Jimmy Kay, do The Metal Voice, conversou com o ex-guitarrista do Judas Priest, K.K. Downing, que se prepara para lançar sua autobiografia em 18 de setembro.
K.K. falou sobre sua relação com Glenn Tipton, respondeu aos pedidos de Ian Hill para voltar à banda, falou sobre o Iron Maiden abrir para o Judas Priest e a fase com Tim “Ripper” Owens.
A entrevista está disponível abaixo (em inglês):
Quando perguntado como a relação com Glenn Tipton mudou com o passar dos anos:
“Sempre houve um grande respeito mútuo entre nós e ainda é assim. Nós passamos mais tempo juntos que com namoradas ou esposas. Nós éramos muito produtivos, muito prolíficos e acho que éramos a força motriz porque havíamos criado as músicas para serem cantadas. Foi uma quantidade enorme de trabalho e tempo que passamos juntos. Havia alguma rivalidade competitiva, não do meu lado. Sempre achei que eu era fácil de conviver porque a coisa mais importante para mim na banda era o nome Judas Priest. Eu e Glenn passamos décadas entre altos e baixos e foi uma grande relação, mas idiossincrasias começaram começaram a aparecer. Eu era um pouco mais fácil de lidar, minhas inspirações foram para tornar a banda grande, não a mim.”
“Nós dividimos os solos no final de uma gravação. Eu teria 10 e Glenn teria 10, mas os meus 10 seriam 15 segundos de solos, mas os do Glenn ficaram muito longos. Foi um pouco assim e eu meio que deixei passar um pouco. Mas os álbuns, as músicas eram ótimas e os solos também. Inevitavelmente, sem nem saber que algum tipo de hierarquia começa a se formar que tantas bandas grandes não duram muito tempo, por coisas que ficam no caminho.”
Quando perguntado sobre as observações de Ian Hill dizendo que ele não poderia voltar para a banda porque não poderia fazer as partes de guitarra de Glenn Tipton:
“Eu não entendi isso. Foi bem estranho porque, obviamente, Richie (Faulkner) toca ambas as partes, as minhas e as do Glenn. Tenho certeza de que Richie seria o primeiro a dizer ‘bem, K.K., você pode tocar as suas partes e eu vou continuar com as do Glenn ou nós podemos fazer quaisquer partes’, tem um jeito de trabalhar nisso. Nunca foi cogitado que eu poderia fazer as partes do Glenn. Não entendo o que Ian quis dizer.”
Quando perguntado o quão chateado ele estava com o Iron Maiden quando eles abriram para o Judas Priest em 1980, como Paul Di’Anno continuou dizendo na imprensa que eles tirariam o Judas Priest do palco.
“O Iron Maiden fez sua primeira turnê no Reino Unido e sua primeira turnê nos Estados Unidos conosco. Eu acho que tudo era novo para eles e eles estavam lá para derrubar o poderoso Judas Priest. Mas muita coisa já passou. Se não me engano Paul Di’Anno foi em quarto do hotel e disse ‘Kenny, eu sinto muito sobre o que eu disse no jornal’. Paul é uma boa pessoa e eu entendo que as pessoas, quando são jovens, querem sair e conquistar o mundo. Acho que entendo melhor agora do que na época.”
Quando perguntado sobre a era Tim “Ripper” Owens no Judas Priest:
“Tim Owens fez um trabalho fantástico. Que cara incrível. Ele é um cantor fantástico. Nós sairíamos do palco fazendo um grande show e ‘Ripper’ detonado totalmente, mesmo assim ainda teria fãs no backstage dizendo ‘ei, K.K., quando Rob Halford volta?’ e foi assim em todo lugar. É uma voz para uma banda e isso era o que os fãs queriam. O Priest deixou um legado com tantas músicas com Rob cantando que sempre houve um pedido dos fãs para que ele voltasse.”
Quando perguntado se ele se arrependeu de ter saído da banda:
“Não. Porque eu e Glenn, apesar de sermos muito uma parceria, nós faríamos coisas diferentes no palco. Glenn era um pouco mais Rock ‘n’ Roll, bebia cervejas e eu era totalmente atento, perfeccionista com cada nota e cada batida. Então meio que nos separamos dessa maneira. Eu não estava gostando tanto quanto sentia que deveria. Gosto de dar 100%. Acho que é para isso que os fãs viajam e pagam.”
Quando perguntado se ele devia ter falado sobre como se sentia e estava sendo tratado:
“Eu fiz. Não de uma forma calma e legal, mas não teve o efeito desejado.”
Fonte: The Metal Voice