Resenha: Distorted Harmony – A Way Out (2018)

Depois do excelente trabalho do Orphaned Land, as atenções para bandas de Metal do Oriente Médio se tornaram ainda mais necessárias. Tem muita banda boa cruzando as fronteiras e se destacando nos territórios latinos e europeus.

Um bom exemplo são os israelenses do Distorted Harmony. Em seu terceiro trabalho, a banda de Metal Progressivo com sonoridade mais moderna, apresenta seu novo trabalho: A Way Out.

Yoav Efron tecladista e um dos fundadores da banda explica que neste terceiro trabalho, baseou as composições em cima de emoções, como solidão, raiva, medo, desespero e esperança. “A Way Out” lida com tais emoções e principalmente as minhas próprias. É pesado, agressivo, quieto e amedrontador”

E realmente é. Com muitos elementos do prog metal moderno e aliado com ótimas bases de teclados, o Distorted Harmony nos apresenta um trabalho bem coeso e bastante equilibrado. Pode não agradar os fãs mais tradicionais do Progressivo, porém aos ouvintes mais acostumados com essa nova mistura, com certeza irá chamar a atenção.

“Downfall” abre o disco mostrando toda a pegada meio eletrônica e a identidade de A Way Out. Ótimas quebras de tempo e melodias realmente interessantes. O vocal em um primeiro momento soa estranho, porém no decorrer da música ele se encaixa e ajusta seus tons para dentro do trabalho. “Room 11” já tem uma entrada mais pesada, com ambientação mais forte e guturais que mostram o potencial e a versatilidade do vocalista Misha Soukhinin.

As referências e inspirações do Distort são o espelho da sonoridade deste terceiro álbum. Bandas como Townsend, Muse, Meshuggah e Periphery (que eu adoro) é a amostra de que tem muita qualidade musical dentro deste sexteto. “Awaken” já aparece como a primeira faixa mais cadenciada e com melodias mais serenas. Até metade da música, quando ela muda completamente e surpreende o ouvinte com tempos quebrados e mais arrastados.

Na sequencia temos “Severed” que possui um ritmo bastante progressivo com recortes entre partes leves e muito pesadas. “Puppet On Strings”, “For Ester”, e “Anima” continuam com essa mistura intensa de Muse e Meshuggah. É um progressivo muito criativo e com quebras realmente surpreendentes demonstrando muita técnica, algumas viradas do baterista são realmente sensacionais.

“A Way Out of Here” uma balada muito linda, com linhas instrumentais e teclados carregados de emoções e melancolia, “Time and Time Again” e “We Are Free” vão dando números finais ao disco do Distorted Harmony.  Para fechar “Someday” é mais uma faixa cadenciada que alterna altos e baixos.

A Way Out é um disco muito bom de ser ouvido. Após a segunda audição, você descobre novas notas, detalhes trabalhados e composições bem profundas. Para meu gosto pessoal acredito que faltaram alguns guturais que acrescentariam mais drama e medo dentro da proposta. E também vejo “We are Free” como uma faixa muito forte para ser colocada no fim do disco. Vale a audição e como falei no começo da resenha, é bom olharmos para bandas do oriente daqui para frente.

Formação:

Michael Rose – Vocals
Amit Plaschkes – Guitars
Yoel Genin – Guitars
Iggy Cohen – Bass
Yoav Efron – Keyboards & Programming
Yogev Gabay – Drums

Faixas

Downfall
Room 11
Awaken
Severed
Puppet On Strings
For Ester
Anima
A Way Out of Here
Time and Time Again
We are Free
Someday

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