Jeff Pilson: “O Foreigner não poderia existir sem Mick Jones, mas eu não vejo isso acontecendo”

Jimmy Kay, do The Metal Voice, entrevistou recentemente o baixista do Foreigner, Jeff Pilson (Dokken, Dio), que falou de seu quarto de hotel durante uma turnê com o grupo pela América do Norte.

Quando perguntado sobre suas lendárias respostas às mensagens na secretária eletrônica:

“Na verdade tinha um bootleg há um tempo atrás com as minhas mensagens respondidas. Havia um período, especialmente nos anos 90, que eu fazia essas respostas épicas e eu acabei ficando marcado por isso, então, tive que continuar. Uma vez eu fiz uma ‘Pilsonian Rhapsody’, uma ‘Bohemian Rhapsody’ feita para responder mensagens da secretária eletrônica. Fiquei louco com todas as vozes e música. Fiz o tema do Batman, mas claro que disse PIL-SON em vez de Bat-man, e toquei de novo todos os instrumentos. Se você ouvir o bootleg, tem coisas bem malucas lá.”

Quando perguntado sobre qual das três bandas, Dio, Foreigner e Dokken, ele se orgulha mais:

“Poderia ser o Dio porque havia uma conexão com ele. Foi a banda mais poderosa em que eu já estive. O que aprendi no Dio levei para o Dokken depois. Poderia até dizer Dio, mas tenho muito orgulho do Foreigner. Estamos em turnê como banda principal agora e ralamos para chegar aqui. Claro que temos as ótimas músicas de Mick Jones [guitarrista do Foreigner], mas tivemos que trabalhar no nosso retorno.”

Perguntado se o Foreigner fará um novo álbum de estúdio:

“Não nos vejo fazendo um álbum inteiro como fizemos em 2009, que foi em uma situação difícil para nós porque ficamos muito tempo na estrada. Foi bem complicado para nós criar um álbum completo do novo material. Era muito trabalhoso e estressante. Eu não vejo isso acontecendo de novo. O que vejo acontecendo é o que fizemos nos últimos dois anos. Vamos soltar uma nova música e talvez incluir em algum pacote. Nos vejo gravando novas músicas, mas não álbuns.”

Quando perguntado se o Foreigner pode existir sem Mick Jones:

“É uma boa pergunta, mas eu vou pedir a qualquer um que pergunte se você viu a banda ao vivo. Quando Mick está fora, ainda resta muito do Foreigner. O próprio Mick pode confirmar. Eu entendo como as pessoas se sentem em relação à formação original, mas no Foreigner trata-se das músicas. Lou Gramm foi uma das maiores vozes do Rock e isso não nos afastou dele. Na verdade, elogiar Lou pelas performances era tão corriqueiro que nós podemos seguir em frente e tocar essas músicas mesmo sem ele, então podemos tocá-las sem Mick. A única forma que a banda poderia existir sem Mick seria se ele morresse, porque ele sempre estará ligado ao Foreigner. Mesmo se Mick morresse, o legado da música é tão forte para mim que sim, o Foreigner poderia acabar, mas não vejo a banda existindo sem Mick de uma forma ou de outra.”

Quando perguntado se há alguma música não lançada do Dio:

“Na verdade tem uma boa quantidade de material que nunca foi ouvido. Há conversas e eles [gravadora] estão trabalhando para algum dia as músicas verem a luz do dia. Para as músicas serem lançadas, algumas coisas teriam que ser feitas. Sim, o Ronnie está nas músicas que as pessoas não ouviram. Elas existem.

Me lembro de tocar com Ronnie um riff e nós começando a trabalhar em uma música e acredito que o riff deve sair no próximo álbum do Dio Disciples.”

Quando perguntado se terá um novo álbum de estúdio e uma turnê nos Estados Unidos com a formação clássica do Dokken:

“A reunião do Dokken é especulada o tempo todo e nós falamos sobre isso várias vezes. Todos nós estamos conversando e nos dando bem. Há uma chance. Eu acho que nós, no fundo, pensamos em, talvez, fazer um último álbum de estúdio juntos. Vejo isso como uma nítida possibilidade em algum momento, mas para uma turnê nos EUA o problema, obviamente, é a nossa agenda. Quem sabe algum dia, uma quantidade limitada de shows. Não é impossível e eu acho que um álbum é possível, mas é questão de prioridades. A última vez que falamos em gravar um disco, Don [Dokken, vocalista] começou a trabalhar em um álbum para o Dokken, então não há pressa. Talvez algum dia, mas nada certo, por enquanto.”

Quando perguntado o quão verdadeira foi a briga e o ódio de Don Dokken e George Lynch:

“Isso foi uma versão drasticamente aumentada de algo que é verdadeiro. Os dois convivem muito bem agora, mas havia uma época, no começo da banda, que eles não se davam bem juntos. O que realmente agravou a situação foi quando fizemos propaganda para o ‘Tooth and Nail’ (1984) e tivemos um publicitário que queria crescer com uma abordagem que realmente ajudaria a promover a banda. Então, depois de conversar com todo mundo, eles viram que Don e George não gostam um do outro e isso explodiu e se tornou um problema que acompanhou a banda e então, virou uma profecia realizada e nosso pior inimigo. George diz que gostou do fato da banda ter se chamado Dokken. Claro que ele não gostava disso, ele só queria um nome de banda normal.”

Quando perguntado se na época em que entrou no Dokken foi tratado de forma igual:

“Fui tratado como um deles desde o começo e essa foi ideia dos nossos empresários Cliff Burnstein e Peter Mensch, e eles falaram sobre as personalidades da banda e o nome. Portanto, desde o início estive como um deles, exceto no álbum ‘Breaking the Chains’ (1981), porque eu ainda não havia entrado, mas eles me deram uma pequena parte do disco. Don e George também me encorajaram a compor e participar desde o começo.”

Quando perguntado como a banda desmoronou após o álbum Back for the Attack:

“Eram nossas personalidades exageradas pelas drogas.”

Quando perguntado sobre sua produção no novo álbum do Last in Line e um prazo para a conclusão:

“Agora eles estão falando em lançar em janeiro de 2019. O disco ainda não está completamente gravado.”

Quando perguntado sobre suas lembranças a respeito de Vinnie Paul, do Pantera:

“Eu não o conhecia tão bem. O Pantera abriu para o Dokken em nossa primeira turnê. Eles foram muito legais conosco, e estavam apenas começando. Minha lembrança de Vinnie foi que ele sempre trazia a diversão com ele. Ele era um cara muito legal. Haviam algumas boates de striptease nos anos 90 e ele sempre dava uma passada. Espero que descanse em paz.”

Quando perguntado sobre sua nova banda/projeto e novo álbum do projeto com George Lynch, Robert Mason (Warrant) e Mick Brown:

“Aquele álbum está finalizado, embora só vá sair até abril de 2019. Isso é fenomenal. É um trabalho muito inspirado. Nós temos um novo nome para a banda, mas ainda não vamos anunciar. George está tocando para valer. A música é muito natural e temos um pouco do Dokken e Lynch Mob no disco. É como uma direção, apesar de ir um pouco mais além. Somos grandes músicos e estamos mais a fundo nesse álbum. Estamos tentando dar o nosso melhor para fazer dois shows em algum lugar. O disco inteiro está gravado e pronto para ser mixado agora e ser lançado em abril de 2019.”

Fonte: The Metal Voice

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