Após o lançamento do ótimo “1916”, os ingleses do Motörhead retornam no ano seguinte com “March ör Die”, o seu 11º álbum de estúdio, através da Epic Records, em 14 de agosto de 1992. Nesse trabalho, Lemmy Kilmister e sua trupe contaram com a parceria de músicos talentosos em algumas composições e conceberam um disco coeso, simples e eficiente, do jeito que tem que ser!

O disco se inicia com “Stand”, composição que se inicia lentamente e rapidamente cativa o ouvinte com seus arranjos pegajosos de fácil assimilação. Em seguida, é a vez do “cover” de Ted Nugent, “Cat Scratch Fever”. Aqui nós temos uma releitura de muito bom gosto, executada com muito “feeling” e destreza.

A ótima “Bad Religion” dá continuidade ao disco. Mais um som simples e direto, no melhor estilo Motörhead. Ligeiramente mais rápida, “Jack The Ripper” possui um “riff” principal bem construído e convidativo. O desempenho da banda continua impecável! Dona de um título que é a cara da banda, “I Ain’t No Nice Guy” é a “balada” do disco, se é que podemos dizer que uma banda como o Motörhead possui uma balada em sua discografia. Lenta, cativante e bem conduzida, é uma ótima composição e se destaca perante as demais graças ao desempenho brilhante dos músicos. Destaque também para as participações de Ozzy Osbourne, que divide a voz com o “frontmen” Lemmy Kilmister, do guitarrista Slash (Guns N’Roses, Velvet Revolver) e do finado ex-baterista da banda Philthy Animal.

Música tema do longa metragem de horror “Hellraiser III: Inferno na Terra” (1992), “Hellraiser” já nasceu um clássico. Pegajosa, pesada e dona de passagens memoráveis, como o seu poderoso refrão, é um dos grandes destaques desse registro. Vale mencionar que ganhou um videoclipe bem interessante e que traz Lemmy interagindo com o icônico vilão Pinhead. Também é importante salientar que a canção também foi co-escrita por Ozzy Osbourne e pelo guitarrista Zakk Wylde e foi inclusa no álbum “No More Tears” (1992), do “Madman”, além do fato de que quem toca bateria nessa composição é Mikkey Dee (ex-King Diamond), que se tornaria o baterista da banda no ano seguinte, a partir do álbum “Bastards” (1993).

Divertida e energética, “Asylum Choir” não deixa o disco esfriar e entrega ao ouvinte mais uma bela dose do mais genuíno Rock’n’Roll, executado sem firulas desnecessárias por uma banda que sabe exatamente o que faz. “Too Good To Be True” não desaponta e mantém o mesmo pique das faixas anteriores. A cadenciada e grudenta “You Better Run” é simplesmente genial e mais uma vez conta a participação do guitarrista Slash. Curiosamente, a canção foi regravada para o longa metragem de animação “Bob Esponja – O Filme” (2004) como “You Better Swim” (“É Melhor Você Nadar”). As faixas responsáveis por encerrar esse petardo são “Name In Vain”, outra composição dinâmica e imponente e a faixa título “March ör Die”, uma marcha interessante e atmosférica, que encerra o álbum de maneira perfeita.

Simples, direto e eficiente! É dessa forma que o 11º disco do Motörhead pode ser definido. “March ör Die” segue a boa e infalível receita musical que a banda utilizou em sua vasta discografia. Receita essa que concebeu diversos trabalhos maravilhosos e certamente esse registro é um deles!

Formação:
Lemmy Kilmister – vocal, baixo
Zööm – guitarra
Würzel – guitarra
Tommy Aldridge – bateria

Músicos Convidados:
Mikkey Dee – bateria em “Hellraiser”
Philthy Animal – bateria em “I Ain’t No Nice Guy”
Peter Solley – teclado, violoncelo
Slash – guitarra solo em “I Ain’t No Nice Guy”, guitarra adicional em “You Better Run”
Ozzy Osbourne – vocal adicional em “I Ain’t No Nice Guy”

Faixas:
01. Stand
02. Cat Scratch Fever (Ted Nugent cover)
03. Bad Religion
04. Jack the Ripper
05. I Ain’t No Nice Guy
06. Hellraiser
07. Asylum Choir
08. Too Good to Be True
09. You Better Run
10. Name in Vain
11. March ör Die