Aumenta o Som Aí #25: Esteban Tavares

Hoje é dia de Aumenta o Som Aí! Se você ainda não conferiu as matérias anteriores e conheceu as bandas que já falamos aí, vai lá na busca do site e procura por Aumenta o Som Aí! Não deixe de conferir! Tem muita banda boa para você conhecer!

Aumenta o Som Aí é um quadro que visa fazer matérias sobre bandas da cena underground e abrir portas para as mesmas. Antes este quadro fazia parte do Roadie Metal Indica, porém, devido a algumas mudanças e segmentações, este quadro fica exclusivo para apresentar bandas que já tenham algum material lançado e que queiram apresentá-lo. Na matéria de hoje você conhece o som de Esteban Tavares.

Rodrigo da Fonseca Tavares, mais conhecido como Esteban Tavares, é um músico, baixista, guitarrista, cantor, compositor, baterista, pianista e produtor musical nascido em Camaquã – RS, no dia 12 de abril de 1982.

Carreira Musical

O músico ficou nacionalmente conhecido ao fazer parte da Fresno, quando entrou na banda em 2006. Antes disso, fundou a banda independente gaúcha chamada Abril junto de 3 amigos: Cassiano Derenji na guitarra, Ayrton Ruschel no baixo e na voz e Rodrigo Ruschel (Bell) na bateria; Tavares era guitarrista e vocalista na banda. Começou sua carreira musical tocando em bares na noite e, em seguida, formou a banda Abril. A Abril foi formada em 2003, tendo lançado apenas dois discos de estúdio: Cinzas de Outono (2004) e O Que Te Faz Feliz? (2005).

A Abril chegou a fazer mais shows, ainda quando Esteban fazia parte da Fresno. Em 2012 o músico sentiu que sua carreira estava caminhando para um outro lado, então decidiu encerrar as atividades da banda para focar em sua carreira solo.

Em 2006, o músico foi convidado para ser baixista da banda Fresno na qual permaneceu até 2012. Antes de se tornar membro da Fresno, Tavares foi responsável pela produção de 2 de seus álbuns, tendo editado em seu apartamento no Rio Grande do Sul os trabalhos Quarto dos Livros, de 2003, e O Rio, A Cidade, A Árvore, de 2004.

Ao produzir os trabalhos da banda, já começava seu interesse por esta área da música, além de compor e tocar. Atualmente, além de produzir seu próprio trabalho autoral, trabalha como produtor musical e tem um estúdio próprio.

Em 2013 e 2014, Tavares fez parte da gravação do álbum Insular de Humberto Gessinger e participou de uma turnê com o músico e líder dos Engenheiros do Hawaii, gravando também um DVD ao Vivo chamado Insular Ao Vivo com o músico.

Com o músico também chegou a compor uma faixa chamada Tchau Radar, A canção e também regravaram juntos uma música feita por Esteban e gravada pela Abril em seu primeiro álbum (Cinzas de Outono, 2004), a música se chama Sinto Muito Blues. Aliás, tal música foi inspirada em uma música dos Engenheiros do Hawaii chamada Pampa no Walkman e gravada no álbum Gessinger, Licks e Maltz de 1992, pois veio de uma frase dela.

Esteban disse que o contato partiu de Humberto para que trabalhassem juntos. A princípio, a ideia era que compusessem juntos e gravassem uma música. Após gostar do resultado, Humberto acabou convidando Esteban para participar das gravações de seu álbum Insular tocando guitarra e para fazer parte de sua turnê.

Antes de lançar o Insular, Gessinger havia gravado 2 discos ao vivo com os Engenheiros do Hawaii em formato acústico, além de montar um projeto chamado Pouca Vogal junto de Duca Leindecker, músico da banda gaúcha chamada Cidadão Quem (o projeto em que trabalharam juntos também era acústico). Sentindo a necessidade de voltar a tocar de forma plugada, Gessinger quis voltar ao formato que mais gostou de tocar em sua carreira: power trio plugado.  

Ouça abaixo a música chamada de Tchau Radar, A canção gravada por Esteban Tavares e Humberto Gessinger.

Trabalho Solo: Esteban Tavares

Em 2012 o músico anunciou sua saída da Fresno para dedicar-se a seu projeto solo. A princípio, Esteban seria o nome de seu projeto, porém acabou tornando-se seu nome artístico ao passar do tempo. O músico já lançou os EP’s Smokers in Airplanes (2013) e Liquid Love Reality (2014), ambos cantados em inglês. Lançou também os álbuns Adiós Esteban (2012), Saca La Muerte de Tu Vida (2015) e Eu, Tu e o Mundo (2017) lançados em português (com uma faixa em espanhol chamada Martes que está no Saca La Muerte de Tu Vida).

A sonoridade de seu trabalho atual varia bastante. As músicas passam por Pop, Pop Rock, Indie Rock, Blues Rock, Hardcore Melódico; sempre trazendo melancolia, reflexões, aprendizados sobre a vida e as experiências. A sonoridade também apresenta influências eletrônicas, referências regionalistas do Rio Grande do Sul, além de influências da música latina, como uruguaia e argentina, por exemplo.

Nos EP’s e nos 2 primeiros álbuns, o músico acabou gravando todos os instrumentos e cuidando da produção do seu trabalho até seu lançamento. Em seu mais recente álbum, Eu, Tu e o Mundo (2017), o músico decidiu gravar ao vivo dentro do estúdio, deixando de gravar todos os instrumentos e passando a ter músicos contratados participando das gravações. O resultado foi muito bom também.

Após o lançamento de seu mais recente álbum, o músico resolveu retornar fixo à guitarra (seu instrumento originário desde a banda Abril), pois antes estava tocando mais teclado em seus shows com banda completa (ele também faz alguns shows apenas com violão e voz, eu mesmo fui a 2 shows neste formato). Com isso, alterou alguns arranjos de músicas que já havia gravado, deixando uma referência bem clara ao Blues Rock.

Sendo assim, é provável que o próximo trabalho seja gravado com essa formação, trazendo esta influência ao trabalho do músico: com muitos solos e arranjos trabalhados na guitarra, trazendo fortes referências do Blues e sua sonoridade num todo.

Para ficar mais clara esta influência, basta acompanhar o show gravado pelo Estúdio Show Livre abaixo: aqui a banda já segue esta formação atual com Esteban Tavares na guitarra.

Em algumas entrevistas o músico deixou claro sua insatisfação ao fazer parte de uma grande gravadora quando trabalhou com a Fresno. Vindo da música independente, sentiu-se como um mero produto nas mãos de produtores famosos que transformavam a sonoridade de seu trabalho em algo que nem mesmo o músico tinha vontade de ouvir.

Ele alega também a falta de liberdade de escolher ou não assumir compromissos como entrevistas e sessões de fotos para revistas, uma vez que tinha um contrato assinado com um selo e que deveria cumprir às normas impostas pelo mesmo.

Acompanhe abaixo uma entrevista muito interessante onde ele fala sobre seu trabalho musical solo, sobre os planos que tinha para seu som na época, sobre sua passagem pela Fresno e sua opção de seguir carreira solo.

Esteban também faz questão de deixar claro que seu primeiro álbum nada tem a ver com o estúdio onde gravavam com a Fresno entre os anos de 2008 e 2010. O músico já estava em processo de gravação quando ainda fazia parte da banda, mas descobriu que, ao deixar o projeto, teria que arcar com os custos das gravações, pois uma vez fora da banda, o selo não arcaria com os custos de gravação e de lançamento do seu projeto solo.

O músico, então, decidiu começar do zero e começou a gravar sozinho, sem ter que contar com o antigo estúdio e produtora para nada. Assim surgiu o Adiós Esteban!, lançado em 2012 de forma independente e contando com o músico gravando todos os instrumentos e fazendo a parte de produção do trabalho.

Discografia de Esteban Tavares

O primeiro álbum do músico (Adiós Esteban!, 2012) traz um desabafo após amadurecimento de alguém que estava entendendo ainda o que havia mudado em sua vida. As letras apresentam uma busca pelas soluções e apresenta muito o sentimento de saudade presente. A esperança de encontrar uma saída para tudo é presente, porém parece algo um tanto distante.

A sonoridade do álbum apresenta-se alegre e animada, composta em sua maioria por faixas em tom maior e tendo forte centralidade nos teclados. Esta sonoridade apresentava um paradoxo com as temáticas, uma vez que a reflexão apresentada nas letras era algo mais introspectivo e até um pouco triste.

Ouça o álbum Adiós Esteban! Na íntegra abaixo.

O segundo álbum (Saca la Muerte de tu Vida, 2015) já apresenta letras mais positivas e de superação: toda aquela experiência apresentada em Adiós Esteban ficaram para trás e deixaram o compositor mais maduro, podendo apresentar outros temas em suas músicas e deixando claro que aquele sentimento de morte, de angústia havia ficado para trás. Aliás, na música de abertura há uma voz feminina dizendo “Aunque puedo caminar, correr y volar, no me muevo. Todo lo que eres para mi, elimina la adaga en mi corazón Y saca la muerte de mi vida”, que basicamente é um trecho que fala sobre libertação: “enfie esta adaga em mim e tire a morte da minha vida” em uma tradução livre é o que diz a parte principal. Com isso, podemos entender que aquele remorso, aquela saudade, aquele sentimento negativo estava indo embora para apresentar uma voz mais madura que sabe lidar com os problemas do cotidiano de uma maneira diferente e que sabre expressar seus sentimentos sem vir de uma posição submissa, agora ele não é mais refém do que sente e sim controlador da própria vida.

Além de tudo isso, este álbum apresenta uma sonoridade bem mais densa, focada em instrumentos que apresentam mais a sensação de alguém ainda mais introspectivo e focado em acordes em tom menor (apresentando melancolia e tristeza); o paradoxo mais uma vez se faz presente, uma vez que as letras apresentam o oposto, algo mais libertador e positivo.

Abaixo ouça o álbum Saca La Muerte de tu Vida na íntegra.

Em Eu, Tu e o Mundo, de 2017, esta maturidade está ainda mais presente. Neste álbum ele também revisita faixas já gravadas em álbuns anteriores e até projetos anteriores: há 2 faixas que ele havia gravado com a banda Abril (Partindo e Livre), 3 faixas do álbum Saca La Muerte de Tu Vida, de 2015 (Tango Novo, Pra Ser e Chacarera da Saudade), 1 faixa do Adiós Esteban!, de 2012 (Muda) e 8 faixas inéditas (Primeiro Avião, Noites de Berlim, Basta, Sétima Maior, Sobre Você, Talvez, Fotos Instantâneas e Naquela Esquina) .

Mesmo que algumas faixas tenham vindo de trabalhos anteriores, elas conversam muito bem com as composições inéditas do disco. O trabalho aqui é muito bem arranjado, tem algumas participações como Tay Galega, cantando em Tango Novo; Pedro Pelotas (Cachorro Grande) tocando piano em Tango Novo e Talvez; Marcus Mota tocando violão em Basta; Felippe Pipeta tocando trompete em Sétima Maior, Primeiro Avião, Tango Novo e Fotos Instantâneas e William Tocalino tocando trombone em Sétima Maior, Primeiro Avião e Tango Novo.

A banda fixa de Esteban Tavares no álbum contou com Paulo Goulart no acordeon, Gustavo Baralho no baixo, Cisco Vasques na guitarra e Márcio Sujeira na bateria.

Ouça o álbum Eu, Tu e o Mundo na íntegra clicando abaixo.

Atualmente, o músico segue em turnê divulgando seu mais recente trabalho, sem deixar de revisitar músicas de projetos que fez parte anteriormente. Ele também prepara o lançamento do próximo trabalho que deverá estar disponível em breve para o público.

Lançamento

Hoje, dia 28/06/2019, Esteban acabou de lançar um novo single. O nome da música é Hoje e já pode ser ouvido em todos os serviços de streaming e também pelo Youtube. A música segue a temática das músicas do músico, trazendo uma sonoridade com influências mais eletrônicas, um arranjo bem trabalhado e apresenta uma sensação bem introspectiva ao ouvir.

Quer conferir o novo single já? Então clique abaixo e curta Hoje de Esteban Tavares.

Eu mesmo já fui a 3 shows do músico (por 2 vezes tocando sozinho com voz e violão e uma vez tocando guitarra e com banda completa). Aliás, esta última apresentação, que fora com banda completa, apresentou uma sonoridade bem diferente que pode abrir portas diferentes para trabalhos futuros onde a referência da guitarra e as influências do Blues podem ser bem destacadas.

Abaixo uma foto minha (Helton Grunge) junto de Esteban Tavares após seu show no Oxigênio Festival 2018, realizado no dia 07 de setembro de 2018.

O fato de o músico rearranjar as músicas já gravadas dentro do estilo já apresentou uma sonoridade bem diferente, tendo a guitarra livre para riff’s complexos e solos bem elaborados enquanto o teclado faz as bases. Esta liberdade faz com que o show seja ainda mais completo, deixando o músico mais livre na guitarra para improvisar e apresentar todo seu domínio no instrumento.

Em uma recente entrevista para o canal do Youtube chamado Música Fácil, o músico falou um pouco sobre sua carreira, sobre seu início na música, sobre seu trabalho como produtor e sobre sua turnê com Humberto Gessinger e sobre sua carreira na música. Para conferir a entrevista e saber mais sobre a vida e a carreira do músico, basta clicar abaixo.

Canais e Mídias do Músico

Para conferir melhor os trabalhos do músico, basta clicar nos links abaixo.

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