Hoje a escrita é sobre mais uma banda, ótima por sinal do underground carioca, e como tenho orgulho do meu estado e fico feliz pela galera daqui, pois estão realizando bons trabalhos, Ágona certamente não deixa a desejar, então vamos conferir o que esses caras fizeram, uma coisa é certa: É PEDRADA!
Eclipse é uma faixa instrumental que abre o disco de maneiro mais tensa, aquela atmosfera que parece um filme de terror, porém é mais pesada, mas é interessante, pois ela é crescente.
Agonia, começa forte, pesada, já me lembra um pouco do Soulfly, mais groove, mas é aquele groove sujo, pesado, mas que fica grudado na cabeça, mas é aquilo, quem conhece o Ágona sabe que vai ter uma progressão, uma hora ou outra, e Alan Muniz vem sujo com seu vocal visceral, bruto e se eu eu falei sujo, falo mais uma vez, e quando grita “Agonia” da um misto de alegria e raiva ao mesmo tempo, a faixa é forte, os caras começaram bem demais, as guitarras tem todas as suas passagens bem feitas, os grooves, Leonardo soube o que fez, tem muito talento, ótimo guitarrista, sem duvidas é uma peça fundamental na parte instrumental da banda.
Sol Morto, começa pesado como se fosse o tradicional Thrash Metal, mas já já vem lembrando o antigo Sepultura, e sua estrutura instrumental é muito bem feita, colada no Gojira com Soulfly e se eu não falei, vou falar, os caras souberam muito bem compor, timbrar voz e instrumentos para esse álbum, um solo digno da pancada que é essa música, Alan sendo versátil no gutural , a parte pós solo você percebe que o cara realmente sabe o que está fazendo, e quando você ouve “O Sol foi amaldiçoado, para nos amaldiçoar…” é pesado, denso, com uma certa ignorância, Ignorância essa que eu falo sobre a brutalidade que essa música tem em letra,voz e instrumento, eu diria que é o conjunto perfeito do álbum.
Lavoura Arcaica, começa bem interessante, pois você espera que algo aconteça, mas não sabe como e quando, se será pancada ou não, mas não vou dizer, deixo que ouça é surpreendente, é ótima, é groovada, e tem um baixo bem marcado e muito bem feito colega de instrumento, Rafael Ferraz, e pra variar, que incrível esse timbre de guitarra do Leonardo, essa tem a veia Progressiva, porém é bruta, e isso é ótimo(só esclarecendo), tem um belo solo de guitarra, e uma linha e timbre de baixo que me deixou simplesmente surpreso, os vocais dessa música são mais brutos, Alan teve um pouco de ódio certamente pra que a idéia dessa música fosse passada.
V, é uma faixa instrumental, tem apenas 00:59,um tanto desesperadora se ouvir de fones você vai me entender, e ela caiu muito bem como porta de entrada para o que vem a seguir.
Antropo, a faixa título e seus pouco mais de cinco minutos, Progressiva, Groovada, é impressionante a facilidade que o Ágona tem pra fazer sua música ser surpreendente, técnica, refinada e grosseira, pode parecer rude da minha parte ou até errado por todas essas características na mesma frase, mas é essa a sensação que você tem ao ouvir a música que eles fazem, sem contar na dobra de guitarras que da aquela queda na música, porém volta a pancadaria de novo, é bruto, grosseiro, veloz, pesado, mas o mais legal é progressivo e tudo ordenado, notem uma coisa muito importante nesse álbum, tem uma veia Thrasheira saltando alto nesse álbum.
E falando em Thrash Metal, Involução é bem a cara disso, vem reta, da aquela pequena groovada, mas a proposta dela é realmente essa em sua letra e música, direta, reta, o que me fez lembrar um trecho de uma música do Matanza: “pé na porta e soco na cara”, essa é a definição do que eu posso dizer sobre essa bela canção (risos),e eu não posso deixar de falar do Turko, o cara é insano no quesito pedal duplo, pesado, técnico e veloz, três elementos pra um baterista de metal tenha destaque.
Fóbico Mórbido, é densa, como se fosse algo pra um filme de terror, não, vamos dize que chega algo mais próximo do horror, toda essa timbragem e efeitos da guitarra causam essas sensação, e ainda assim é uma faixa que também tem seu peso, é bem mesclada, O Thrash, Prog,Groove,e aquela pitada de Gojira estão bem fortes nessa música, até a parte que chega a modulação to tom da música é intrigante, é como se você esperasse o fim, mas não sabe quando vai chegar, ainda não é o final do álbum e eu estou surpreso.
E como todo fã de Prog, chegou na parte em que tem uma música de mais de 8 minutos, e como não foi diferente até agora, com seu nível de brutalidade começa Vida: a batalha entre a Dor e Tempo, e se tem uma coisa que eu deveria ter mencionado e esqueci é a semelhança sonora na timbragem e nas passagens mais intrincadas e progressivas que lembra a ótima banda chamada Dynahead, única ressalva é que com Ágona, ainda não ouvi vocais clean, mas isso não é assunto pra agora.
Essa maravilhosa faixa é toda no que posso chamar de Progressive Thrash Metal, e quase la na metade tem aquela caída no andamento, no peso, enfim, quem é fã de Doom vai curtir, a continuidade ainda de calcada no que seria o tradicional doom metal, feito pelo Candlemass, todo o solo dessa música é incrível,é marcante, progressivo, cheio de contratempos e dobras, uma incrível composição.
E por fim, a última faixa,0º, e realmente ela começa bem mais fria que as outras, leve, nada agressiva na verdade, mas o Prog, ah! o Prog está nela, essa música é uma dança, é como se ela fosse feita pra que os caras se divertissem mesmo tocando, faixa instrumental que logo após ganha um pouco de peso, mas não muito, e ficou excelente.
Sem dúvidas esse lançamento vai chamar a atenção de muita gente, principalmente pra quem é músico, eu fico feliz em saber que o underground carioca está bem representado, Ágona apenas consolidou seu nome no cenário com este álbum, mas não é um apenas qualquer, é um apenas que mostrou toda a qualidade e criatividade que esses caras tem, e esse é só o segundo álbum, Antropo é incrível, e pra quem não sabe, os caras estão no Palco Favela do Rock in Rio.
Vida longa ao Ágona.
Ágona:
Alan Muniz – Vocal
Rafael Ferraz – Baixo
Leonardo Milli – Guitarra
Turko Oriques – Bateria
Nota: 9.0/10