Resenha: Secret Sphere – The Nature of Time (2017)

Há muito tempo eu anseio falar sobre este álbum, e apesar de saber que há muito estamos em 2018, tenho certeza absoluta que muitos trabalhos de 2017 passam despercebidos para o público brasileiro. Oras, que grande novidade a ser dita, não é mesmo? Muita coisa passa despercebida do próprio cenário brasileiro, quem dirá no cenário internacional?!

Mas cá estamos e finalmente chegou a vez deste magnífico trabalho entrar em cena. Estamos falando da banda italiana SECRET SPHERE e de seu denso e apaixonante álbum lançado em 2 de junho de 2017, “THE NATURE OF TIME”. E se em muitas das minhas resenhas o que você lê é sobre bandas falando sobre temáticas sombrias, então seja bem vindo a uma nova linha que debate amor, honestidade, fé e muitos dos paradigmas da vida e emoção.

Eu comento há muitos anos que as bandas se tornaram especialistas em falar sobre o lado ruim da vida, mas que o lado mais passional se perdeu. Talvez um reflexo feroz da atualidade que vivemos (e antes que você pense que digo isso porque sou mulher, então talvez esteja na hora de você revisar o que você escuta datado antes dos anos 90).

A Secret Sphere entrou na minha lista de audições em 2005 com o lançamento de “Heart & Anger”. O álbum foi um dos mais intensos e diversos lançamentos em Power Metal que eu já tinha ouvido até aquele momento, e digo em questão de camadas com refrões, sinfonias estridentes, letras apaixonadas e solos melódicos e velozes. Alguém poderia pensar que seria exagerado, mas o que torna esta banda ótima é a sua capacidade de alinhar as extremidades do Power Metal em uma música limpa e memorável.

Cada álbum da banda refinou essa mágica de composição especial em uma obra-prima do Power Metal, cujo auge vem em “Portrait of a Dying Heart”, de 2012. Talvez os esforços tenham incendiado a banda, já que foram necessários cinco anos para produzir um novo lançamento original. Mas o tempo passou e chegamos a “The Nature of Time”, e qualquer fã diria que a espera valeu a pena.

A banda Secret Sphere evidentemente decidiu usar suas habilidades de composição para tentar algo diferente neste álbum. Além de ser um conceito, suas linhas são menos extremas. A abertura com “The Calling” evidencia a mensagem de que a banda está favorecendo uma abordagem musical que flui como se estivesse marcando um filme. O álbum está contando uma história cheia de drama musical e paixão lírica que gira nitidamente.

É fácil pensar na primeira vez que a Secret Sphere deixou cair o agressivo Power Metal que os faz sobressair e isso é motivo para críticas, mas “The Nature of Time” é uma jornada linda demais que continua fazendo uso de seu sublime ofício musical. Os coros em “Love” e “Kindness” são atmosféricos, suaves e apaixonados, em que a proeza técnica e a agressão reinam em “Reliance” e a instrumental “Commitment”.

Cada elemento musical no repertório da banda foi lançado neste álbum, mas a verdadeira aptidão aqui é como eles conseguiram tornar cada elemento tão importante para cada música. A Secret Sphere fez um trabalho notável, tornando cada faixa tão audível, e merece ganhar um pouco de atenção com este trabalho. Eu realmente acredito que a banda se superou em “The Nature of Time”, ainda que de uma forma inesperada. Eu não posso tomar nada além de elogios a cada audição.

Outro tiro certeiro da Frontiers Records.

Formação:
Michele Luppi – vocal
Aldo Lonobile – guitarra
Andrea Buratto – baixo
Gabriele Ciaccia – teclado
Marco Lazzarini – bateria

Faixas:
01. Intermission
02. The Calling
03. Love
04. Courage
05. Kindness
06. Honesty
07. Faith
08. Reliance
09. Commitment
10. The Awakening
11. The New Beginning

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