O último álbum da agitada carreira do Mötley Crüe, não surpreendeu tanto, mas os riffs, solos e pegada são o que podemos colocar como genuinamente hard rock. Seria um crime compará-lo a “Shout at the Devil” (1983), “Girls, Girls, Girls” (1987) ou “Dr. Feelgood” (1989), mas a banda que atravessou décadas compondo trilhas sonoras para noitadas desenfreadas, não decepcionou por completo os seus fãs.
“Saints of Los Angeles” apesar de ser um trabalho maduro, é uma tentativa de resgatar a aura da banda que se perdeu nos anos 80. As letras falam do velho lema “Sexo, Drogas e Rock’n’Roll”, a produção de James Michael que já trabalhou com nomes como Scorpions e HammerFall é excelente, e músicas como “Face Down in the Dirt” e a faixa título possuem muito do pique original de Vince Neil (vocal), Mick Mars (guitarras), Nikki Sixx (baixo e backing vocal) e Tommy Lee (bateria e backing vocal), mas outras como “Mutherfucker of the Year” e “The Animal in Me” representam o lado mais moderno.
Todas as músicas foram escritas pelo baixista na companhia de alguns amigos, talvez por isso o álbum não tenha saído completamente com a cara do Mötley Crüe, mas há quem diga que ele é o melhor desde “Dr. Feelgood”. Exageros ou sensatez à parte, “Saints of Los Angeles” tem músicas como “Welcome to the Machine” que levanta o ânimo, e outras como “White Trash Circus” que soam um pouco mais new metal. Sim, há músicas aqui que poderiam muito bem serem escritas pelo Avenged Sevenfold.
Uma coisa é certa, desde o começo dos anos noventa, a banda parecia não se encontrar, e com esse retorno da formação original as coisas pareceram ter acontecido por acordos assinados em cartório, pois aquela espontaneidade típica do Crüe não está mais nas canções, mas pelo menos Vince não perdeu o estilo de cantar, enquanto que os outros levaram a sério a evolução e estão mais preocupados com a técnica. “Down at the Whisky” mostra muito disso.
O álbum que tentou trazer aquele “rockão” pesado do Mötley Crüe, talvez não tenha cumprido 100% da sua meta, mas temos que notar que este é um disco feito por uma galera que não tem mais a vitalidade dos anos oitenta e, mesmo assim, conseguiu entregar um álbum de hard rock com todo peso e melodia que o estilo pede, portanto, ao ouvi-lo esteja desarmado.
Track list:
1. L.A.M.F.
2. Face Down in the Dirt
3. What’s It Gonna Take
4. Down at the Whisky
5. Saints of Los Angeles
6. Muther Fucker of the Year
7. The Animal in Me
8. Welcome to the Machine
9. Just Another Psycho
10. Chicks = Trouble
11. This Ain’t a Love Song
12. White Trash Circus
13. Goin’ Out Swingin’