Quando a maioria dos fãs pensam sobre a banda UFO quase sempre é como uma das bandas de Hard Rock mais empolgantes dos anos 70, pensamentos provocados pelos talentos singulares do guitarrista Michael Schenker. Mas anos antes do singular alemão ser mesmo convidado a juntar-se a banda, o grupo criado no Reino Unido seguiu uma fase de início de carreira menos célebre, embora certamente importante, como um dos grupos pioneiros do Space Rock.
A banda até tomou seu nome do influente UFO Club de Londres (substituindo a escolha original de Hocus Pocus), lar dos primeiros avistamentos do Pink Floyd atrás de Syd Barrett e, mais tarde, um ponto de encontro popular para as estrelas do Swinging London. Foi lá que o vocalista Phil Mogg, o guitarrista Mick Bolton, o baixista Pete Way e o baterista Andy Parker se tornaram UFO, a banda, e foram notados e assinaram com a gravadora independente Beacon Records.
Então, em outubro de 1970, o quarteto revelou sua estréia com o álbum UFO 1, que entrelaçou uma série de intrigantes composições da banda com covers de “C’mon Everybody” de Eddie Cochran, “Who Do You Love?” De Bo Diddley, e a balada de Fred Hellerman e Fran Minkoff “(Come Away) Melinda” (também gravada naquele ano pelo Uriah Heep).
Entre as originais, devaneios sonhadores como a faixa de abertura “Unidentified Flying Object” e a críptica “Treacle People” que realmente fizeram jus à reputação do UFO, estão também as linhas mais pesadas como “Boogie For George“, “Timothy” e “Follow You Home” que provavelmente chocam os ouvintes de primeira viagem com sua fúria insana, enquanto as linhas de blues lascivos como “Shake It About” e “Evil” são muito sobre perseguições terrenas, uma mescla genial destes músicos que contribuiu para agradar ouvidos distintos.
Nem foi preciso chegar ao segundo álbum UFO 2 – Flying de 1971, para que aqueles elementos de Space Rock fossem rapidamente aceitos empurrando a carreira da banda e fornecendo uma identidade específica. Os dois álbuns ajudaram a pesar a narrativa inicial da banda, marcando-os como parentes do Floyd, do Hawkwind e de outros viajantes galácticos musicais.
Em qualquer caso, devido em parte à falta de fundos e recursos da gravadora, UFO 1 obteve pouca atenção em seu país natal, e ainda menos nos EUA, onde foi licenciado no ano seguinte para a subsidiária da Motown, Rare Earth. Mas, como mencionado anteriormente, o Japão e, em menor escala, a Alemanha, abraçaram inesperadamente os novatos e deram-lhes impulso suficiente para continuar um pouco mais nessa direção inicial, culminando no Live de 1971, após o qual Bolton deixou a banda. Após este revés, quase três anos se passariam antes que o UFO subisse novamente aos palcos, com sua aparência de Rock mais familiar, com o fenômeno Schenker em 1974.
UFO 1 pode não ser considerado por muitos como um registro digno mas é o primeiro álbum feito pelo UFO e a presença de Mick Bolton em um som muito mais psicodélico, e é claro que não tem uma produção tão boa com os estúdios da Decca quanto com a Chrysalis Records mas é um registro que merece ser ouvido.
Faixas:
01. Unidentified Flying Object
02. Boogie For George
03. C’mon Everybody
04. Shake It About
05. (Come Away) Melinda
06. Timothy
07. Follow You Home
08. Treacle People
09. Who Do You Love
10. Evil
11. C’mon Everybody
12. Who Do You Love
13. Loving Cup
14. Prince Kajuku / The Coming Of Prince Kajuku
Membros da banda:
Phil Mogg (vocais);
Mick Bolton (guitarra);
Pete Way (baixo);
Andy Parker (bateria)