Roadie Metal Cronologia: Iron Maiden – The Book of Souls (2015)

Aqui estamos mais uma vez na Roadie Metal Cronologia em sua edição com a banda Iron Maiden, e se você me encontrou lá no começo desta cronologia quando falamos sobre o ‘Killers’ agora é hora de olharmos a banda por outra órbita e a pergunta é o que você faz depois de ter conseguido tudo o que há para conseguir no Heavy Metal? Você, como o Metallica, permanece em turnê perpétua e evita a responsabilidade de ter que produzir novos materiais. Você, como o AC/DC, produz álbuns pelos números como um prelúdio para outra turnê mundial monstruosa?

Ou você, como fez o Iron Maiden no final de uma gloriosa carreira, produziu seu álbum mais longo, ambicioso e musicalmente complexo? Muitos headbangers discordam em muitas coisas, mas todos concordam sobre um fato, nenhuma banda personifica o gênero mais em todos os seus absurdos e glórias que o Iron Maiden.

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A imagem caricatural da banda obscurece o fato de que esses músicos sempre foram profundamente sérios e possuem habilidades composicionais de músicos clássicos. As melhores músicas do Iron Maiden são longas, mas nunca são maçantes. A banda entende muito sobre melodia, tempo e tensão musical para ser entediante então o resultado se torna um pouco moderno para uma fã da “velha guarda” mas é óbvio que eles acertaram a medida.

Poucas bandas teriam a ambição, em uma era de rápido declínio de atenção, de produzir um álbum duplo de 92 minutos e 11 segundos de duração. Menos ainda teria a capacidade de fazê-lo.

Estamos falando do do décimo sexto álbum de estúdio dos titãs do Iron Maiden lançado em 04 de setembro de 2015 e que na minha opinião marca uma fase da banda onde muitos esperavam uma possível aposentadoria mas para o espanto de todos o resultado foi totalmente o contrário e o que você encontrou foi um álbum cheio de energia, com composições excelentes e é claro uma banda ativa na estrada.

A conclusão disso é o Iron Maiden transcendendo sua própria música. As elaboradas produções ao vivo, o onipresente mercenário e o icônico rosto de “Eddie” são tão parte da estética do Iron Maiden quanto as linhas de baixo galopantes de Steve Harris e o grito de Bruce Dickinson. Existe uma cultura para eles entre os fãs do Iron Maiden e a banda é como um gênero musical em si.

The Book of Souls está além de qualquer coisa que poderíamos esperar do Iron Maiden até agora em sua carreira. Descrito como seu trabalho mais longo e épico até o momento, é um registro que só o Iron Maiden poderia fazer, uma hora e meia de power metal teatral. A faixa de abertura de Dickinson, “If Eternity Should Fail”, originalmente concebido para o seu álbum solo, casualmente, leva oito minutos, passando de um riff pulsante em direção a bases de rock progressivo. Dickinson se esforçou para carregar algumas melodias, mas o trabalho foi entregue e a produção não filtrada deu ao seus vocais um catarse específico que outros álbuns do Maiden da última era altamente polida não tinham.

Três faixas longas e progressivas compõem o núcleo do The Book of Souls e são suas veias mais fortes. Os arranjos em espiral de “The Red and the Black” e a faixa-título são dois dos trabalhos mais complexos de Harris. Mas é como se Dickinson não suportasse ser superado, já que seu épico de 18 minutos, “Empire of the Clouds“, fecha o álbum com a música mais longa do Iron Maiden, com Dickinson no piano pela primeira vez. Por conta própria, essas faixas são incríveis e nos levam a uma nova perspectiva da banda mesmo tantos anos depois. Os riffs de Dave Murray são consistentemente divertidos, e a imprevisibilidade geral das estruturas das músicas nos mantém envolvidos, enquanto as músicas  com estruturas “comerciais” como “Speed ​​of Light“e “Death or Glory” parecem pequenas em comparação.

O único problema com o The Book of Souls é inerência, é difícil de se sentar e ouvir isso na íntegra, e a mistura espiralada de riffs, mudanças de andamento e os intensos vocais de Dickinson se tornam exasperantes mesmo quando “Empire of the Clouds” começa, então ainda é uma ótima audição mas por algum motivo se torna cansativa no meio do caminho. O álbum é mais lembrado para momentos específicos e melhor escutado para esses momentos específicos.

A sentimental “Tears of a Clown”, dedicado ao falecido Robin Williams, é um desses exemplos. Eu me vi tocando essa faixa fora de sequência das outras músicas do álbum, e achei mais agradável alcançar certas faixas quando o clima aconteceu em vez de consumir o álbum da frente para trás como um todo, mas de forma geral só podemos concluir uma coisa sobre The Book Of Souls, está foi a carga de energia que faltava a esta vindoura banda, a muitos anos, especificadamente desde 2000 eu sinceramente não tinha muito interesse por qualquer coisa que eles lançassem mas como eu devia esperar estes monstros ainda tem muito mais para nos mostrar e provavelmente podemos esquecer sobre aposentadoria por enquanto. Up The Irons!

Até a próxima!

Track listing:

Disco 1:

01. If Eternity Should Fall
02. Speed of Light
03. The Great Unknown
04. The Red and the Black
05. When the River Runs Deep
06. The Book of Souls

Disco 2:

01. Death or Glory
02. Shadows of the Valley
03. Tears of a Clown
04. The Man of Sorrows
05. Empire of the Clouds

Membros da banda

Bruce Dickinson – Vocal, piano em “Empire of the Clouds
Steve Harris – Baixo, teclados, co-produção e segunda voz
Dave Murray – Guitarra
Adrian Smith – Guitarra e segunda voz
Janick Gers – Guitarra
Nicko McBrain – Bateria

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