Uma das coisas mais bacanas que de escrever para o quadro Roadie Metal Cronologia é que, muitas vezes, você é fã da banda, mas está há algum tempo sem ouvi-la. E dessa vez, foi o que aconteceu. Não que eu seja um grande fã do UFO, mas sempre curti os álbuns da banda, principalmente os primeiros, aqueles que vieram a fundamentar sua consistente carreira que completa, agora em 2019, 50 anos.
Seria redundante falar sobre a importância do grupo, mas o fato é que, ao longo de todos esse tempo, após mudanças (significativas) de formação – entre outros problemas – a banda soube se reinventar, não se prendendo ao passado e criando álbuns interessantes, como é o caso de “A Conspiracy of Stars”, seu 21° álbum de estúdio, lançado em fevereiro de 2015. Produzido pelo mestre Chris Tsangarides (falecido em 2018), o trabalho é o último registro do grupo até o momento (em 2017, foi lançado “The Salentino Cuts”, um álbum de covers).
Composto por dez faixas (algumas versões trazem uma faixa bônus), ‘A Conspiracy of Stars’ é um álbum que mostra a relevância que o grupo apresenta ainda nos dias de hoje. Sem esquecer de suas raízes, mas ao mesmo tempo, sem ficar preso ao passado, o quinteto mostra uma sonoridade que navega com muita facilidade pelo Hard e o Heavy, algo que sempre pautou sua carreira. Não à toa, diversos nomes importantes citam o UFO como uma de suas principais influências, entre elas, o mestre Steve Harris (Iron Maiden).
Abrindo com “The Kiling Kind”, faixa composta pelo baixista Rob De Luca e o vocalista Phill Moog, o trabalho mostra uma banda forte, coesa e cheia de energia, apesar da idade. Os riffs cheios de classe de Vinnie Moore parecem ter feito parte da banda desde seu início (cabe lembrar que o guitarrista entrou para o grupo em 2003, tendo gravado seu primeiro ‘You Are Here’ em 2004). Os vocais de Phill continuam com suas características, sem grandes mudanças. “Run Boy Run”, vem mais “pesada”, numa perfeita dosagem entre peso e melodia. “Ballad of the Left Hand Gun”, é outro grande momento, onde o baterista Andy Parker apresenta suas armas, sentando a mão de forma pesada e direta.
Além dessas faixas iniciais, podemos citar ainda ótimos momentos como “Sugar Kane”, “The Real Deal”, “One and Only”, “Messiah of Love” – que apresenta um certo groove em sua levada, além de mostrar o bom trabalho do tecladista Paul Raymond – e o encerramento com “Rolling Rolling”. A faixa bônus “King of the Hill” tem um clima muito pesado e um andamento que justifica o por quê de, lá atrás, o grupo tenha influenciado a maior banda da NWOBHM.
‘A Conspiracy of Stars’ é um trabalho mais digno de reconhecimento. É um álbum que deve constar em toda discografia daquele que se diz fã de Hard/Heavy. Afinal, ele mostra uma banda que, após todo esse tempo, continua nos entregando música de qualidade.
https://www.youtube.com/watch?v=CTwTzU2GZ20
Banda:
Phill Moog (vocal)
Vinnie Moore (guitarra)
Rob De Luca (baixo)
Andy Parker (bateria)
Paul Raymond (teclado)
Faixas:
01. The Kiling Kind
02. Run Boy Run
03. Ballad of the Left Hand Gun
04. Sugar Cane
05. Devils in the Detail
06. Precious Cargo
07. The Real Deal
08. One and Only
09. Messiah of Love
10. Rolling Rolling
11. King of the Hill*