou por aí, alguns anos depois, em 1456, o papa Calisto III pediu revisão do processo de julgamento de Joana D’Arc, tendo após isso inocentado a mesma das acusações de bruxaria.

Além disso, sua imagem depois passou a ser usada como símbolo da Liga Católica contra os Protestantes, e em 1803, Napoleão Bonaparte a declarou como símbolo nacional da França.

E por fim, em 1909 sua beatificação foi autorizada pela Igreja Católica após relatos de milagres que ocorreram após pessoas rezarem para ela, tendo em 1920 sua canonização sido oficializada pela papa Bento XV, se tornando a partir dali Santa Joana D’Arc.

Mais uma vez, ressalto que isso aqui é apenas um resumo de toda a história, caso queiram saber mais detalhes, deixarei aqui alguns vídeos para vocês aprofundarem a pesquisa.

E claro, confiram logo abaixo o lyric vídeo do The Raven Age referente a música “Fleur de lis”, onde eles ressaltam a gloriosa história de Joana D’Arc tanto na letra quanto nas imagens.

Confiram também a playlist especial do quadro no Spotify, onde você encontra essa e outras músicas que foram destrinchadas aqui no “A História Por Trás da Canção”:

https://open.spotify.com/playlist/5A7lPbB1hjwMVBIxjqPNNC?si=9lEhwbDBQM66-COzRNQhSw

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