Jimmy Page: réplica da Telecaster de Page está na Fender Week que acontece no Hard Rock Cafe

Uma coisa é certa. O mundo do rock é feito de sonhos que deram certo e repleto por muita gente apaixonada pelo que faz. Não poderia ser diferente com Clarence Leonidas Fender, um inventor lá do sul da Califórnia que acreditou que podia melhorar alguns instrumentos e colocou a mão na massa, ou melhor, na madeira, criando a primeira Fender de muitas. Em exposição no Hard Rock Cafe Curitiba estão as linhas de 1951 a 1964, réplicas feitas pela Custom Shop da Fender, que é uma linha produzida artesanalmente pelos melhores luthiers da empresa.

Ou como define sócio-diretor do Hard Rock Cafe Curitiba, Brunno Kukulka: “quando as pessoas entram hoje no terceiro piso, e veem tantas guitarras lendárias expostas, penduradas dentro dos cases, a gente dá um suspiro e se sente como se fosse a Disneylândia.”.

Fotografia: Angela Missawa.

Apesar deste ser o segundo ano de Fender Week em Curitiba, a relação do Hard Rock Cafe começou bem antes. O primeiro contato? A Fender de Eric Clapton. “A Fender tem um carinho especial e uma história especial com o Hard Rock. A primeira memorabilia foi lá em 1971, na fundação do Hard Rock. Foi uma guitarra Fender, do Eric Clapton, que está pregada na parede do Hard Rock Cafe de Londres, que foi o primeiro.”, contou Brunno.

Diante dos acontecimentos, a história da guitarra tem ressonância na própria história da música. “Essas alterações que a Fender fez com o passar dos anos, isso acabou influenciando na própria sonoridade da música mundial. Quando, por exemplo, chegou os anos 70, começou a vir aquela onda do rock com um som um pouco mais pesado, como o Deep Purple, o Black Sabbath, a música estava pedindo guitarras com captadores mais fortes, som mais distorcido, um pouco mais forte. Para se adequar a isso, tanto guitarras quanto baixos, passaram a ter um som um pouco mais forte nos anos 70, acompanhando as mudanças que aconteceram nas músicas.”, contou Sylvio Martins, da Pride Music, distribuidor oficial da Fender no Brasil, conhecido como autoridade em Fender.

Sylvio Martins, da Pride Music. Fotografia: Angela Missawa.

Sylvio é um dos guias da Fender Week, que começou no dia 22 de outubro, no terceiro andar do Hard Rock Cafe. O tour cronológico pelas guitarras começa em 1951 e vai até 1964. “Tudo muda no timbre da guitarra. Isso é muito datado. Quando a Fender começou nos anos 50, o braço é todo em madeira clara. Aí quando foi em 1958, 1959, eles passaram a usar o rosewood, que mudou bastante o timbre da guitarra.”, continuou a explicação. A principal diferença nessa mudança? “O som fica mais aveludado, macio, enquanto os instrumentos em maple, tem um som mais médio, mais pontudo, mais duro.”, responde Sylvio.

E falando em história da guitarra, 1959 Fender Telecaster, é icônica. Ela foi a eleita de ninguém mais, ninguém menos que Jimmy Page. “Ele usou na gravação do primeiro disco do Led Zeppelin. Ele ganhou do Jeff Beck, branquinha, como ela está aqui, depois ele decapou toda a tinta dela e ele fez a pintura Dragon a mão.”, contou Sylvio. A réplica é da versão Mirror, com oito espelhos redondos. “Ele disse: ‘ela era uma Telecaster branca normal e aí eu queria chamar um pouco atenção, aí eu colei os espelhos nela.’ Quando o consumidor adquire essa guitarra, ela vem com os espelhos soltos, e aí se quiser pode colar os espelhos. Ela vem com uma correia com o mesmo grafismo que Page usava na época também. Então vem com certificado de autenticidade de tudo. É uma guitarra histórica.”, disse Martins.

1959 Fender Telecaster, guitarra do Jimmy Page, versão mirror. Fotografia: Angela Missawa.

Ver o terceiro andar cheio de Fender, fez com que João Carlos da Silva, guitarrista, apaixonado por rock, lembrasse quando começou lá nos anos 80. Isso porque guitarras como essas praticamente não existiam no Brasil. “Havia somente duas guitarras Fender em Curitiba. Uma delas era do Paulo Teixeira, do Blindagem.”, disse um dos primeiros professores de guitarra da cidade.

Tanta história de rock, em uma cidade que é atualmente conhecida como capital do rock, pela cena forte local. “Curitiba, para mim, é a Seattle brasileira.”, disse Brunno, que é de Brasília. “Me surpreendeu muito a qualidade, e a quantidade de bandas com som muito legal. E hoje por carregar o peso de uma marca mundial, que tem uma estrutura e uma responsabilidade grande com a música no mundo, falei: ‘preciso ter espaço e abertura para esse público’. Sempre as bandas que estão aqui incluem no seu repertório músicas próprias. Isso é uma coisa que faço questão.”

sócio-diretor do Hard Rock Cafe Curitiba, Brunno Kukulka. Fotografia: Angela Missawa.

A prova desse cenário de peso vem do Kukulka. “No Battle of the Bands, nós tivemos 89 bandas inscritas, todas de Curitiba. Nós superamos Seattle, Glasgow, e Nashville, cidades super tradicionais do rock.”, contou o sócio-diretor do Hard Rock Cafe, referindo-se a uma das batalhas realizadas na sede, assim como o Viva Rock Latino.

“Nós tivemos agora o Rock n Road, que fizemos a celebração da guitarra que é um símbolo de todos os Hard Rocks. Uma guitarra com 15 metros de altura, aqui na frente do Cafe. Instalada no dia 13 de outubro, um dia depois do evento. (saiba mais aqui) O Hard Rock já era um ponto turístico, agora, ainda mais. Eu recebo 360 mil pessoas por ano, 75% é turista.”, disse Brunno.

Para quem quer conferir as guitarras de perto, o Fender Week vai até dia 26 de outubro.

FENDER WEEK 2018 – CURITIBA
Data: 23/10 a 26/10
Local: Hard Rock Cafe Curitiba
Rua Buenos Aires, 50 – Batel, Curitiba – PR
Tel.: (41) 3091-6060
E-mail: contato@hrcgroup.com.br
Programação: http://www.fender.com.br/fenderweek/
Realização: Hard Rock Cafe Curitiba

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