Lethal Sense: Entrevista exclusiva com a banda gaúcha

Sinônimo de ‘Splatter’ no Rio Grande do Sul, o LETHAL SENSE está comemorando neste ano de 2018 a incrível marca de 20 anos de carreira. Hoje conversaremos um pouco com o grupo para saber mais sobre sua história, discografia, influências, curiosidades e muito mais, confira agora:

Primeiramente agradeço pela entrevista, muito mais ainda por ser um grande fã da banda. Já são duas décadas de carreira, e a evolução do Lethal Sense é notável. Como você analisa toda essa trajetória desde o seu primeiro trabalho até o mais recente?

Agradecemos muito a oportunidade de falar um pouco do Lethal Sense. A evolução nestes anos veio naturalmente, no início éramos 4 amigos com o objetivo único de fazer um som, simplesmente por diversão. Com o passar do tempo fomos nos dedicando cada vez mais, chegando ao ponto de ensaiarmos 5 e até 6 dias por semana, era uma forma de descarregar nossa energia e isso ajudou muito na evolução individual de cada um. O Lethal Sense sempre buscou fazer um som próprio, todos os nossos trabalhos foram lapidados por nossas ideias e tentando buscar uma identidade. No “Morbid State” a pegada foi mais Death Metal, mas o “Succulent Rests of Human Flesh” e o “Crushed Brains” já soaram mais splatter. Nesta época estávamos todos na mesma pegada gore/splatter e então o que saiu nestes trabalhos foi mais tosco. Com a entrada do Carlos Zanela a banda deu um up, pois ele sempre foi um cara muito estudioso e isso é perceptível no “Lethal” e no “The Trip”.

Em 2016 surgiu o álbum “Toxic Zombie”. Como foi a gravação e composição das músicas? E a divulgação, acreditam que foi a apropriada? Aproveitando a pergunta, este trabalho encontra-se nas plataformas de streaming, bem como a discografia da banda?

Após a saída do Zanela e do Gustavo, em 2014, a banda passou por um período de reestruturação e novas idéias surgiram com a entrada dos novos integrantes. Neste trabalho contávamos com o Toxina no baixo e o Lucius na guitarra. O Lucius vinha de uma linha mais Thrash Metal e isso foi o que deu a tônica nas composições do “Toxic Zombie”. O álbum todo foi gravado em duas semanas. Foram trabalhadas 10 músicas, porém, apenas cinco foram levadas adiante, já que os integrantes remanescentes da primeira formação (Miro e Douglas) resolveram abortar o projeto por acharem que destoava do que a banda se propunha a fazer ao longo dos anos. É claro que poderíamos ter dado um gás na divulgação, por se tratar de uma material mais recente e com uma ótima qualidade de gravação, mas alguns imprevistos aconteceram e a coisa não correu como o planejado, mesmo assim está disponível, apenas no bandcamp, mas estamos trabalhando para em breve estar em todos as principais plataformas de streaming. No momento todos os nossos esforços estão concentrados na composição do novo trabalho.

https://www.youtube.com/watch?v=V2lEcBivM_U

Existe alguma música favorita entre vocês ou alguma em que vocês notam que o público se empolga mais quando tocam ao vivo?

Cada um tem suas preferências e mesmo assim é difícil escolher um som, acredito que todos os sons autorais dão prazer da mesma forma. Por incrível que pareça, um dos sons que mais agitam a galera ao vivo é “Revascularization of the Miocardium”, mesmo sendo um som bem antigo, foi regravado 2 vezes. Mas “Human Flesh” e “The Zumbie” também causam uma pancadaria incontrolável nas apresentações ao vivo.

Qual álbum da banda, vocês acreditam que possui uma aceitação maior do público? Ainda há álbuns disponíveis para venda? Se sim, como o público pode adquirir?

O trabalho que percebemos que o pessoal mais se refere é o “The Trip”, de 2012, todos os sons deste álbum estão impecáveis, ótima gravação, bons arranjos; acredito que este trabalho foi gravado no momento mais inspirado da banda, mesmo tendo alguns sons criados em 2008 e 2009, na gravação foi possível colocar um algo a mais. Todos os materiais mais antigos estarão disponíveis a partir de novembro, ainda não sabemos o formato, pois ao longo dos anos os originais foram se perdendo e estamos trabalhando nas capas e digitalização das músicas, quanto ao “Toxic Zumbie”, na metade deste ano o artista que desenhou a capa faleceu e perdemos o arquivo da capa, então estamos refazendo junto com a arte do novo álbum.

Confira a discografia completa aqui: https://lethalsense.bandcamp.com/

Como avaliam o cenário para as bandas nacionais nesse momento? Há mais espaço para divulgação e realização de shows, ou não houve nenhuma mudança substancial nesse sentido?

Com certeza houveram mudanças, tudo está muito mais acessível, shows, instrumentos, músicos, e principalmente oportunidades, antigamente era mais difícil para uma banda de metal sair do país, hoje se você tiver um bom material, um dinheirinho na poupança e uns contatos  você vai, e esta facilidade de ir pra fora reflete aqui no cenário nacional, pois cada vez temos mais bandas experientes e fazendo som de nível mundial. Mas o que, eu acredito, teve uma evolução ainda maior, foram os espaços para a divulgação, a quantidade de material disponível na internet e principalmente rádios voltadas ao segmento aumentou absurdamente, chega de enrolar um cassete no plástico bolha e torcer para que chegue ao destinatário (risos).

Vocês poderiam descrever algumas de suas primeiras influências na vida e na música?

Acho que traçando uma linha do tempo, a gente percebe que nem só do Metal uma banda é formada. Sempre há época em que a admiração por algum artista é marcante, então acredito que qualquer vertente do rock influenciou em algum momento, desde Elvis, passando por Beatles, Black Sabbath, Mothorhead e Slayer, até Cannibal Corpse, Deicide e Napalm.

E o que vocês ouvem quando tem algum tempo disponível, seja na estrada ou em momento de descanso. Alguma sugestão que você acha interessante no mercado atualmente?

Cada um de nós tem um gosto próprio e não poderia ser diferente. Mas somos muito ecléticos, todo o músico precisa ouvir de tudo, e mesmo que não queira sempre ouve, mas o que impera mesmo é o Metal, ultimamente ouvimos bastante bandas nacionais.

Como está a cena gaúcha no momento? Há bandas que vocês poderiam indicar aos nossos leitores?

A cena gaúcha sempre foi uma das mais fortes do Brasil, daqui surgiram bandas que fizeram ou ainda fazem história pelo mundo. Temos muitos shows, mas o público está cada vez menor. Como sugestão: Harmony Fault, BloodWork, Infected Sphere, Rotten Penetration, Carniça, Ossos, EvilCult.

Nestes 20 anos no underground, quais são as lições aprendidas?

Com o passar dos anos é normal olharmos para trás e ver que algumas coisas nos ensinaram a ver e sentir a cena de uma forma diferente. Passamos por fases muito distintas, desde a dificuldade em se manter na ativa por questões financeiras e pessoais, até a facilidade de fazer shows todo o final de semana. Mas o que realmente aprendemos é que em primeiro lugar estão as pessoas, o respeito entre todos, as amizades e o companheirismo sempre devem prevalecer.

Como estão os trabalhos para um novo álbum? Vem algo novo neste ano ainda?

Quando retornamos com esta formação no final do ano passado, decidimos que iriamos fazer alguns shows para tirar a poeira dos instrumentos e para o segundo semestre deste ano focaríamos no nosso novo trabalho. Foram tantos convites que acabamos tocando quase que um fim de semana sim e outro não, isso dificultou um pouco na criação das músicas. Então decidimos cumprir os shows acordados e dar uma pausa no segundo semestre. Agora estamos trabalhando em novas músicas, na capa do álbum e nas letras. Em breve estaremos divulgando as primeiras informações sobre o novo material, mas ainda não temos uma data certa, esperamos poder mostrar a todo o público que o Lethal Sense não tem 20 anos por acaso.

Agradeço pela oportunidade. Deixe um recado para os fãs da banda e para os nossos seguidores. Abraços e sucesso sempre!

Agradecemos muito a oportunidade, esta possibilidade que as bandas têm de falar um pouco de seus anseios e suas histórias é o que ainda mantém a cena metal forte. Aos que apreciam nossos trabalhos queremos dizer que em breve muitas novidades chegarão até vocês, prometemos dar nosso melhor para que o tempo de espera não seja em vão e que todos possam desfrutar de um bom e velho metal da morte.

Obrigado a todos.

LETHAL SENSE é:

Miro – vocalista
Anderson – guitarrista
Marciano – baixista
Douglas – baterista

Contato para assessoria de imprensa: www.sanguefrioproducoes.com/contato
Sites relacionados:
https://www.facebook.com/lethalsenseband/
http://lethalsense.com/
https://lethalsense.bandcamp.com/
https://sanguefrioproducoes.com/bandas/LethalSense/54

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