Segundo registro do Opeth depois da mudança de direcionamento, “Deliverance” foi gravado junto com seu sucessor, “Damnation” (2003) e a ideia era lançar os dois juntos, porém, a Music for Nation foi contra a decisão da banda e determinou que fossem lançados separados.
“Eu queria escrever algo mais pesado do que já tinha feito, ainda tinha todas essas grandes partes maduras e arranjos que eu não queria que fossem descartadas”, relembra o guitarrista e vocalista, Mikael Åkerfeldt. O líder do grupo ainda tentou convencer a gravadora de que o álbum duplo sairia pelo custo de um álbum convencional, mas não deu certo: “Eu tive que mentir um pouco, dizendo que nós poderíamos fazer esta gravação rapidamente, que não custaria mais do que um único álbum normal”.
Como não poderiam lançar um álbum duplo, a banda optou por gravar um disco pesado e outro mais leve, como sugeriu o amigo Jonas Renkse do Katatonia. “Deliverance” foi o álbum mais pesado. O disco foi produzido por Åkerfeldt e Steven Wilson, mas o resultado não agradou ao mentor da banda, então saíram da Suécia para a Inglaterra em busca de socorro a um dos magos da produção. “A gravação de ‘Deliverance’ foi o teste mais difícil da nossa história, ele foi tão mal gravado, sem qualquer organização, que tivemos que pedir ajuda ao Andy Sneap, o nosso salvador”, relata Åkerfeldt, que compusera todo o disco.
Lançado em 4 de novembro de 2002, “Deliverance” fez a banda estrear nos charts americanos, emplacando a 19º posição no US Top Independent Albums. A crítica aprovou como disse o redator da Allmusic, Eduardo Rivadavia: “Deliverance é bem mais sutil do que qualquer um dos seus antecessores, aproximando os ouvintes com nuances assombradas e dinâmica magistral, em vez de sobrecarregá-los com a massa e complexidade”.
O público também aprovou o novo álbum, lotando uma apresentação do Opeth em Estocolmo (SUE), mas o quarteto não estendeu a turnê, pois tinha que retornar à Inglaterra para finalizar “Damnation”.
“Deliverance” é um álbum misto que navega pelas águas do death e progmetal. Suas músicas que fazem parte do alicerce musical do qual o grupo se sustenta hoje, definem um trabalho selvagem e ao mesmo tempo elegante. Além de ter ficado no top 20 de álbuns independentes nos EUA, o álbum ainda emplacou na Billboard conquistando o 16º lugar no Top Heatseekers. Daqui pra frente o Opeth nunca mais voltou a ser como era antes, e até hoje escala uma montanha íngreme de evolução.
Formação:
Mikael Åkerfeldt – vocal, guitarra, violão
Peter Lindgren – guitarra
Martin Mendez – baixo
Martin Lopez – bateria, percussão
Convidado: Steven Wilson (produtor) – vocal, guitarra, mellotron, piano, teclados
Track list:
1.”Wreath”
2.”Deliverance”
3.”A Fair Judgement”
4.”For Absent Friends”
5.”Master’s Apprentices”
6.”By the Pain I See in Others”